Espaço MEMÓRIA PIRACICABANA

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segunda-feira, 30 de julho de 2018

O Metodismo reforça a educação superior em Piracicaba


O post da semana é sobre o início do oferecimento de cursos superiores pelo Instituto Educacional O Piracicabano (IEP) no ano de 1964. Os cursos que iniciaram essa nova fase educacional do metodismo em Piracicaba são os de Economia, Contabilidade e Administração de Empresas. 



De acordo com o jornal O Diário de 1964, os cursos trariam muitos benefícios para a cidade, como o curso de Economia que teria a oportunidade de contribuir para acelerar o esforço desenvolvimentista em que o país se encontrava no período (1964). O curso de contabilidade, atenderia a Lei de Diretrizes e Bases Nacionais para a assinatura de balanços bancários e o de administração de empresas fortaleceria a necessidade da indústria da cidade, além de ser o 9º no país e primeiro do interior. Dirigida por Gustavo Jacques Dias, a faculdade abriu cursinhos para preparação do vestibular com presença inicial de 200 alunos.

Para consultar esta e outras publicações do “O Diário de Piracicaba” visite nosso acervo!


André F. G. Bellaz, aluno do 5º Semestre do curso de História da UNIMEP.
Pesquisa realizada no acervo Diário de Piracicaba.


segunda-feira, 23 de julho de 2018

Frou-Frou: De homens para mulheres


O acervo Rocha Netto possuí várias preciosidades, porém, estas não são exclusivamente sobre esportes. Vasculhando as prateleiras podemos encontrar raridades como três exemplares da revista Frou-Frou entre outros veículos com conteúdos que passeiam entre o cinema, Tv, rádio e literatura.

A Frou-Frou inicia suas publicações em meados de 1908 sendo, desde o princípio, uma produção voltada para o público feminino. Os exemplares que se encontram no Espaço Memória Piracicabana são edições do Rio de Janeiro e datam de 1923, 25 e 29, porém há registros de atividades da revista em outras cidades. As primeiras edições que podemos encontrar são produções de uma redação localizada em Recife, capital pernambucana.


Engana-se quem pensa que essa publicação dos anos 20 se assemelha com as revistas femininas atuais. Onde hoje encontramos fofocas e diretrizes de estilo de vida, a Frou-Frou trazia matérias sobre cinema, esportes femininos, balanços econômicos, bastidores de grandes produções cinematográficas e inclusive a programação teatral mensal da cidade do Rio. Além disso, a revista mantinha uma diferenciada coluna social onde publicava fotos de eventos ou pontos turísticos da cidade e uma editoria intitulada “No mundo artístico” que era dedicada a falar sobre a arte da fotografia e as novas técnicas que vinham sendo descobertas.


As charmosas capas e a tipografia chamativa dos títulos das matérias era o que diferenciava a Frou-Frou das demais revistas de sua época. Outro ponto característico dela era o grande número de crônicas publicadas e em meio a estas, diversos anúncios voltados para o público feminino da época que iam desde móveis, cadernetas de poupança e eletrodomésticos até lojas de artigos infantis e loções para o cabelo.


O número avulso da revista custava entre 3000 e 2500 réis e tinha em média 38 páginas, contando com a capa e o verso. É interessante nos atentarmos também para o fato de que a Frou-Frou era uma revista que visava atingir o público feminino, mais especificamente esposas, porém ela era idealizada e dirigida por homens.
Embora a Frou-Frou fizesse parte da categoria de periódicos de cinema e teatro, ela era muito mais um simples informativo de estreias do que uma publicação de debates e críticas.



Sttefanie Erescov, aluna do quinto semestre de jornalismo da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo Rocha Netto.


segunda-feira, 16 de julho de 2018

No Universo Folclórico dos Toques


Mais uma vez procurando pelo vasto acervo folclórico do nosso saudoso João Chiarini, encontramos um exemplar da “Revista Folclore” que fazia parte da ‘Associação de Folclore e Artesanato do Guarujá’, do ano de 1980, edição nº 5. Na página 7 encontra-se o texto intitulado “Toques de Sino e seu universo folclórico” da pesquisadora Maria do Carmo Vendramini sobre o uso dos sinos ao longo da história.



Desde o início colonial os sinos tiveram varias funções, sobretudo no período em que a Igreja era ponto de reuniões das comunidades e também assumia o papel de agente de comunicação desses meios. Cada sinal emitido pelos sinos possuía – como tudo dentro do viés eclesiástico – dogmas e costumes locais que regulavam e adequavam as necessidades de cada grupo ou daquilo que se era entendido pelo sineiro. Observa-se aí parte de sua característica folclórica, ou seja, os toques e ritmos eram ditados de acordo com os hábitos e necessidades de cada grupo, incorporando-se a cultura local dos mesmos.
A pesquisadora ressalta que no universo folclórico dos toques de sinos, o processo de transmissão oral e tradicional permite a repetição dos toques através do tempo. As eventuais modificações aparecem de maneira lenta e gradativa e podem atingir desde a estrutura rítmica do toque até horários em que são acionados, duração, timbres dos sinos usados, etc.

Fonte: Google


Venturini ainda faz questão de ressaltar a importância da contribuição da cultura africana e afrodescendente na constituição e consolidação musical dos sinos, e isso pode ser evidenciado tanto pela complexidade rítmica de certos toques, - diversos toques conhecidos dentro da cultura negra, como o chamado “barravento” foram encontrados em várias sequências de sineiros - quanto na participação negra e mestiça dentro das igrejas brasileiras. Mesmo com as restrições baseadas na cor da pele, os impedimentos de permanência de negros dentro das igrejas não se estendiam até o sineiro, talvez pelo valor secundário que se dava à função, ou porque tal atividade era considerada “bruta” para ser realizada por outros que não os escravizados.
O texto completo pode ser consultado aqui no Espaço Memória Piracicabana.


Natália Severino, aluna do sexto semestre do curso de História na UNIMEP.
Pesquisa realizada no acervo de João Chiarini.


terça-feira, 10 de julho de 2018

Juiz desconfiado


Hoje o blog traz o acervo do fórum e o processo em questão trata do abandono familiar supostamente cometido por P.S. contra a esposa J.C.S. e os filhos L. e J.C. e testemunhado por algumas pessoas.
No dia 27 de Julho do ano de 1943, se apresentou na delegacia da cidade de Piracicaba, a Sra. J.C.S. alegando que o marido P.S. teria abandonado sua família em detrimento do “vício de embriaguez”. Também alegava que o marido havia lhe transmitido “moléstia venérea”, pois o havia encontrado na casa de outra mulher.

Foram chamadas algumas testemunhas por parte da requerente:

A primeira:
Moradora temporária na casa de P.S. confirmou o hábito de embriaguez que o requerido havia desenvolvido nos últimos meses.
A segunda:
Marido da primeira testemunha e tio da requerente acrescentou a ameaça de morte que este havia presenciado onde P.S. alegou que caso tivesse uma arma de fogo já teria matado a esposa.
A terceira:
Confirmou a ameaça com uma garrucha encostada contra o peito da requerente, onde o acusado teria dito “é isso o que te vale de estar essa mulher aqui”. 

O juiz então chamou P.S para depor, e no depoimento P.S. afirmou receber apenas R$ 1,5 cruzeiro por hora e que, não dando para sustentar a família, bebia por desgosto.

Por fim, depois de serem feitos exames de corpo delito, o juiz decide absolver o acusado, pois se sentiu desconfiado de todas as acusações feitas pela requerente.

André F. G. Bellaz, aluno do quinto semestre do curso de História da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo do Fórum.

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Poesia Russa Moderna


“A poesia russa, considerada sobretudo nas três primeiras décadas do século, é das que oferecem maior riqueza e fermentação de rumos dentro da modernidade.” O livro “Poesia Russa Moderna” com tradução de Augusto de Campos e Haroldo de Campos reúne os maiores poetas russos do século XX. Nomes como Andrièi Bièli, Aleksandr Blok, Vladimir Maiakóvski entre outros, compõem a antologia.


“Selecionaram-se poemas de teor participante, lírico, satírico, meditativo, descritivo ou mesmo metalinguístico (poemas sobre o próprio poema ou cujo tema é a exploração da palavra poética em si mesma), suscetíveis todos, no seu conjunto, de dar uma visão do complexo mundo da poesia russa e da sua correlação, não de “harmonia idílica”, mas de “tensão dialética”, como diria ainda Roman Jakobson, com a agitada realidade de seu país, marcada pelo magno acontecimento da Revolução de Outubro”.


O livro pode ser encontrado no acervo de João Chiarini e está disponível para pesquisa.

Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.