Espaço MEMÓRIA PIRACICABANA

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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

História do Futebol Brasileiro e mensagem de Natal do CCMW !



 Essa é a 160º postagem do blog! =)
 Bom, vamos lá:

Um livro interessante se destaca no acervo Rocha Netto:  “A História Ilustrada do Futebol Brasileiro”, editora Documentação Brasileira.  São 4 volumes contando toda a história do futebol no nosso país,  que traz desde os primórdios, passando pelos  japoneses, gregos, medievais e por aí vai, do “folclore ao futebol”.
Abaixo, algumas imagens e textos do livro:












*Todas as fotos pertencem ao acervo Rocha Netto.
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Nós, do CCMW, desejamos um Feliz Natal a todos os visitantes aqui do blog e que o Ano Novo seja repleto de saúde e felicidade!
Voltaremos no dia 17/01.

Até!


sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Atropelamento na estrada de ferro Sorocabana



No dia 13 de outubro de 1946, em Piracicaba, o Funcionário Municipal Vitorio foi atropelado por uma locomotiva, pilotada pelo maquinista Julio, nas proximidades da estação Barão de Rezende. Vitorio faleceu um tempo depois no hospital devido as graves lesões que sofrera.

No processo, Julio disse que deixou a estação de trem às 12h20,  e prosseguiu viagem até a “ponte seca”, por onde transitavam os trens do Engenho Central. Logo percebeu que na sua frente, a 25 metros de distância, caminhava um homem na linha férrea. O maquinista disse que usou o apito do trem para que o homem percebesse a presença da locomotiva, porém, sem qualquer efeito, Vitorio continuou caminhando. Assim, a locomotiva transpôs a ponte do Rio Piracicaba e o maquinista soou o apito novamente, pois era um regra soar o apito em curvas e finais de pontes, Vitorio olhou para trás, e foi apanhado pelo pára-choque da locomotiva, sendo atirado para o barranco ao lado do rio. O maquinista parou imediatamente o trem para prestar socorro a vítima, providenciando uma ambulância, e neste momento reconheceu Vitorino.


O réu em depoimento disse que ao sair da ponte do rio havia uma curva fechada e o Julio afirmou que não consegue ter uma visão privilegiada de todos os pontos da rua. Para isso, o trem precisaria estar em certa velocidade nesta parte do trajeto até chegar na Vila Rezende. Resumindo: Julio afirma não ter visto a vítima. O que acaba sendo um pouco confuso, pois no começo do testemunho, o maquinista disse que apitou várias vezes para que o homem saísse da linha do trem. Nesse processo, quase todos os testemunhos são um pouco confusos.

Vitorio, como já foi citado acima, mesmo socorrido e transferido ao hospital não suportou os ferimentos causados pelo trem e pela queda.



Tiago Favaris, aluno do quarto semestre de Sistemas de Informação da Unimep.

Pesquisa realizada no acervo do Fórum.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Zoobiblion


O livro “Zoobiblion – livro de animais do Brasil” contém reproduções das aquarelas (os originais se encontram em Dresden, Alemanha) feitas por Zacharias Wagener, alemão desenhista e cartógrafo, que residiu em Recife no século XVII durante o governo de Mauricio de Nassau.

Acervo João Chiarini.CCMW/IEP


O nome original da obra de Wagener é longa “Thier Buch Darinnen viel unterchiedene Artes des Fische vögel vierffüssigen Thiere Gewürm, Erd-und Baumfrüchte, so hin undt weider in Brasilischen bezirck, undt gobiethe, Der Westindschen Compagnie zu schwwen undt anzutreffen, etc.” que quer dizer “Livro de animais no qual se contém muitas diferentes espécies de peixes, pássaros, quadrúpedes, vermes, frutas e raízes que se encontram e observam na terra do Brasil, sujeita ao domínio da Companhia das Índias Ocidentais, etc.”.

Acervo João Chiarini.CCMW/IEP.

Acervo João Chiarini.CCMW/IEP.

Acervo João Chiarini.CCMW/IEP.

Edgar de Cerqueira Falcão explica no livro Zoobiblion, de 1964, que existe uma discussão em cima das gravuras de Wagener, muitos consideram o que ele desenhou cópias de desenhos de outros viajantes. Porém, como um estudioso de Wagener, Falcão pode notar que na verdade os desenhos são sim autênticos e muitos depoimentos do próprio Wagener corroboram para isso: “Entretanto, quero salientar, de minha parte, o caráter de autenticidade de tudo quanto Wagener deixou consignado. Além da excelência e fidelidade de suas representações figurativas, deve ser ressaltada sua elevada probidade. Em duas passagens se nota eloqüentemente essa virtude: na estampa nº 27, quando declara haver ficado incompleto o desenho de um siri, por ter atirado fora o modelo, devido ao mau cheiro que exalava; e na estampa nº72, quando reproduziu apenas a carapaça dum cágado, deixando de apresentar a cabeça e as patas, e apõe esses significativos dizeres: “Trouxeram-me certa vez para desenhar o casco de um bonito cágado; mas eu nunca pude saber como eram a cabeça e os pés”. Tão sinceras e honestas confissões levam-me a discordar dos juízos emitidos por SCHAEFFER e SCHADEN, quando vêem semelhança absoluta dos desenhos de certos tipos etnográficos representados na mesma época por Wagener e Eckhout (“homem brasiliano”, “Mulher brasiliana”, homem tapuia”, mulher tapuia”, homem negro” e mulher negra”)(...)”
Acervo João Chiarini. CCMW/IEP.

Mercado de escravos. Acervo João Chiarini.CCMW/IEP.

Casa de Mauricio de Nassau. Acervo João Chiarini.CCMW/IEP.

 Além de desenhar os animais brasileiros, Wagener também retrata a vida cotidiana e a presença de Holandeses no Nordeste do país.
Acervo João Chiarini.CCMW/IEP.

Acervo João Chiarini.CCMW/IEP.

Acervo João Chiarini.CCMW/IEP.

Acervo João Chiarini.CCMW/IEP.



Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.

Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Arthur Friedenreich: o grande “El Tigre”




Considerado por muitos como um dos maiores jogadores do mundo, Arthur Friedenreich, apelidado como El Tigre, era um atacante habilidoso, inventor da finta curta e vários outros dribles e conhecido na Europa como Rei do Futebol, simpático e cavalheiro. 
Acervo Rocha Netto.CCMW/IEP


No dia 18 de julho de 1892 no bairro da Luz na Rua Vitória Nº 8, nascia Arthur, filho de Oscar Friedenreich comerciante alemão e Dona Matilde negra de beleza inigualável, Fried era mestiço de olhos verdes. Os contatos de seu pai com a comunidade alemã fizeram com que Arthur tivesse a oportunidade de estudar no Colégio Mackenzie e iniciasse sua carreira no Clube Germânica. Em 1917 foi transferindo para o Clube Atlético Paulistano, onde ficou conhecido por ser um dos melhores centroavantes do Brasil, e foi neste Clube que apresentou um desempenho excepcional, quando em 1925 fez uma excursão para a Europa disputando dez partidas  e perdendo somente uma.
Acervo Rocha Netto.CCMW/IEP.

Com 22 anos Fried não poderia ficar fora da primeira Seleção Brasileira, e no dia 21 de Julho contra Exeter City a Seleção acabou vencendo por 2 a 0, mas o que marcou o jogo foi a violência empregada pelos ingleses, inconformados com a derrota quebraram dois dentes de Friedenreich.
O jogo que marcou a vida de Fried foi contra a seleção do Uruguai, na final do Campeonato Sul Americano no dia 29 de maio de 1919. O jogo em seu tempo regulamentar havia acabado com duas prorrogações sem gols. Na terceira prorrogação, aos 150 minutos de jogo, Fried domina a bola no peito e arremata em direção ao gol, convertendo o lance em gol, a torcida lançou uma chuva de chapéus no gramado que o jogo teve que ser interrompido por vários minutos, quando o juiz apitou o final da partida a torcida enlouqueceu  e invadiu o campo agarrando Arthur, lançando-o para o ar. A polícia tentou tirar Friedenreich do meio da confusão, mas era inútil tentar. Os Uruguaios encantados com futebol outorgam-lhe um pergaminho que dizia, “Nós, os componentes da Seleção Uruguaia, conferimos ao Sr. Arthur Friedenreich o título de ‘El Tigre’, por ser o mais perfeito center foward do Campeonato Sul Americano de 1919.”
Acervo Rocha Netto.CCMW/IEP.

No ano de 1932 Arthur se alistou para lutar na revolução constitucionalista deixando de lado o futebol e doou todas as suas medalhas e troféus para ajudar financiar a guerra, serviu como sargento na linha de frente e voltou como herói.
Acervo Rocha Netto.CCMW/IEP.

Arthur Friedenreich foi com certeza um dos maiores jogadores de todos os tempos. Reconhecido pela FIFA ele detém o recorde de gol em um total de 1329, superando até mesmo Pelé. Fried, o primeiro grande craque brasileiro.
Rocha Netto e Arthur Friedenreich. Acervo Rocha Netto.CCMW/IEP.





Tiago Favaris, aluno do quarto semestre de Sistemas de Informação da UNIMEP.
Pesquisa realizada no Acervo Rocha Netto.


sexta-feira, 22 de novembro de 2013

La Gamba




No ano de 1911, em Piracicaba, Vicente de La Gamba, italiano, colocou uma propaganda no Jornal de Piracicaba anunciando que praticava medicina sem operação.

 
Acervo do Fórum/CCMW.


Muitos foram os enfermos que buscaram a ajuda de Vicente. No entanto, os resultados não foram os esperados pelos pacientes de La Gamba. O italiano foi acusado de praticar medicina sem ser realmente médico e de receitar métodos nada eficazes aos seus pacientes. A maleta encontrada em posse de Vicente continha pó de carvão animal, mistura de plantas diversas (flores e cascas) entre elas salsaparrilha.
Acervo do Fórum/CCMW.

Vicente acreditava que a cura estava na água e por isso receitava banhos para os doentes. Ele também usava o nome de Professor, pois segundo o próprio, professor significaria “ser profissional” em alguma coisa.
Acervo do Fórum/CCMW.

Um senhora com tuberculose medicada pelo italiano teve que tomar banhos frios e quentes e sem ter alcançado a cura - segundo consta no processo, ela já estava em estágio terminal da doença - , resolveu prestar queixa contra o professor. Quando chegou à delegacia, provocou uma intensa discussão, mobilizando muita gente para lhe ajudar a subir as escadas, pois estava muito doente, incapacitada de caminhar normalmente e que tudo isso era culpa de Vicente. Para outra paciente, com feridas na pele, La Gamba  orientou para que ficasse exposta ao sol coberta com lã por 2 horas e que depois tomasse um banho de água fria. Também não teve melhora alguma e testemunhou contra Vicente. No total, foram seis testemunhas.


Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.

Pesquisa realizada no acervo do Fórum

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

O maior goleador do XV de Piracicaba





No dia 15 de Novembro, o Esporte Clube XV de Novembro completa seus 100 anos de existência. Fundado no dia 15 de Novembro de 1913, pelo Cap. Carlos Wingeter, até hoje se mantém como um dos principais clubes do interior Paulista com diversos títulos e craques de bola que passaram pelo seu time principal e pelas categorias de base, chegando até mesmo a Seleção Brasileira.
Gatão em jogo pelo Colégio Piracicabano, 15/07/1943. Acervo Rocha Netto/CCMW

Seu maior artilheiro foi Vincente Naval Filho, mais conhecido como Gatão. Começou sua carreira no esportiva no Colégio Piracicabano, depois amadoramente pelo S.R Palmeiras na liga de Piracicaba em 1944. Em 1945 foi contratado pelo XV de Piracicaba e sua partida de estréia foi no ano seguinte, no dia 18 de janeiro, contra o Libertad do Paraguai no estádio da Rua Regente Feijó. O XV perdeu de 3 x 2 para o time Paraguaio e Gatão não marcou gol neste jogo. Seu primeiro gol de foi contra o Internacional de Limeira em Piracicaba também no campo da Rua Regente no dia 20 de Janeiro de 1946.
Gatão com a camiseta do S.R. Palmeiras, clube amador de Piracicaba. Acervo Rocha Netto/CCMW

Gatão foi o maior artilheiro do XV com 202 gols em 423 jogos, vencendo o Campeonato Paulista de 1947 e 1948, foi técnico do XV e outros times paulistas. Quando foi vendido ao Corinthians, em 29 de fevereiro de 1952, jogou 79 partidas e marcou 17 vezes, foi bi-campeão do torneio Rio-São Paulo e também ganhou dois Campeonatos Paulistas: de 1952 e 1954. Só voltou ao XV em maio de 1955 onde continuou a marcar muitos gols.
Gol de Gatão contra o Internacional de Limeira. Acervo Rocha Netto/CCMW
Vincente com certeza foi um grande jogador e uma inspiração para todos que ocuparam sua posição dentro do XV de Novembro. Mesmo depois da sua morte, Gatão continua a ser lembrado pelos torcedores, amigos e adversários como um dos maiores goleadores do interior paulista. 
Gatão com seu filho. Acervo Rocha Netto/CCMW

Gatão com a camisa do Corinthians. Acervo Rocha Netto/CCMW




Tiago Favaris, aluno do quarto semestre de Sistemas de Informação da UNIMEP.
Pesquisa realizada no acervo Rocha Netto

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Wingeter e o XV



“Antes de a diretoria do XV de Novembro (na gestão do Dr. Antonio Augusto de Barros Penteado, que foi prefeito da cidade), no dia 18 de abril de 1918, ter adquirido o campo da Rua Regente Feijó (hoje de propriedade de uma indústria), o alvinegro vivia às custas de bondade e heroísmo dos seus diretores e jogadores, que chegaram até  a plantar gramas no campo de futebol.
Dentre esses heróis apontamos a figura do seu primeiro presidente, o Carlos Wingeter, que exercia as funções de cirurgião-dentista e que pertencia à Guarda Nacional. Contam os seus descendentes que o “Capitão” gastou tudo o que tinha em benefício do XV e que foi ele quem doou ao clube o campo de futebol da Rua Regente(...)
O que se sabe é que o Capitão Carlos Wingeter foi arrendatário do campo da  rua Regente Feijó, de 18 de setembro de 1915 até a data em que foi adquirido em definitivo pela diretoria do alvinegro (18 de abril de 1918) (...).”  Rocha Netto em seu livro “A História do XV, vol. I”, pág 10.

Acervo Rocha Netto/CCMW


Carlos Wingeter foi um dos fundadores do XV, primeiro presidente e grande colaborador do clube. Por isso, hoje, as 19h30, no Centro Cultural Martha Watts, haverá a abertura da exposição em homenagem aos 100 anos do XV e do lançamento do livro biografia de Wingeter. Compareçam! 


Acervo Rocha Netto/CCMW



Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo Rocha Netto.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Ao lugar supremo por veredas estreitas



No acervo Jair de Toledo Veiga encontra-se um exemplar do, ”Nosso Jornal, Homenagem aos homens de cor de Piracicaba, de 13 de Maio de 1960”, nele encontramos um artigo sobre Flora Maria Blumer de Toledo com o titulo de “Ad augusta per augusta”.



Flora nasceu por volta de 1833, escrava da fazenda de Matias Dias de Toledo, sempre trabalhou em serviços domésticos na casa de seu senhor. A mesma adquiriu hábitos, talentos e conhecimento, permanecendo 42 anos sobre a propriedade de Matias. Em 19 de abril de 1875 foi vendida a Pedro Blumer, descendente de alemães luteranos que residiam em Piracicaba.
O ano era 1881, Miss Martha Hite Watts viera dos Estados Unidos com o propósito de fundar um colégio, conheceu Pedro Blumer, tendo feito amizades com sua família, os quais pelo ano de 1883 vieram a congregar na igreja Metodista.
            O Colégio Piracicabano crescia e achava-se necessário contratar uma cozinheira. Martha conhecendo Flora e conversando com os Blumers juntamente com Prudente de Moraes, Governador da Província de São Paulo, decidiram alforriar a escrava e contrata-la como funcionaria do Colégio.
            Tia Flora como era chamada pelas crianças do Colégio era admirada por elas, e em noites frias a mesma reunia as crianças em volta de seu fogão para aquecê-las e dava um doce a cada uma, e quando as meninas sentiam-se sozinhas longe de casa era Flora que as confortava e encorajava, tendo amor e respeito das mesmas.
            Em pleno regime monárquico e escravagista, Tia Flora mantinha amizade intima com as professoras do Colégio que a ensinaram Inglês, idioma que falava fluentemente, havendo feito uma viagem para os Estados Unidos com o Reverendo Koger e sua família.

            No dia 22 de Julho de 1892 Flora entrega sua alma ao Criador, devido a uma hidropisia, nesta mesma data aos prantos Martha Watts anunciava a todo Colégio a morte de sua amiga e que a mesma não morreu em agonia, mas em paz e consolo espiritual que havia encontrado em Jesus Cristo. Mesmo sem leis trabalhistas o Colégio arcou todo seu enterro.


Tiago Favaris, aluno do quarto semestre de Sistemas de Informação da UNIMEP.
Pesquisa realizada no acervo Jair Toledo Veiga.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Confusão no sítio!




No dia 11 de fevereiro de 1936, em Santa Bárbara, Estanislau e o imigrante russo Basílio, que até então eram sócios de um sítio, entraram em um conflito. O primeiro acusava Basilio de tentar matá-lo e de outras desavenças “(...) Basilio não concordava em effectuar a matança de formigas nos dias combinado; porque começou a exterminar a creação de gallinhas do declarante e porque ridicularizava as crenças religiosas e catholicas do declarante e sua familia, chegando ao cumulo de offerecer pinga à imagem de Jesus Christo existente na sala(...)”. Estanislau também acusava Basílio de ser comunista.

Acervo do Fórum


Segundo testemunhas, Basílio correu atrás de Estanislau com um canivete. Quando Estanislau não corria mais perigo, foram todos para a delegacia explicar o que tinha acontecido.
No decorrer do processo, Basílio explica que quem queria matá-lo era Estanislau, pois ele e sua mãe sofriam ameaças diariamente. Quando soube que sua mãe havia novamente sofrido ofensa de Estanislau, saiu correndo para ver o que estava acontecendo.


Acervo do Fórum


Quem disse que ele estava com um canivete na mão foram as testemunhas, Basilio não lembrava se portava o canivete ou não quando saiu correndo, pois bebia em um bar próximo e estava já meio alcoolizado. Sobre ser comunista ou não, Basilio explicou que Estanislau vivia a mentir e já tinha um histórico de desavenças com outras pessoas na cidade. As testemunhas realmente afirmam que Estanislau tinha um “mau precedente”, que já tivera outros sócios e tentou dar golpe em todos eles.

Sem ter como chegar a uma conclusão, a polícia arquivou o caso.
Realmente, uma confusão.


Vivian Regina Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo do FÓRUM

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Rendeu-se a Alemanha


Capa do Jornal "O Diário" 29 de abril de 1945 sobre a rendição da Alemanha Nazista



No dia 29 de abril de 1945, domingo, o Jornal “O Diário” traz em sua capa a seguinte matéria: “Rendeu-se a Alemanha”.
A matéria exalta a vitória do eixo aliado e seu sacrifício pela liberdade no mundo, lembrando daqueles que tinham perdido suas vidas na guerra, exaltando que a democracia tinha vencido a tirania, lembrando dos soldados da F.B.E. (Forças Expedicionária Brasileira), sua bravura e sacrifício, e que logo eles poderiam ter a alegria de ver os jovens brasileiros de volta a pátria.
Traz também a alegria dos cidadãos de Piracicaba ao receber a noticia pelas rádios de que a guerra tinha acabado. Enquanto a noticia era transmitida a sirene da praça central começou a soar, e uma grande massa popular se reuniu na praça, estes soltaram rojões até altas horas da madrugada.
  Via-se em cada rosto, em cada alma, o jubilo pelo fim da guerra, os alunos do Colégio Piracicabano estenderam a bandeira do Brasil em frente à escola e saíram em passeata juntando-se a grande massa que estava nas ruas.  
A redação do Jornal “O Diário” foi invadida por grupos de pessoas que queriam confirmar as noticias. Segundo o jornal esta nova viera de um alto funcionário de Washington D.C.


Tiago Favaris, aluno do terceiro semestre de sistemas de informação da UNIMEP. Pesquisa realizada no Acervo: O Diário.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

O Homem e a Mulher do povo



       O jornal “O Homem do Povo”, fundado em 1931 teve apenas oito edições distribuídas às 3ªs, 5ªs e sábados do dia 25 de março a 13 de abril. O panfletário representava a aproximação de Oswald de Andrade e Patrícia Galvão (com quem casara no ano anterior) com o ativismo e o marxismo, no sentido da criação ou legitimação do papel e atuação política do casal.

Oswald, assume a direção da publicação, que teve curtíssima duração, assinava os editorias que apareciam com a rubrica de “O Homem do Povo”.
Acervo João Chiarini/CCMW

Pagu, pseudônimo adotado por Patrícia após filiar-se ao Partido Comunista Brasileiro com o incentivo de Luis Carlos Prestes, foi a primeira mulher a ser presa num comício do PCB, durante uma greve de estivadores em Santos. Escritora, feminista e militante no comunismo, Pagu assinava a coluna “A Mulher do Povo”.

Acervo João Chiarini/CCMW

Paradoxalmente, o povo não leu o homem do povo, mas os intelectuais estudantes de direito... e a polícia, que acabaria proibindo a circulação após graves incidentes com alunos da tradicional Faculdade de Direito do Largo São Francisco que tentaram empastelar o jornal por duas vezes por causa de dois editoriais considerados ofensivos.

Acervo João Chiarini/CCMW

Trata-se de uma obra rara, ampliada à pesquisa e acesso através da publicação fac-símile completa no acervo do João Chiarini, sob guarda do “Espaço Memória Piracicabana”.

Acervo João Chiarini/CCMW





Jéssica Polliani Coracini, aluna do oitavo semestre de jornalismo da UNIMEP.

Pesquisa realizada no acervo João Chiarini

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

O dia que Rivelino visitou Rocha Netto



Foi no  dia 8 de março  de 1966 que Rivelino visitou o arquivo de Rocha Netto.



Acervo Rocha Netto/CCMW


Acervo Rocha Netto/CCMW


Em uma entrevista, Rocha Netto conta como foi a visita do jogador:

“Os grandes jogadores estiveram aqui. O último que esteve aqui foi o Rivelino. Ele veio à força aqui em Piracicaba. Rivelino veio numa festa de curió e falaram para ele: ‘Oh, Rivelino, você não pode ir embora para São Paulo sem antes conhecer o arquivo de esportes do Rocha Netto’. Rivelino falou: ‘Não vou a lugar nenhum! Todo lugar que eu vou só tem livrinho para assinar, tenho que dar autógrafo e ir embora’. Mas ele veio aqui, me conheceu, conheceu minha esposa e ficou uns momentos. Ele veio aqui às 13h e só saiu às 17h e ainda disse: ‘Rocha Netto, eu não queria vir. Eu vim aqui forçado, não queria. Mas agora eu só vou embora se você falar  ‘Rivelino, vai embora!’”. 

Rivelino e Rocha Netto




Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no Acervo Rocha Netto.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Entre uma garrafa e outra de vinho, várias poesias


“Pálida. Magra. Cabelos loiros e longos. Surgia montada num cavalo branco... Uma fada.” Tomado de violenta paixão, Fagundes Varela foi um espectador assíduo do circo Equestre e Ginástico - Companhia Luande, principalmente porque Guilhermina, filha de Alexandre Luande, o dono do circo, deixou o rapaz encantado. Foi falar com ela e com o pai, pois queria se casar.





Correspondido, “aos vinte e oito de maio de mil oitocentos e sessenta e dois anos”, às seis horas da tarde, em casa, observando todas as particularidades do costume, receberam-se por palavras Luiz Nicolau Fagundes Varela e Álice Guilhermina Luande.
O circo partiu levando Fagundes Varela, desempregado, casado, em lua de mel. Veio se estabelecer em Piracicaba e Fagundes, um dos maiores expoentes da poesia brasileira, começou assim humildemente, recitando poemas de sua autoria, numa simples arena de circo.

Álice Guilhermina morreu alguns meses depois, não sem antes lhe dar um filho, Emiliano, a quem Fagundes Varela dedicou seu mais significativo poema “Cântico do Calvário”, uma das mais belas peças do período pertencente ao romantismo exacerbado, corrente literária que recebeu o apelido de “mal do século”.






Jéssica Polliani Coracini, aluna do oitavo semestre de jornalismo da UNIMEP.

Pesquisa realizada no acervo O Diário