Espaço MEMÓRIA PIRACICABANA

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quinta-feira, 30 de abril de 2015

Exposição do Livro “Pelé”


Até o dia 5 de maio, o Centro Cultural Martha Watts estará expondo o livro “1283 Pelé” e diversas imagens do acervo Rocha Netto. O livro foi produzido especialmente para colecionadores e nele podemos encontrar a história de Pelé “(...) contada de forma poética e até mesmo lúdica, mas não por isso menos informativa e precisa. Durante dois anos, e após intenso trabalho de pesquisa de informações e de imagens, depuradas cuidadosamente por uma equipe que se dedicou com paixão ao projeto (...).”





Aproveitando o tema, no acervo temos muito material (fotos, artigos, revistas) referente ao jogador, incluindo a tabela do jogo entre XV de Piracicaba e Santos, de 1972, último jogo de Pelé pelo Santos.
 


Rocha Netto e Pelé.


Venham prestigiar a exposição!

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Inquérito Policial – Pequenos desastres


 “Aos primeiros dias do mês de Abril de mil novecentos e vinte e três nesta cidade de Piracicaba, em a Santa Casa de Misericórdia onde presente se achava o doutor D.G Delegado Policia, commingo escrivão de seu cargo abaixo nomeado, ahi compareceram o indicado O.O. B (...)”

Assim começa o auto de qualificação do processo de O.O.B, de 29 anos, casado que foi visto as duas horas e quarenta e cinco minutos mais ou menos,  tirando seu automóvel de sua residência localizada na rua Quinze de Novembro nº 81. Ligou a marcha e não deu apartida, o declarante desceu a rua com o motor desligado e em marcha ré, ao fazer a curva da esquina com a rua Bejamim Constant, olhando para trás do carro, acabou ferindo um senhora  já idosa, como afirma o processo ,“ um tanto cega e surda’’.
Imediatamente após o acidente, O.O. B ligou para a polícia e prestou os socorros. A vítima foi conduzida por uma ambulância até a Santa Casa, onde foi atendida.

O declarante nada mais disse sobre o caso.

Daniela Boaventura, aluna do quinto semestre de Jornalismo da Unimep.

Pesquisa realizada no acervo do Fórum.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Edda Mussolini visita Piracicaba


O ano de 1939 representa uma época fatídica nos acontecimentos da política mundial, é nele que se inicia a 2ª Guerra Mundial, um dos episódios mais marcantes do século XX.

O jornal “O Diário”, que circulava em Piracicaba (SP) no período, foi responsável por relatar a visita de uma condessa que tinha por sobrenome um dos nomes mais conhecidos no contexto político mundial, Edda Mussolini.

Edda Mussolini Ciano era esposa do Sr. Conde Ciano, ministro do exterior da Itália, e filha de Benito Mussolini, chefe do governo Italiano e criador do partido fascista. Com sua comitiva, Edda visitou algumas cidades do Brasil, entre elas Piracicaba, a convite da família Morganti, donos da fazenda Monte Alegre.

No dia 31 de Maio um anúncio na página principal de “O Diário” convidava a população para saudar a visitante:


Na data da visita, uma correção sobre o local do encontro era anunciada:


No outro dia, um artigo de capa descrevia a visita ocorrida. Recebida com todo um cerimonial na fazenda Monte Alegre, com a presença de autoridades, uma orquestra era responsável por tocar os Hinos do Brasil, da Itália e a marcha fascista em sua recepção.


A condessa almoçou e visitou rapidamente as instalações do local e partiu rumo a Estação da Paulista, onde uma multidão a aguardava. Por fim, a visita acabou de maneira pouco feliz para a população que queria saudar a condessa, como conferimos no trecho a seguir:


Adriano Zaulkauskas, aluno do sétimo semestre do curso de História da UNIMEP.
Pesquisa realizada no acervo O Diário.


sexta-feira, 10 de abril de 2015

Crianças morrem subnutridas no nordeste


Em 1980, a falta de chuva obrigou o governo federal decretar estado de calamidade pública em boa parte do nordeste, informou reportagem do jornal ‘O Movimento’. O repórter do periódico, Ivo Patarra percorreu a região mais atingida pela seca. “Viu miséria e desvio de dinheiro”, cita o texto.

Um dos casos de corrupção relatado, é de uma casa de luxo construída com o dinheiro do Plano de Emergência de Combate as Secas. Outro caso que chama a atenção é o enterro de crianças no pobre cemitério de Aracatiaçu, distrito do município cearense de Sobral (230 quilômetros de Fortaleza).



Na época, afirmou o jornal, o deputado José Parente Prado denunciava então que 12 crianças teriam morrido subnutridas no distrito. Até julho daquele ano, 27 crianças foram enterradas no cemitério. “Morreu muito magra, sem nenhuma alimentação”, contou a juíza de Paz Antonia Cleonice ao periódico, que informou também que a maioria tinham menos de um ano de idade.

Entre os mortos está L.F.P, que morreu com um mês e 25 dias de vida. “Morreu comendo papa d’água”, dizia o texto. No vale do Jaguaribe, também no Ceará, o médico Daltro Holanda, que dirigia o hospital da cidade de Russas, contou que, de cada mil crianças que nasciam no nordeste, 500 não completariam cinco anos de idade.“Nós estamos resistindo e morrendo no nordeste há três séculos e meio”, reclamou.




Reinaldo Diniz, aluno do quinto semestre do curso de Jornalismo da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo do jornal ‘O Movimento’.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Mais cartas de Chiarini



Retomando um tema já falado aqui no blog, sobre as cartas de João Chiarini, dessa vez vamos falar de uma caixa que temos aqui no acervo, com cartas anteriores a década de 60. 

Lá encontramos cartas que Chiarini trocava com Mário de Andrade.  Nelas, Mário de  Andrade sempre dialogou sobre folclore,  questionando Chiarini sobre termos utilizados em festas populares.

Na mesma pasta temos cartas de José Oswald Antonio de Andrade (filho de Oswald de Andrade). José Oswald Antonio de Andrade foi um pintor, escritor, jornalista, músico e foi chefe da "Secção de Expansão Cultural” do Governo de São Paulo. Interessado em enriquecer o arquivo folclórico da entidade, se correspondeu com Chiarini para saber mais detalhes sobre afinações de viola em Piracicaba.

Roger Bastide, sociólogo francês que integrou a missão francesa que veio ao Brasil por ocasião da fundação da USP, outro que se correspondia com Chiarini, em uma das cartas fala que veio para Piracicaba conversar com o folclorista mas não conseguiu entrar em contato com Chiarini, “Não sei si foi por coisa do meu sotaque francez: mas ninguém entendeu do termo “folclore”.

Bastide também fala em outra carta que adorou conhecer o Centro de Folclore e a cidade de Piracicaba, conhecendo a ESALQ, o Engenho Central . Na visita de Bastide a Piracicaba, Chiarini lhe explicou sobre a catira, o bate pé, e que tudo isso o ajudou a gostar e entender mais sobre o folclore paulista.

A importância do acervo e pesquisa folclórica de Chiarini era também de conhecimento do Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura, da Comissão Nacional de Folclore. Em carta recebida em 1947, o IBECC,  pede a colaboração de Chiarini para o desenvolvimento de atividades folclóricas pelo Brasil. Mais tarde, Renato Almeida, do IBECC, indicou o nome de João Chiarini para ser correspondente  do International Folk Music Council, em Londres.


Todo esse material está disponível para pesquisa em nosso acervo.



Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.