Espaço MEMÓRIA PIRACICABANA

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segunda-feira, 25 de abril de 2016

O jogo de três minutos e o rebaixamento do XV


Em 1965, o último jogo do paulista disputado pelo XV de Piracicaba foi contra a equipe do Corinthians. Nesse jogo, o XV perdeu por 7 a 0 e estava técnicamente rebaixado. Chegava ao fim o legado do XV na divisão de elite, onde permanceu por 17 anos. Porém a batalha continuaria nos campos, pois,  ainda havia uma esperança nos tribunais.

No dia 30 de Dezembro de 1965, o Tribunal de Justiça Desportiva julgou o recurso do XV contra a equipe da Portuguesa Santista, devido a interrupção de jogo ocorrido no dia 3 de novembro de 1965, onde a torcida do XV invadiu o campo do Barão de Serra Negra.

Depois de uma longa sessão o tribunal julgou que ambas equipes deveriam dar continuidade à partida interrompida e  que seria  marcada para o dia 15 de janeiro na capital paulista a “continuação”, tendo duração de três minutos. Conforme julgado, uma nova partida foi marcada, ocorrendo no estádio do Morumbi em São Paulo. Um gol do XV dava a permanência na elite aos piracicabanos e rebaixaria a Portuguesa, mas só haveria  3 minutos para cumprir o objetivo. O jogo foi truncado e o XV quase marcou com o jogador Proti aos 30 segundos, porém a partida de 3 minutos terminou sem gols, e o XV foi rebaixado.


Esta curiosa partida e outras da história da equipe piracicabana  são encontradas no livro “A História do XV – 40 anos de futebol profissional – II parte 1947-1987” presente no acervo Rocha Netto. Também é possível encontrar detalhes desta curiosa partida no acervo do O Diário na data de 16 de janeiro de 1966.



Adriano Zaulkauskas, aluno do 8º semestre do curso de História da Unimep.
            Pesquisa realizada no acervo Rocha Netto.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

“O Aquário Negro”, livro de Frei Betto





Frei Betto, foi militante político e dirigente da Ação Católica Brasileira, preso durante a ditadura militar, tendo seus direitos políticos suspensos até 1982, foi assistente de direção do Teatro Oficina. Participou, também, por um breve período, do governo do ex-presidente Lula. Atualmente, Frei Betto é escritor e conhecido como um dos personagens mais importantes na luta por justiça social no Brasil atuando com as comunidades eclesiais de base.


O livro de contos “O Aquário Negro” foi publicado em 1979 e tem o homem como ser político em seu cerne, inserido também em uma “linha progressista do cristianismo contemporâneo”.
Particularmente, um dos contos que mais me chama atenção no livro é o “A vida suspeita do subversivo Raul Parelo”.

Segue aqui o conto:














Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Jules Rimet é do Brasil


 Em 21 de junho de 1970, o jornal “O Diário” fez uma edição especial em comemoração a vitótia brasileira na Copa do Mundo no México.
A primeira página traz a foto do time escalado em campo para o hino nacional e a frase “A Jules Rimet é nossa”.

   
Jules Rimet é o nome que a taça da Copa do Mundo levou até 1970, sua imagem representa  Nice (a deusa grega da vitória) com os braços levantados, segurando uma copa octogonal. Seus trinta centímetros, e 3,8 quilogramas de ouro puro, foram trazidos ao Brasil, que, por  já ter ganhado mais duas Copas do Mundo (1958 e 1962), tinha o privilégio de ter a posse definitiva do troféu.
foto retirada do site Folha.com
   

As seguintes páginas da edição tem congratulações de grandes empresas da cidade na época. Um bom exemplo é a mensagem de uma página que a M. Dedini deixou: “A copa é nossa, com a gente não há quem possa. Salve a seleção canarinha, M Dedini saúda os Tricampeões do mundo”.
    


Na terceira página dessa edição o jornal detalhou os dois tempos do jogo, pontuando os principais minutos. Relembrou outros mundiais ganhos pelo Brasil, falou sobre o Estádio Azteca, o maior do México, o qual a final foi realizada. Na matéria também foi debatido sobre como a Copa de 70 fez com que o time brasileiro revidasse algumas derrotas já sofridas em campeonatos anteriores. Muitas diferenças futebolísticas foram resolvidas em campo, como Brasil x Uruguai, em que o Brasil se vingou da derrota de 1950, no Maracanã.
Detalhe também interessante na reportagem são os comentários  da Copa  feitos por Zagalo, técnico da seleção. Zagalo explicou que sua satisfação não era  só pela vitória, mas para dar ao brasileiro uma alegria.    


Júlia Zini, aluna do quinto semestre de jornalismo da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo O Diário

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Pena de morte em Piracicaba


No dia 9 de setembro de 1861, Francisco e Quintino (escravos) de Antônio José da Silva Gordo (sogro dos Moraes Barros) foram sentenciados a pena de morte.

Sem nenhum direito de resposta, foram sentenciados pelo assassinato de 5 pessoas, e de acordo com a lei do império de 10 de junho de 1835,
“ A Regencia Permanente em Nome do Imperador o Senhor D. Pedro Segundo Faz saber a todos os subditos do Imperio que a Assembléa Geral Legislativa Decretou, e Ella Sanccionou a Lei seguinte:
Art. 1º Serão punidos com a pena de morte os escravos ou escravas, que matarem por qualquer maneira que seja, propinarem veneno, ferirem gravemente ou fizerem outra qualquer grave offensaphysica a seu senhor, a sua mulher, a descendentes ou ascendentes, que em sua companhia morarem, a administrador, feitor e ás suas mulheres, que com elles viverem.
Se o ferimento, ou offensaphysica forem leves, a pena será de açoutes a proporção das circumstancias mais ou menos aggravantes.
Art. 2º Acontecendo algum dos delictos mencionados no art. 1º, o de insurreição, e qualquer outro commettido por pessoas escravas, em que caiba a pena de morte, haverá reunião extraordinaria do Jury do Termo (caso não esteja em exercicio) convocada pelo Juiz de Direito, a quem taes acontecimentos serão immediatamente communicados.
Art. 3º Os Juizes de Paz terão jurisdicção cumulativa em todo o Municipio para processarem taesdelictos até a pronuncia com as diligencias legaes posteriores, e prisão dos delinquentes, e concluido que seja o processo, o enviaráõ ao Juiz de Direito para este apresenta-lo no Jury.”
No processo não é citado qual era o modo de execução da pena mas, mediante pesquisas, os modos de tortura mais usados em escravos eram açoites no tronco até a morte, forca e até eram deixados sem comida e água para morrerem. Em Piracicaba existia uma forca, mas segundo registros ela nunca foi utilizada.

Fábio Barros Martins, aluno do 3º semestre de Publicidade e Propaganda da UNIMEP.
Pesquisa realizada no Acervo do Fórum