Espaço MEMÓRIA PIRACICABANA

,

Pages

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Oscar Von Pfuhl e a importância do teatro infantil



“Algumas pessoas tem tendência a considerar teatro infantil uma espécie de infância do teatro. Nada mais errado.”

É assim a introdução da primeira peça do livro teatro de Oscar Von Pfuhl, dramaturgo e médico nascido em Santos, cidade litorânea no estado de São Paulo.

Produzido pela editora senzala o exemplar possui cinco obras em seus textos integrais para reprodução das peças, sendo elas “Um lobo na cartola”, “A árvore que andava”, “A bomba de Chico Simão”, “As beterrabas do Sr. Duque” e “Um elefantinho incomoda muita gente”.

Com uma introdução para cada peça, notamos o cuidado com que o dramaturgo desenvolve suas peças. Na introdução de “A árvore que andava” o autor pontua de forma tocante que a peça foi desenvolvida para pequenos grupos de teatro que não possuam muitos recursos. Dando um toque especial em cada peça que compõe o livro.
Outros ensaios teatrais, livros de poesia, notícias, curiosidades sobre folclore e muito mais você encontra no acervo João Chiarini, disponível para a pesquisa no Centro Cultural Martha Watts.


André Bellaz, aluno do oitavo semestre do curso de História da UNIMEP.
Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.
                                                                                                                     

terça-feira, 19 de novembro de 2019

O drama do Milésimo Gol de Pelé


Provavelmente todo mundo já viu o milésimo gol de Pelé, mesmo que não goste ou acompanhe futebol, sabe que foi em uma noite de Maracanã lotado em uma cobrança de pênalti. O que muita gente não sabe é o drama que antecedeu nesse momento histórico. Em homenagem ao aniversário de 50 anos, vamos relembrar parte a parte da final dessa trajetória milionária. 

Pelé marcou seu 999° gol contra o Botafogo da Paraíba em um jogo conturbado e polêmico. O Santos, que jogava a Taça Brasil, então Campeonato Brasileiro da época, havia agendado um amistoso em João Pessoa as vésperas de enfrentar o Bahia. Muitos boatos já reverberavam de que o então prefeito de João Pessoa teria “comprado” a partida para que o rei marcasse seu milésimo gol lá. O clima da cidade e o prêmio de Cidadão Pessoense recebido por Pelé, colocavam uma pulga atrás da orelha dos jogadores santistas.

A partida ocorria na normalidade até que um pênalti foi marcado no segundo tempo para o Santos que já vencia por 2x0. A torcida clamava por Pelé, e não tinha jeito, teria que ser ele a bater. Assim faltava apenas um gol para que a marca histórica fosse alcançada. Poucos minutos depois o goleiro do Santos, Jair, alertou para uma possível lesão. “Supostamente” sem condições de jogo e sem goleiro no banco de reservas, calhou a Pelé suprir a vaga. O rei já havia feito outras aparições no gol em momentos que foram necessários, além de vestir as luvas sempre que possível em treinos recreativos. Pelé passou o restante do jogo ali, bem longe da meta adversária, assim evitando quaisquer chances de acontecer o milésimo gol em uma possível partida “armada”.


Três dias depois aconteceu em Salvador a partida contra o Bahia. Com a Fonte Nova lotada e pronta para presenciar tal momento histórico, os dois times fizeram um jogo tenso. Placar final 1x1, sem gol do Pelé...

Entretanto não foi por falta de tentativa que o gol não saiu. Pelé deu origem a uma jogada na qual após tabelar com seu companheiro de time saiu cara a cara com o goleiro baiano, driblou, e com o gol vazio, finalizou. O que ninguém no estádio esperava era que o então zagueiro da Bahia, Nildo, aparecesse em cima da linha para evitar a festa. A lógica seria ele ter o esforço reconhecido e consequentemente aplaudido pelo povo baiano certo? Muito pelo contrário. Após salvar o que seria o milésimo gol de Pelé, o zagueiro recebeu uma monumental vaia da própria torcida. Coisas do futebol que só Pelé conseguia fazer.

Quis o destino que a festa ficasse para o Maracanã, palco histórico de tantos feitos e conquistas do rei. Partida estava empatada em 1x1, quando aos 34 minutos do segundo tempo, Pelé recebeu um lançamento de Clodoaldo e ao entrar na área foi derrubado, pênalti para o Santos. Os jogadores vascaínos se revoltaram, especialmente Andrada, goleiro argentino que foi para o jogo determinado a não entrar para a história.

“Pela primeira vez, já experiente e com tanta rodagem, tremi em campo”, disse o rei. Pelé era o único santista no campo de ataque, seus companheiros perfilaram na linha central para assistir como meros torcedores. Apesar do belo pulo de Andrada que chegou bem perto da bola, não teve como, o dia 19 de novembro de 1969 ficou eternizado na história.



Roberto Carlos Habermann, aluno do 6º semestre do curso de Publicidade e Propaganda da UNIMEP
Pesquisa realizada no Acervo Rocha Netto e Acervo O Diário.


segunda-feira, 18 de novembro de 2019

João Chiarini professor


João Chiarini era advogado, historiador, sociólogo, tradutor, político e também professor. Formou-se professor em 1941, na Escola Normal de Piracicaba. Em seu acervo temos caixas com muito material de quando dava aula, material inclusive de alunos.

Trabalhos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências de Tatuí com temas sobre folclore, crendices populares, entre outros, estão arquivados aqui no Espaço Memória





Em próximas publicações tentaremos falar um pouco mais sobre o João Chiarini professor.


Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Rua do porto


Em 1965, João Chiarini, em um texto de sua autoria publicado no Diário de Piracicaba, tratou sobre as grandes mudanças estruturais que a Rua do Porto estava sofrendo. Contrário a essas mudanças que, segundo ele, descaracterizava esse espaço histórico da cidade, escreveu tudo o que pensava para o Jornal.

“A gente não consegue dizer diferente. Por muito tempo ainda assim será. Não que não seja justo “Avenida Beira Rio – Joaquim Miguel Dutra.” Rua do Porto nós a conhecemos muito. Participamos de seus problemas. Sentimo-la bastante. E que as suas figuras estão conosco, embora já se encontrem sepultados há muitos e muitos anos: “Sebastião Negrinho”, “Maria Pituça”, “Toni Fumeta”, “Lelé”, “Nâni”, etc. e os há em carnes e ossos como: “Chico Manduca”, que foi, várias vezes, rio abaixo até o Itapura; “Tangará”, “Bico Fino”, “João Pica-Pau”, etc. Ribeirinhos que apelidam mais que Tietê.
Rua do Porto que vai sendo vestida de asfalto, de canteiros, feitos ilhas; de paredão, de iluminação adequada, de prédios novos. Rua do Porto que não mais dará pintura. Rua do Porto play-boy.”

Chiarini explica no texto que apesar das mudanças em nome do progresso não podemos nos esquecer de que a Rua do Porto sempre foi um local de contemplação e de lazer popular em Piracicaba. Nem sempre se dá pra apoiar mudanças se elas vêm com o objetivo de aniquilar as memórias e manifestações populares de um lugar.




Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Os dois valentes


Oferecido por Francelino Germano de Oliveira a Olegário José de Godoy, a rima “Os Dois Valentes”, cantada provavelmente em Cururu, narra em seus versos uma situação muito cotidiana. Na venda de Pedro Vieira, Constante de Tal pediu uma pinga da qual não pagou. O enredo da história discorre ao ponto de ambos entrarem em uma briga e, por estarem armados e alcoolizados, trocaram tiros.

 “Constante [...] já estava prevenido

 [...] Atirou Pedro no peito
Que ficou muito offendido,
Assim mesmo atirado
Pedro foi um destemido.


Offendido mortalmente
Nem assim perdeu o tino,
Derriçou os 5 tiros
Naquelle seu assassino.
O Constante e Pedro Vieira
Fizeram papel de menino,
Por 200 reis de pinga
Tiveram um fatal destino.”


A rima ainda continua num tom de instrução aos seus leitores e ouvintes, usando o exemplo dos camaradas para os malefícios da bebedeira, que geram brigas sem motivo. Diz “Um homem que bebe muito sempre é desacreditado”. Esse é mais um dos tantos exemplos de rimas recitadas em Cururus e por cantadores para informar o povo e alertá-los de situações do cotidiano.

Nathália Cristina da Silva, aluna do 6º semestre do curso de História da UNIMEP.
Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.