Espaço MEMÓRIA PIRACICABANA

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terça-feira, 30 de abril de 2019

Chuva, suor e champanhe


Na edição do dia 26 de abril de 1985, a Revista Placar publicou uma matéria celebrando a primeira vitória na Fórmula 1 do então jovem promissor de 25 anos Ayrton Senna, no GP de Portugal, que aconteceu no dia 21 daquele mês. Debaixo de uma tempestade que alagou o autódromo, o futuro tri campeão dominou a corrida com maestria, chegando a colocar uma volta de vantagem frente ao terceiro colocado, o francês Patrick Tambay, da Renault.


Os treinos já haviam sido especiais, Ayrton fez a pole com uma volta recorde da pista, e na corrida liderou de ponta a ponta, sendo mais rápido que todos os adversários até o fim, que veio após duas horas de prova (o tempo limite).

Dos 26 pilotos que começaram o Grande Prêmio de Portugal, apenas nove conseguiram terminar. Alan Prost, que se tornaria o grande rival do Ayrton nas próximas temporadas, encerrou sua prova aquaplanando para fora da pista.

Senna já havia demonstrado sua excepcional capacidade de dirigir sob forte chuva no ano anterior, quando em uma clássica corrida em Mônaco, colecionou ultrapassagens, não vencendo a prova apenas por ter sido encerrada na volta 35 do total de 76. Foi alegado falta de condições de segurança.

Com esta vitória, Senna se tornou o quarto brasileiro a vencer um Grande Prêmio de Fórmula 1. Até então apenas Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e José Carlos Pace haviam vencidos uma etapa. Ayrton dedicou a vitória para sua família, e sua equipe, a Lotus.


Roberto Carlos Habermann, aluno do quinto semestre do curso de Publicidade e Propaganda da UNIMEP.
Pesquisa realizada no Acervo “Rocha Netto”.


segunda-feira, 22 de abril de 2019

Relatos sobre Xingu


O livro “Xingu, Os Índios seus Mitos” dos irmãos Orlando e Claudio Villas Boas, antropólogos reconhecidos pelas suas obras em relação aos indígenas brasileiros, relata a história da expedição dos irmãos a região do atual Parque Indígena do Xingu.

A primeira parte relata os povoadores que chegaram em 1946 até meados de 1960, em vista que a primeira publicação da obra é datada de 1973. As tribos desaparecidas, sejam por interferência direta do homem sobre o indígena, sejam por doenças espalhadas, as quais os índios não possuíam anticorpos para combater. As tribos hostis e arredias nessa região e a história mística sobre esse mesmo local.

E a segunda parte, na qual os autores focam em coletar histórias lendárias e místicas dos indígenas, se preocupando em assinalar de qual tribo o conto é recolhido e demonstrando sempre a cultura presente dessas tribos.


André Bellaz, estudante do 7º semestre do curso de História na Unimep.
Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.

segunda-feira, 15 de abril de 2019

Uma história sem fadas


Erico Veríssimo escreveu um romance baseado em dados históricos sobre Joana D´Arc. Veríssimo explicou que “(...) estando eu em Paris, numa clara manhã, de domingo visitei a catedral de Notre-Dame, e vendo sob uma de suas maravilhosas rosáceas uma imagem de Joana D´Arc, eu, homem sem fé, me senti impelido a acender uma vela aos pés da santa.”

“A figura de Joana D´Arc exerceu grande fascínio sobre o espírito do menino que um dia fui. E como todo homem adulto,  mais cedo ou mais tarde, acaba por pagar as promessas feitas consciente ou inconscientemente à sua infância e adolescência – decidi escrever a história da vida, paixão e morte da Donzela de Orléans.”






Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.

segunda-feira, 8 de abril de 2019

Inauguração dos cursos superiores



No dia primeiro de abril de 1964 foram realizados os vestibulares para os cursos superiores oferecidos pelo Instituto Educacional Piracicabano. Economia, Contábeis e Administração de Empresas formaram o “ECA”, que veio suprir uma necessidade de ensino na cidade.
Naquele mês, o jornal “O Diário de Piracicaba” publicou uma matéria avisando os leitores sobre a aula inaugural do curso superior de Ciências Econômicas, a ser realizado, na época, no “Instituto de Educação – O Piracicabano”.

O texto chama atenção para a presença do então diretor da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Mackenzie, Dr. Paulo Guaraci Silveira. Além dos esforços do "Sr. Jacques Dias Alvim, diretor da faculdade piracicabana, em cumprir com todas as finalidades do curso, elevando ainda mais o nome da cidade no setor educacional".

Roberto Carlos Habermann, aluno do quinto semestre do curso de Publicidade e Propaganda da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo “O Diário”

terça-feira, 2 de abril de 2019

O Estado Militar


A militarização profunda no Estado Brasileiro

Texto de 1981 do Jornal Movimento


“Na semana que passou – dezessete anos após o golpe militar de 31 de março de 1964 – podia-se coletar, na leitura dos principais jornais brasileiros, as seguintes notícias: um operário que discursava na assembleia de 15 mil metalúrgicos em São Bernardo do Campo dizia que “no Brasil  o Exército só existe para massacrar os trabalhadores” e que “os militares que governam o país são capachos das multinacionais, que são nossos governantes de fato”;  banqueiros suíços revelam-se satisfeitos com a “orientação positiva dos militares brasileiros quanto aos investimentos estrangeiros”; o general Antonio Bandeira era nomeado para a chefia do Grupo Executivo da Política de Transportes (GEI-POT); uma reportagem revela que o SNI guarda em seu poder as fichas de 250 mil cidadãos brasileiros; um juiz auditor era guindado ao Superior Tribunal Militar, não em razão do seu “notável saber jurídico”, e sim, pelo fato de o seu curriculum vitae registrar uma medalha de Amigos da Marinha, dois elogios partidos de altas patentes militares e quatro conferências pronunciadas em quartéis; a SBPC preparava documento reivindicando a extinção das assessorias de segurança das Universidades. Ao lado dessas notícias , figurava uma anedota trágica: em Fortaleza, um suboficial das Forças Armadas, depois de quase ter atropelado um passante, resolveu puni-lo com um tapa e uma ordem de prisão.

Esses fatos isolados, se aproximados uns dos outros, indicam algo que é indispensável denunciar, nestes tempos de “abertura”: ou seja, que a ditadura militar brasileira não se reduz à presença de um governo militar ( o presidente e os seus ministros), nem à coexistência desequilibrada de um “Executivo forte” com um “Congresso forte”. Nesses últimos dezessete anos, não assistimos apenas à aparição do personagem “general-presidente” ou ao reforço do poder Executivo: muito mais que isso, fomos testemunhas de um amplo e profundo processo de militarização do conjunto do aparelho de Estado.”


A edição desse jornal procurou mostrar como o aparato do Estado brasileiro tinha se tornado altamente militarizado pós golpe de 1964. 

O acervo jornal Movimento pode ser pesquisado no Espaço Memória Piracicabana.



Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo jornal Movimento.