Espaço MEMÓRIA PIRACICABANA

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segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Feliz Natal!

Nós, do Centro Cultural Martha Watts, desejamos a todos um FELIZ NATAL e um PRÓSPERO ANO NOVO!


O Blog ficará um tempinho sem atualizações, pois temos que nos concentrar na higienização do acervo. O Centro Cultural também entra em férias a partir do dia 26 de dezembro e só reabre no início de fevereiro.

Em breve voltaremos com textos semanais!



BOAS FESTAS!

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Julião, Nordeste, Revolução: A luta pela Reforma Agrária em Pernambuco

O livro da jornalista e socióloga Lêda Barreto “Julião-Nordeste-Revolução” faz parte do acervo João Chiarini e conta a história de Francisco Julião, um  advogado militante das ligas camponesas do agreste Pernambucano. Lutou incansavelmente ao longo de toda sua vida junto à SAPPP (Sociedade Agrícola e Pecuária dos Plantadores de Pernambuco) e pela Reforma Agrária na região.

“Julião não é um político que descobriu a massa camponesa para marchar com ela – ele é a própria voz dessa população rural que atinge os 40 milhões, mais da metade do total demográfico do Brasil. Nascido no campo, conhecendo de perto as angústias dessa massa abandonada, Julião foi procurado como advogado pelos camponeses da primeira Liga para defender-lhes os interesses numa questão de terra.”

No livro, Julião fala sobre ser marxista e respeitar a mística do campesinato brasileiro:

“Sou um radical mas não sou um sectário, declara Julião a esta repórter. O radicalismo não é uma limitação. Por isso respeito o misticismo camponês. O brasileiro de um modo geral e especialmente o camponês é, antes de tudo, um místico. Quero explicar porque na verdade tenho o maior respeito a este traço da personalidade do brasileiro, apesar de ser marxista. Libertei-me do misticismo mas não vou impor ao povo meu materialismo. Devemos aceitar o povo como êle é. Levo às massas uma mensagem que até hoje não lhes fôra levada e chego a elas através dos instrumentos que já estão sedimentados na sua consciência. Assim é que a figura do Cristo, com o seu conteúdo místico, não fica diminuída por uma análise puramente humana. Vejo o Cristo, abstraindo-me do aspecto divino, como o homem que libertou o seu povo da opressão romana, utilizando processos revolucionários para o seu tempo. Foi um verdadeiro rebelde contra os poderosos. Onde foi buscar os seus apóstolos? Entre os mais humildes, os pescadores principalmente.”

O livro também traça um panorama econômico, político e social do Nordeste brasileiro do período (década de 1960).

Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.

Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Projeto Jari - grilagem e desmatamento na Amazônia

O jornal “O Movimento” de 1979 denunciou o Projeto Jari, uma multinacional construída na Amazônia, na confluência entre o Rio Jari e Amazonas,  por Ludwig, um bilionário norte americano. Tudo em torno desse “projeto” de exploração de celulose se tornou suspeito, incluindo as declaradas relações de Ludwig com o regime ditatorial brasileiro.
“Venha mesmo para o nosso país, Mr Ludwig. O Brasil agora é um país seguro.” Com estas palavras o Marechal Castello Branco recebia em 1967 o milionário norte americano Daniel Ludwig, e lhe abria as portas do país, que é, segundo Otávio Ianni, ‘ uma das mais típicas manifestações da economia política da ditadura instalada no Brasil desde 1964.’’ As ligações políticas, econômicas e exploratórias de Ludwig iam desde relações próximas com Nixon até a fabricação de armas químicas durante a guerra do Vietnã. No entanto, seu império financeiro era proveniente do transporte de petróleo, da exploração de turismo e casas de jogos.

A primeira questão destacada na reportagem é que Ludwig se apropriou ilegalmente de mais de 3 milhões de hectares na Amazônia, um espaço três vezes maior do que ele tinha conseguido inicialmente. Além disso, tudo o que foi criado em torno da sua multinacional no Brasil era baseado na exploração de mão de obra barata e no não pagamento de impostos.
A reportagem detalha todos os segredos por trás do Projeto Jari e tem com fonte o livro “Projeto Jari: a invasão americana: as multinacionais estão saqueando a Amazônia”. Os autores são dois jornalistas e um professor da Fundação Getúlio Vargas: Jaime Sautchuk, Sérgio Buarque de Gusmão e Horácio Martins de Carvalho.
Para quem quiser se aprofundar mais no tema a matéria na íntegra está disponível para consulta aqui no Espaço Memória Piracicabana.

Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo jornal O Movimento.