Espaço MEMÓRIA PIRACICABANA

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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Viagem à província de São Paulo


Auguste de Sante-Hilaire nasceu em Nova Orleans, em 1779, dez anos antes da Revolução Francesa, vindo a morrer em setembro de 1853. Veio ao Brasil, com a missão específica de estudar o Novo Mundo, em 1816. Na biblioteca de João Chiarini, encontramos o livro “Viagem à província de São Paulo” e nele é possível rever São Paulo, conhecer detalhes da cidade, os costumes, a geografia, a fauna e a flora.

No capítulo IV temos a “Descrição da cidade de São Paulo”:

“Não somente é encantadora  a localização de São Paulo, como aí se respira um ar muito puro. O número de casas bonitas é bastante grande, as ruas não são desertas como as de Vila Rica (Ouro Preto), os edifícios públicos são bem conservados, e o visitante não se vê afligido, como na maioria das cidades e arraiais de Minas Gerais, por uma aparência de abandono e miséria.”

“Achei as moradas dos habitantes mais graduados de São Paulo tão bonitas por fora quanto por dentro. O visitante é geralmente recebido numa sala muito limpa, mobiliada com gosto. As paredes são pintadas de cores claras, e as das casas antigas são ornadas com gosto. As paredes são pintadas de cores claras, e as das casas antigas são ornadas com figuras e arabescos. Nas recentes, as paredes são lisas, com cercaduras e lambris, à semelhança do nosso estilo europeu. Como não haja lareiras, os objetos de enfeite são colocados sobre as mesas, como, por exemplo, castiçais, frascos de cristal, relógios de pêndulo, etc. Comumente, também, as salas são ornadas de gravuras, as quais, entretanto, são constituídas pelo refugo das lojas européias. Era tão pouca a noção de arte do povo do lugar, à época de minha viagem, que eles nunca deixavam de me chamar para admirar suas obras-primas.”

“Os indígenas que se apresentaram diante dos paulistas pertenciam a duas tribos diferentes, a dos canes e a dos votorons. Os primeiros eram dóceis e cordatos, os segundos altaneiros e ferozes. Entretanto, as duas tribos conviviam em grande harmonia, unidas provavelmente pelo ódio implacável que ambas dedicavam a uma terceira, a dos dorins.”
Esses e outros relatos muito interessantes podem ser encontrados no livro de Saint-Hilaire. O livro é disponível para consulta no acervo João Chiarini, localizado no Espaço Memória Piracicabana.



Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Das glorias do Paulistano surgiu o grande São Paulo


O acervo Rocha Neto é um dos maiores acervos históricos dedicado ao esporte no Brasil.  Localizado no Espaço Memória, o acervo possui mais de 50 mil fotos e 30 mil periódicos.
Entre este acervo, podemos encontrar uma encadernação denominada “Memórias de um cronista esportivo” contendo em seu interior páginas de jornais com diversos artigos relacionados a esta coluna. Equipes como XV de Piracicaba e grandes clubes da capital paulista, como São Paulo e Palmeiras, foram lembrados nestas páginas.


Em 25 de Janeiro de 1970, a coluna “Memórias de um cronista esportivo” dedicou duas páginas ao São Paulo F.C, em ocasião da inauguração da parte final do estádio “Cicero Pompeu de Toledo” (Morumbi) que ocorreu nesta data.



Intitulado “Das glorias do Paulistano surgiu o grande São Paulo” as páginas trazem diversos textos sobre a história do tricolor paulista e sua fundação em 1930, após a fusão da grande equipe do C.A Paulistano e o A.A das Palmeiras.



Ao centro da página, uma foto do estádio “Cicero Pompeu de Toledo” com uma legenda enaltecendo a grande obra, dando ao São Paulo o título de portador do maior estádio particular do mundo, com capacidade para 200 mil torcedores.



A segunda página continua a enaltecer a inauguração final do estádio e a história da equipe paulistana.



Adriano Zaulkauskas, estudante do sétimo semestre do curso de História, da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo Rocha Netto.

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segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Clubinho do Zôo


Em 1990, foi fundada, em Piracicaba (SP), o Clubinho do Zôo, que tinha o objetivo de reunir crianças e jovens para fiscalizar o Zoológico Municipal de Piracicaba. Mas em 1992, em conseqüência da saída do administrador do parque e da coordenadora do Clubinho, os pequenos pararam de frequentar o local. As crianças e adolescentes que participavam do clubinho, contaram ao ‘Diário’ que  diversos animais começaram a morrer “(...)pela falta de fiscalização e pela inexperiência da nova administradora”.


 “Nós (...) transformamos o Zôo em um local civilizado, com as pessoas orientadas a não maltratarem os animais”, disse uma integrante de 14 anos em conversa com um vereador.

As denúncias também foram levadas ao secretário de Defesa do Meio Ambiente, por meio de uma carta. No documento, as crianças também ressaltaram uma atitude que o próprio titular da Pasta decidia: extinguir o clubinho, já que uma funcionária afirmava que as crianças maltratavam “os patos da lagoa”.



Reinaldo Diniz, estudante do sexto semestre do curso de Jornalismo da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo do jornal ‘O Diário’.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Greve Geral de 1919 e depredação de linhas telefônicas em Piracicaba


No dia 23 de julho de 1919, Mario Pascini, Angelo Bragaia, Paulo Antonio Ferraz e outros operários foram detidas por depredarem linhas telefônicas da empresa Bragantina, em Piracicaba.

Segundo conta o processo, Pascini e os companheiros estavam envolvidos em um “movimento subversivo”. E o texto segue:

“Quando nos últimos dias de junho declarou-se a greve dos empregados da companhia Sorocabana Railway, interrompendo-se completamente trafego e telegrapho, já o primeiro denunciado Mario Passini e outros haviam-se constituído em reivindicadores dos direitos do proletariado, fundando nesta cidade a “Liga Operária”, conforme boletins, annuncios e notícias largamente publicadas no jornal vespertino “A Tarde” (...).”


 
Jornal A Tarde anexado no processo.
Para os promotores do caso, as linhas telefônicas foram cortadas para que a polícia não fosse notificada dos movimentos de greve organizados pela Liga Operária. No entanto, os policiais já acompanhavam os textos do Jornal A Tarde e colocaram informantes no caso, para conseguirem mais detalhes. A greve geral foi então interrompida e os participantes da liga foram presos.






Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo do Fórum.