Espaço MEMÓRIA PIRACICABANA

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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

1848 e a Insurreição de escravos em Piracicaba


Jornal data de 1º de agosto no ano de 1953.


Em uma das caixas do acervo de Jair Toledo, um jornal do “Diário de Piracicaba”,  comemorativo de 1º de agosto de 1953, encontra-se a seguinte matéria “Insurreição de escravos em Piracicaba, a tentativa de 1848”.
Nele, Nelson Camponez de Oliveira nos conta que em 1848 Piracicaba passou por uma epidemia de varíola e os mais afetados foram os escravos e a população livre pobre da cidade. O fato da cidade não ter muitos médicos aliado ao descaso do poder público com os mais necessitados provocou centenas de mortes.
Oliveira conta que “Os indigentes, os escravos, os mais humildes e mais desgraçados, êsses foram descansar num campo em aberto, futuro cemitério existente junto ao Pasto de Santo Antonio, (um e outro compreendiam larga faixa de terreno, de vários quarteirões). (...) descansar não é bem o termo, pois, enterrados quase a flor da terra e sem maior resguardo, ficavam ali esquecidos e sujeitos ao ataque de cainçalha que perambulava pelos arredores. Contava-se mesmo que, certa vez, foi visto um cão a devorar um cadáver....”
No post da próxima semana confiram a que isto levou.

Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo: Jair Toledo Veiga.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Curandeirismo

O processo contou com depoimentos de italianos, brasileiros e espanhóis.



No dia doze de agosto de mil novecentos e vinte e dois, o fórum de Piracicaba registrou um processo contra um imigrante italiano acusado de uma prática não muito comum.
O varredor de rua ‘D.D.B’, natural de Palermo, residente do Largo da Santa Cruz “onde atualmente se encontra o Bairro Alto”, foi acusado pelo também colono italiano ‘A.B’ de praticar curandeirismo e com isso espantar as pessoas da região onde morava, entre as testemunhas se encontram brasileiros e espanhóis. 
No inquérito policial as testemunhas afirmaram que os preços das consultas e dos medicamentos eram abusivos apesar de sua eficiência, outros ainda temiam por sua integridade afirmando que ele os ameaçava com bruxaria.
No final do processo o idoso negou as acusações e afirmou que devolveria o dinheiro de seus clientes sem maiores problemas mesmo sendo acordados verbalmente entre as partes os termos que favoreciam o idoso.


André Medolago,
 aluno do quarto semestre de Jornalismo da UNIMEP.
Pesquisa Realizada no acervo do Fórum.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

XV CAMPEÃO DO INTERIOR!


Jogadores do Nhô Quim viajaram até a capital para enfrentar o C.A Cravinhos na final.



Em 17 de abril de 1932, Nenzo, segundo as palavras do próprio Rocha Netto, “obtém o tento que deu fim ao jogo três minutos antes do tempo regulamentar”. Nesse dia o XV consegue vencer o Cravinhos e conquista o título de Campeão do Interior.
Rocha Netto explica que o jogo em si já foi angustiante, “(...) a luta não terminou no tempo regulamentar, já que o C.A. Cravinhos abandonou o campo quando ainda restavam três minutos para o término do jogo em sinal de protesto contra a legitimidade de tento que deu a vitória ao seu adversário. Essa atitude, que aberra contra os princípios da finalidade esportiva , constituiu sem dúvida alguma mancha negra da partida. O XV obteve o cetro de Campeão do Interior com todas as honras e o gesto antiesportivo do seu contendor, não a reconhecendo como legítima, somente serve para valorizá-la mais, porquanto até o momento  de obtê-la (cinco  minutos antes de findar o encontro) vinha lutando sempre com perseverança e sobretudo com a maior resignação ante os graves erros do juiz em seu prejuízo.”

Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo: Rocha Netto.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Superstições


Capa do trabalho que pertence ao acervo de João Chiarini

          Em um trabalho sobre cultura popular e superstições feito por jovens do ensino médio nos anos 60 a definição de superstição é: “ Tudo tido como culto de algum não verdadeiro nome, algum nome ou coisa que não existe ou é claro e se divide em idolatrias, adivinhações, cerimônias e vãs observações”.

Por exemplo, os romanos eram um povo muito supersticioso e isso ia da consideração do vôo das aves e até a das entranhas das suas vítimas.
Na escrupulosa e totalmente irreligiosa fatuidade dos que receiam como prognóstico de alguma desgraça seguem algumas famosas superstições nacionais retiradas desses trabalhos que datam do ano de 1968:


* Uma árvore derrubada sobre a estrada, nos sertões é sinal de mau agouro.
* Todo aquele que tiver de casar deve entrar na igreja com o pé direito.
* Alfinete apanhado no chão dá felicidade e sorte para a pessoa que o encontram, porém só no dia que apanhado.
* Treze pessoas na mesa de jantar não é um bom sinal.
* Doente que muda a cabeceira da cama é porque vai morrer.
* Quem se despede muitas vezes, morre cedo.
* Não se deve varrer pé de moça solteira, pois essa depois não conseguirá se casar.
* Mostrar uma estrela com o dedo faz nascer verruga.
* Quem lava a cabeça em agosto acaba ficando louco.
* Chinelo virado para baixo é ruim, sua mãe pode morrer.


André Medolago, aluno do quarto semestre de Jornalismo na UNIMEP.


Pesquisa realizada no Acervo: João Chiarini

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O golpe



Capa do Diário de Piracicaba


Lembrando-se de temas recentes como a criação da Comissão da Verdade e protestos pelo país contra torturadores que ainda não foram julgados, no dia 2 de abril de 1964, o Jornal “O Diário de Piracicaba” já anunciava o golpe que deu início a Ditadura Militar.

O falso discurso também se faz presente em trechos como “Lembraram as autoridades que o país está sob o regime da lei e da ordem e que agiram com energia para assegurar a tranquilidade da população” (“Diário de Piracicaba”, 2 de abril de 1964).
Em outro artigo, a perseguição política se mostra mais evidente: “Cerca de 40 deputados poderão ter cassados os seus mandatos” (“Diário de Piracicaba”, 3 de abril de 1964). Entre os 40 deputados cassados, estavam nomes como: Leonel Brizola e Rubens Paiva.
O Acervo dos jornais do “Diário de Piracicaba”, mantidos no Espaço Memória Piracicabana, nos proporciona um rico material para debates e críticas sobre a História da cidade e do país.

Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo: O Diário