Espaço MEMÓRIA PIRACICABANA

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segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Novos Corpos – Pelos Velhos?




No dia 15 de julho de 1957, a revista “Manchete” publicou uma propaganda curiosa com o título de “Novos Corpos – Pelos Velhos?”.

Esse anúncio era voltado para o público masculino com a venda do livro “Salud y Fuerza Perdurables” escrito por Charles Atlas. O intuito de transformar homens “raquíticos”, “gordos e balofos” para “começar viver de verdade”, na promessa de se transformarem em novas pessoas, homens mais viris e fortes, com as instruções do livro.

Mas o que tem de mais especial nesse produto no que dos outros? O escritor desenvolveu a “tensão Dinâmica”, que se baseia em métodos simples e naturais, que qualquer um pode praticar em casa, em apenas 15 minutos diários. Charles Atlas usa um termo para resumir essa tensão em “energia viril”. Para ressaltar mais ainda propaganda, ele usa o Thomas Manfre (ele esta na fotografia), que recebeu o troféu campeão Atlas pelo seu corpo e milhares que adquiriram esse produto ficaram igual ao Thomas e ainda afirmava que “poderia mudar o curso de sua vida”.





Vanessa Caroline Segredo, aluna do 4º semestre do curso de História da UNIMEP.
Pesquisa realizada no Acervo Rocha Netto.

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Saúde pública ou exagero?


Dia 29 de janeiro de 1946, o então Promotor Público da Comarca, Dr. Hamilton Dragomiroff Franco, iniciou um inquérito referente a uma garrafa de vinho tinto chileno da marca “Vinex Carbenete”, adulterada no Hotel Roxy.                                                                                             
                                                                                                                                           Hamilton pediu a bebida para acompanhar o jantar que estava realizando com o estudante Rodolpho Camargo, que era seu convidado. Após o garçom Sebastião de Vieira de Assis o servir, Hamilton percebeu um forte gosto e cheiro de mentol, substância que não deveria ser encontrada na bebida.

Com a justificativa de ser um caso de saúde pública, o inquérito foi aberto e a garrafa foi enviada ao Instituto Adolfo Lutz, Laboratório Central de Saúde Pública do Estado, para ser examinada.

Enquanto isso a investigação realizada pela Delegacia de Polícia de Piracicaba não conseguiu encontrar a fonte da adulteração, uma vez que o então responsável pelo Hotel, Mauro de Lucca Filho, informou aos oficiais que a bebida havia sido adquirida por meio da engarrafadora “Buenos-Ayres”, cuja empresa alegou não ter relação com o ocorrido.
“[...] podendo o declarante afirmar que o vinho que importa é engarrafado do módo que recebe, pois, o declarante está trabalhando nesse ramo de negocio há dezoito mêses e nunca teve nenhuma reclamação [...]”

Os resultados dos testes comprovaram que o vinho realmente era adulterado e que a quantidade de mentol era alta. Sendo a conclusão que o produto era “improprio para o consumo por estar em desacôrdo com os regulamentos em vigôr”.

O juiz desconfiou que o proprietário do Hotel, Mauro de Lucca, possa ter aberto a garrafa anteriormente e então substituído o conteúdo. Mauro foi intimidado diversas vezes a prestar depoimentos, mas por supostos motivos de saúde mudou-se para São Pedro, então não comparecendo a delegacia piracicabana.

Por fim em 29 de setembro de 1949, decidiram arquivar o processo, sem futuros desdobramentos.




Roberto Carlos Habermann, aluno do 6º semestre do curso de Publicidade e Propaganda da UNIMEP.
Pesquisa realizada no Acervo do Fórum.



terça-feira, 15 de outubro de 2019

CAAPI em Santa Terezinha


No dia 08 de Outubro de 1967, o jornal “O Diário de Piracicaba” publicou uma matéria sobre a Campanha de Alfabetização de Adultos de Piracicaba (CAAPI). A campanha no bairro estava em atividade há 40 dias e contava com 70 alunos, entre a maioria adulta, disposta em quatro salas sendo dividida por sexo, idade e trabalho para um trabalho mais homogêneo dentro da sala.  O Grupo Escola João Batista Nogueira contava com secundaristas e universitários para ensinar as pessoas à leitura e a escrita, além de ensinar-lhes a fazer contas e também um ensino básico em história.

           Todos os tipos de pessoas frequentavam o CAAPI do bairro, dentre eles, cortadores de cana que sacrificam três e às vezes 4 horas de um descanso necessário para se dedicarem ao aprendizado.  Sr. Antônio, o zelador, se encontrava todos os dias com os professores e alunos, quatro vezes por semana na porta do grupo.



André Bellaz, aluno do 8º semestre do curso de História da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo O Diário.


segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Os donos cantadores da palavra

Os cantadores, em suas andanças pelo Nordeste, cantavam versos pelos sertões, acompanhados de uma viola ou rabeca, usando, muitas vezes, tons de ironia em suas falas “autênticos comentaristas da nossa vida primitiva”.

Compositores de muitos materiais folclóricos, cantando por horas intermináveis de improviso e poesia sertaneja, tem sua história registrada nessa matéria por Leonardo Mota, pesquisador dedicado aos cantadores e ao folclore e que os conheceu com intimidade “convivendo com eles de igual para igual”.

“Tem duas coisas no mundo
Que eu nunca pude entendê:
É Pade i pro inferno,
Outra é Doutô morre.
Avoa, meu caboré,
Penera, meu gavião,
Palmatora quebra dedo,
Palmatora faz vergão,
Quebra os osso e quebra a carne
Mas não quebra opinião!”

- Versos de Anselmo, “analfabeto, sempre fez versos influenciado pelos desafios e cantigas que ouvira em sua meninice”, foi o mais famoso vate matuto da região do norte do Ceará.

Esse material pode ser pesquisado no acervo João Chiarini, em sua Hemeroteca. Nela pode ser encontrado panfletos de festas folclóricas, artigos e muito mais sobre o tema.

Nathália Cristina da Silva, aluna do 6º semestre do curso de História da UNIMEP.
Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.