Espaço MEMÓRIA PIRACICABANA

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segunda-feira, 28 de maio de 2018

A Revolução Cubana pelo jornal “O Diário”


O jornal “O Diário” circulou na cidade de Piracicaba entre década de 30 até a década de 90. Suas publicações eram sobre fatos gerais nas áreas de esporte, política e cultura tanto em esferas nacionais e regionais quanto estrangeiras.
Apesar de ter o seu foco principal nos acontecimentos da cidade de Piracicaba, esse noticiário impresso reservava com frequência o espaço de uma página inteira para noticiar o que acontecia no mundo.
Em 1959 parte das suas publicações das edições dos meses de janeiro e fevereiro retrataram, através de pequenas notas, os acontecimentos da Revolução Cubana que teve início no dia 1º de janeiro e ganhou espaço na primeira página da edição do dia 03/01 do Diário.



Apesar de não possuírem um representante oficial em Cuba para acompanhar de perto o que ocorria por lá, a redação do jornal utilizou de informações cedidas por agências de notícias da época para noticiar o fato. 
Além de trazer relatos específicos como o intitulado “Fuzilamentos não passarão de 450”, o qual continha informações sobre a declaração que Fidel Castro deu perante centenas de operários dizendo que os fuzilamentos em Cuba não passariam de 450, o Diário também apresentava notas sobre reações dos brasileiros diante da revolução. As edições dos dias 06 e 05 de Janeiro contêm exemplos dessas notas.


A última notícia divulgada entre os dois primeiros meses do ano de 1959 foi veiculada na quinta-feira 05/02 na quarta página e era intitulada “Fidel Castro para presidente da República cubana”.


 Sttefanie Erescov, aluna do quinto semestre do curso de jornalismo da Unimep.

 Pesquisa realizada no acervo O Diário.

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Fogo santo?


Com a missa de 20 anos da morte do Frei Sirgrist que será realizada no sábado (26/05), o blog do Espaço Memória Piracicabana traz para o blog um processo do acervo do Fórum referente aos frades capuchinhos em Piracicaba.

O processo tem em seus autos o incêndio ocorrido no convento dos frades no dia 22 de junho de 1911, onde foram ouvidas cinco testemunhas, todas elas membros do convento e da irmandade capuchinha.

O incêndio, de acordo com uma das testemunhas, o frade Camillo de Valda, ao acordar, sentiu um forte cheiro de fumaça vinda da Sacristia, correndo até o local, o frade se depara com o fogo. Com a ajuda de populares e de outros membros do convento, o incêndio é abafado por completo por volta das sete da manhã. Sem danos às pessoas, as testemunhas estipulam o prejuízo de 10 a 15 contos de réis.

Acredita-se que o incêndio, julgado casual, tenha se iniciado por alguma faísca que teria escapado do Turíbulo, devido à benção do Santíssimo realizada na véspera do incidente.
Outra hipótese foi de que algum membro, com o hábito de fumar escondido, tenha se assustado com algum barulho pensando ser um companheiro e jogado o cigarro próximo à sacristia, dando início ao incêndio.

Esse e outros processos estão disponíveis para a consulta no acervo do Fórum do Espaço Memória Piracicabana, no Centro Cultural Martha Watts.

André Bellaz, aluno do quinto semestre do curso de História da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo do Fórum.


terça-feira, 15 de maio de 2018

A Seleção já Decolou!


Em ano de Copa não poderíamos deixar passar algumas notas do acervo Rocha Netto. Para o blog dessa semana, o que  chamou atenção foi esse exemplar da Revista Placar de janeiro de 1998, edição nº1135, com o titulo “O Ano do Penta”. Ano em que a Copa do Mundo foi sediada na França e o Brasil, campeão de 1994, era o favorito ao título.



Da página 76 em diante, vários autores e especialistas em futebol debatem sobre as características do time brasileiro e das outras equipes, e até se atrevem a opinar quais são as favoritas e possíveis ganhadoras dos títulos da competição de acordo com suas temporadas passadas. Como demonstrado a seguir, não é nem um pouco velada à certeza de que o Brasil traria novamente o título para casa.

O craque Denilson, meia da seleção de 98, aparece “no topo” da Torre Eiffel – torre símbolo da cidade de Paris, na França – demonstrando como, para os brasileiros, o título já estava quase ganho:


A França contava com uma das seleções mais fortes de sua história em 1998, rivalizando com a geração de 1982-86 liderada por Platini. Desta vez, o grande craque era o atacante Zidane. Os franceses também tiveram um sistema defensivo muito bem montado e a boa fase do goleiro Barthez. Contrariando todas as expectativas dos especialistas esportivos do Brasil, os franceses passaram a primeira fase com três vitórias: 3x0 África do Sul, 4x0 Arábia Saudita, 2x1 Dinamarca. Depois, passaram pelo Paraguai (1x0), pela Itália nos pênaltis, e na semifinal pela surpreendente Croácia por 2x1.

No jogo final, a França dominou o Brasil com surpreendente facilidade e venceu por 3x0, com dois gols de Zidane e um de Petti. A seleção brasileira deixou o Mundial como vice-campeã, mas sem ter uma campanha brilhante. Foram quatro vitórias, duas derrotas e um empate.

A Copa do Mundo de 2018 será a vigésima primeira edição deste evento esportivo e ocorrerá na Rússia, anfitriã da competição pela primeira vez. Com onze cidades-sede, o campeonato será disputado entre 14 de junho e 15 de julho. A edição de 2018 será a primeira realizada no Leste Europeu e a décima primeira realizada na Europa, depois de a Alemanha ter sediado o torneio pela última vez no continente em 2006.

Natália Severino, aluna do quinto semestre do curso de História da UNIMEP.
Pesquisa realizada no acervo Rocha Netto.


segunda-feira, 7 de maio de 2018

Antologia do Folclore Brasileiro



Histórias e Lendas de São Paulo, Paraná e Santa Catarina é um livro que compõe o acervo de João Chiarini e faz parte de uma coleção que se chama “Antologia Ilustrada do Folclore Brasileiro”.

Segundo Alceu Maynard Araújo

“Não importa a ascendência, lusa, negra ou ameríndia, a verdade é que nós brasileiro temos também os nossos mitos. O pai Sumé nos foi legado pelos tamoio. E Ubatuba é a praia dos tamoio. Será que foi por ali que ele andou?” (...) “Qual a origem do Saci? Cornélio Pires não sabia do seu batistério...”

Algumas lendas que estão no livro





Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Querida Antoninha


O Espaço Memória Piracicabana contém em seu acervo pouco mais de 13 mil processos do Poder Judiciário de Piracicaba, datados de 1801 até 1946, que nos ajudam a reconstruir e contar parte da história da cidade e até mesmo tecer relações entre os acontecimentos da cidade com as transformações ocorridas no país em diversos períodos. O processo que trago hoje – datado de 1922 – relata um caso de violência contra a mulher por motivações “passionais”. O termo passional, utilizado para caracterizar o crime, faz referência a um sentimento ou emoção em que existe um alto grau de afeto ou de sentimento de posse em relação à vítima, até recentemente usado para justificar casos de feminicídio no país.


Quatro de maio de 1922: A denúncia era oferecida contra Antonio de Macedo Ferreira, que aparentemente possuía uma pequena empresa de aluguel de veículos. Ao ficar sabendo que a mulher pela qual se interessava,  Antonia da Costa, contratou um de seus funcionários para transportá-la ao trabalho, fez de tudo para substituir o funcionário no serviço contratado por Antonia, a fim de declarar-se para ela e pedi-la em casamento. Antônia não correspondeu aos seus sentimentos, mas Antonio preferiu insistir e, mais tarde naquele dia, se dirigiu até as proximidades da casa de Antonia fazendo com que chegasse até ela uma carta onde novamente expressava seus sentimentos e desejos.

Dez de maio de 1922: Com raiva por não ter obtido resposta de sua carta de “amor”, Antonio embriagou-se e, movido por um desejo de vingança, se dirigiu armado até a casa de Antonia e esperou até que ela aparecesse na janela, porém, quem apareceu foi sua irmã. Antonio então desferiu 2 tiros contra a sombra que acreditava ser de Antonia. Os tiros acertaram apenas as janelas, estilhaçando os vidros.

O Brasil ocupa hoje o quinto lugar entre os países que mais mata mulheres. Uma em cada três mulheres sofre algum tipo de violência, mas apenas 6% realizam as denuncias e 38% dos feminicídios em todo o mundo são cometidos pelos companheiros ou ex-companheiros das vítimas. Esse é apenas um processo dentre outras centenas com o mesmo tema aqui no acervo do Fórum.
Todo esse material pode ser consultado na íntegra aqui no Espaço Memória Piracicabana.

Natália Severino, aluna do quinto semestre do curso de História da UNIMEP.
Pesquisa realizada no acervo do Fórum.