Espaço MEMÓRIA PIRACICABANA

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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Homenagem ao grande pintor brasileiro Almeida Junior


No acervo O Diário, encontramos uma homenagem (notícia datada de 13/11/1942) que Piracicaba fez em memória do grande pintor brasileiro Almeida Junior. O pintor estudou na Academia Imperial de Belas Artes e teve aulas de desenho com Jules Le Chevrel e aulas de pintura com Victor Meirelles (pintor brasileiro – 1832-1903). Após a conclusão de seus estudos, Almeida Junior retorna a sua cidade de origem- Itú, onde abre um ateliê em 1875 atuando como retratista e professor de desenho.

Em visita ao interior de São Paulo, o imperador Dom Pedro II ficou impressionado com o trabalho do artista e concedeu uma bolsa de estudos na Europa. Em 1886 Victor Meirelles o convida para ocupar sua vaga na AIBA (Academia Imperial de Belas Artes), no entanto Almeida Junior não aceitou.


O artigo continua homenageando o pintor, contando que no 43° aniversário da morte de Almeida Junior, “cujos restos mortais repousam no cemitério de nossa cidade (Piracicaba)”, se iniciou com uma celebração na igreja matriz de Santo Antonio. Após a celebração religiosa, seguiu-se uma romaria até o túmulo de Almeida Júnior. Participaram do evento uma comissão composta por representantes do Conselho de Orientação Artística de São Paulo, Museu Nacional Paulista, Escola de Belas Artes de São Paulo, Sociedade de Belas Artes do Rio de Janeiro entre outras.


Silvana Meirielle Cardoso, aluna do sexto semestre do curso de História da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo O Diário.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Cruz e Sousa

João da Cruz e Sousa (1861-1898) nasceu em Florianópolis, sendo filho de ex-escravos (Guilherme da Cruz e Carolina Eva da Conceição). Tornou-se um dos precursores da poesia simbolista no Brasil com os livros “Missal” e “Broquéis”. Seu apelido era “Dante Negro”.


Ao longo de sua vida, passou por muito preconceito racial, perdendo o emprego como promotor público pelo fato de ser negro. No acervo de Chiarini encontramos um livro publicado em 1945, com uma coletânea de poemas de Cruz e Sousa:



Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

A nova Paz entre a Igreja e o Estado: A visita de João Paulo II ajudará a unir os poloneses?


No Jornal “O movimento” datado de 04 a 16/06/1979 se encontra um interessante artigo referente à situação internacional da época.


Sob autoria de Manuel Lucbert, a visita do Papa João Paulo II, obteve um duplo grau de significação para a igreja, e para o estado polonês. A importância da visita do Papa se da por meio de uma análise do discurso entre o primeiro secretário do partido operário unificado Edward Gierek, e o cardeal Wayszynsky, arcebispo de Varsóvia, a fim de que se completassem os preparativos para a visita do papa. O autor destaca o grau de significação de ambas as partes, “Igreja e Estado”, preocupados em criar as melhores condições para a visita.
Para Gierek, ambas as autoridades se convergem para tal acontecimento e, o que esta em pauta, é a convicção de “novos impulsos da cooperação e fortalecimento entre as relações da polônia e do vaticano”, “pertencente” ao clima atual, “de modo geral a igreja preferia falar de normalização das relações”, fortalecendo com isso a unidade dos poloneses, ou seja, o cumprimento dos objetivos nacionais, patrióticos.
O arcebispo de Varsóvia destaca a significação da visita do papa para o fortalecimento da missão religiosa na Polônia, apelando de forma indireta para que o acontecimento ocorra com ordem e serenidade. Tal afirmação evidencia o “objetivo de prevenir eventuais desordens, que não seriam do interesse de nenhuma das partes”.
A visita de João Paulo II obteve um alto grau de comprometimento seja com a missão religiosa como destaca o arcebispo, seja pela importância de seu papel político. Na medida em que o Papa une em seu pontificado aspectos e diretrizes político-religiosas, favorecendo a união dos poloneses e destacando a importância do Solidarność (Solidariedade), primeiro movimento sindical não comunista em um país comunista.



Silvana Meirielle Cardoso, aluna do sexto semestre do curso de História da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo Jornal Movimento. 

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Bateria foi criada por piracicabano

Histórias contam que a bateria, instrumento de percussão, surgiu na década de 20, por músicos dos Estado Unidos, mas de acordo com uma reportagem do Jornal de Piracicaba (SP), e tendo partes reproduzidas no livro XV de Piracicaba: 100 anos – Destemido e Valente, o qual está preservado no acervo Rocha Netto, foi o jogador quinzista João Félix de Arruda, que apresentou a primeira bateria, invenção sua, a um grupo de amigos.

“O aparelho apresentado às pessoas era composto de um bumbo, pratos, rufo, triângulo e chocalho”, cita o texto.

Historiadores também registram outro brasileiro, o carioca Luciano Perrone, com apenas 14 anos, como criador da bateria. Como o garoto nasceu em 1908, sua ligação com o instrumento ocorreu em 1922, três anos depois da experiência realizada por Félix de Arruda.

Arruda foi atleta do XV, entre 1914 e 1919. Jogou também pelo Sport Club Corinthians 

Paulista, “dedicando-se, posteriormente, a penas à bateria, apresentando-se em todos os cantos do mundo até a sua prematura morte, em 1928.



Reinaldo Diniz,  aluno do sexto semestre do curso de Jornalismo da Unimep.

Pesquisa realizada no acervo Rocha Netto.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Violência contra a Mulher, mais um caso



Um processo do Fórum, de 1939, narra mais um caso de violência contra a mulher, tendo como autor o marido da vítima.  Mariana, 22 anos, deu entrada na Santa Casa de Piracicaba após levar um tiro de garrucha no rosto. Segundo a vítima, ela viu seu marido, Osório, na esquina conversando com uma pessoa que não conhecia e o chamou, porém ele não atendeu seu chamado. Após insistir, passou a xingar o companheiro.


Quando Osório retornou para a casa, passaram a discutir, e Mariana foi para a casa de seu pai, retornando ás 22 horas. Segundo a mulher, quando retornou, o marido estava deitado, e ela passou a insultá-lo, chamando-o de “cachaceiro”. Ele se levantou e tentou sair de casa, sendo impedido por ela.  Enfurecido, o homem pegou a garrucha, que estava sobre um móvel e fez um disparo contra a esposa, atingindo-a no rosto. Mariana saiu correndo em direção a casa de seu pai, onde foi socorrida e atendida pelas autoridades, Osório chegou pouco depois,  entregando-se.

Um depoimento similar foi dado por Osório, no qual confirmou ter atirado contra a esposa e algumas testemunhas foram ouvidas pelo delegado, mas não acrescentaram detalhes, exceto que as discussões entre o casal eram constantes.

Um laudo médico detalhou o grave ferimento “[...]ao exame apresenta: um ferimento por bala no rosto: o instrumento vulnerante penetrou na região masseteriana esquerda, onde ha queimaduras de polvora deflagrada junto ao orificio de entrada, e sahiu pelo ouvido direito[...]ocasionando abundante hemorrhagia nasal e pelo ouvido direito[...]”.

Apesar da gravidade do ferimento, o relatório do delegado já demonstrava que o caso não teria maiores consequências para o acusado. A promotoria do caso tentou agravar a pena, pois, a agressão teria sido contra a esposa. Porém, a defesa alegou que Osório estava fora de si, e a esposa o teria ofendido, também ofendendo sua mãe, já falecida.

O juiz declarou Osório culpado pelo crime, contudo, sem acrescentar agravantes e colocando atenuantes que diminuíram a pena.

“Nessas condições, julgo provada a dennuncia[...]como condeno, o réu Osório a cumprir, na cadeia publíca local, a pena de cinco mezes e quinze dias de prisão[...] Custas pelo réu que tambem deverá pagar cincoenta mil réis de selo penitenciario[...]”

Posteriormente, a defesa recorreu da sentença, alegando que Osório era primário, e que não demonstrou caráter perverso. A defesa alegou ainda que o condenado era pobre e não poderia custear o valor sentenciado. Resultando no abrandamento da pena.

Adriano Zaulkauskas, aluno do sétimo semestre do curso de História, da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo Fórum.