Espaço MEMÓRIA PIRACICABANA

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segunda-feira, 24 de julho de 2017

O futebol em São Paulo - Biblioteca Rocha Netto

Dos livros raros da biblioteca do Rocha Netto, encontramos um datado de 1918 “O Football em S. Paulo” de autoria de Leopoldo Sant Anna. São pequenas biografias de centenas de jogadores do final do século XIX.


O livro está disponível para pesquisa em nosso acervo.





Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo Rocha Netto.

segunda-feira, 17 de julho de 2017

A Ilha do Inferno – O maior massacre da história prisional do Brasil, depois do Carandiru

Há 65 anos, por volta das 8 da manhã do dia 20 de junho de 1952, cerca de 300 presos iniciavam uma rebelião no presídio “Colônia Correcional Ilha da Anchieta”, conhecido como Ilha do Inferno, em Ubatuba, litoral norte do estado de São Paulo. Os amotinados atacaram os policiais de surpresa e conseguiram tomar as instalações da ilha, que só não foi incendiado e destruído completamente porque naquele dia havia cerca de 300 mulheres e crianças no prédio, que foram poupados pelos presos. Além de enfrentarem um tiroteio com os guardas, os detentos saquearam os 100 mil cruzeiros que estavam na tesouraria e os armamentos guardados na reserva de armas.

Para chegar até o continente, os presos roubaram pequenos barcos e lanchas que estavam na ilha. Uma das embarcações utilizadas, uma lancha chamada “Carneiro da Fonte”, com capacidade para cinquenta pessoas, partiu de lá levando mais de noventa presos. Por conta do excesso de peso, a lancha começou a afundar, o que iniciou uma luta por sobrevivência dentro dela. Muitos feridos foram jogados no mar e muitos foram mortos pelos próprios companheiros, para diminuir o volume de pessoas. Pereira Lima, um dos chefes do motim, assassinou com uma metralhadora cerca de trinta presos e logo em seguida os jogou no mar. Muitos dos que caíram da embarcação viraram comida de peixe. Segundo trecho da reportagem da revista Manchete de 5 de julho de 1952: “Finalmente o excedente da carga jazia nas águas ou no ventre dos tubarões e tintureiros em cardume na região (...) podendo assim a ‘Carneiro da Fonte’ chegar até o litoral”. 

A Marinha, Exército e Aeronáutica, além das forças policiais de São Paulo e Rio de Janeiro, se juntaram na busca pelos criminosos, em uma ação que durou vários dias. Seis dos 129 fugitivos nunca foram capturados.De acordo com a revista, a rebelião foi mais motivada pela vingança do que a liberdade. “Vingança dos maus tratos e do sistema desumano que reinavam naquele presídio”, como a desumanidade em que os presos eram submetidos e a péssima alimentação. Isso porque alguns guardas eram visados pelos criminosos e foram assassinados brutalmente, enquanto outros não.

Oficialmente, foram 16 mortos, entre guardas e presos, no entanto há boatos que dizem que morreram 108 prisioneiros no massacre, número nunca confirmado por fontes oficiais. “A maior tragédia dos presídios brasileiros”, conforme escrito pela revista Manchete em 1952, só foi superada 40 anos depois, no massacre do Carandiru, em 1992, com a morte de 111 detentos.
Dois anos após o massacre, o presídio foi desativado. Hoje o local está em ruínas e é preservado como relíquia histórica do Brasil, onde pode ser visitado por turistas.


Thaís Passos da Cruz, aluna do 5º semestre de Jornalismo da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Roger Bastide e a Poesia Afro Brasileira

Roger Bastide era amigo de João Chiarini. Encontramos em seu acervo muitas cartas recebidas de Bastide, muitas delas perguntando sobre termos utilizados no folclore.

Chiarini então sempre recebia livros escritos por Bastide, alguns deles com dedicatória do autor. O sociólogo francês era muito interessado pela arte e pela literatura brasileira e publicou muitos livros e artigos sobre o assunto.

O livro abaixo foi publicado em 1943 e está disponível para consulta no Espaço Memória Piracicabana.





Vivian Monteiro, Historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Movimento Subversivo no Norte do País (1935)

No jornal O Diário de Piracicaba, do dia 26 de novembro de 1935, se encontra a seguinte manchete “Movimento subversivo no Norte do Paiz, violento movimento subversivo, de caracter extremista irrompeu, na madrugada de ante hontem em Pernambuco e no Rio Grande do Norte...”. A revolta ocorreu de 23 a 27 de novembro daquele ano e tomou, inicialmente, o 21°B.C. (Batalhão de Caçadores do Exército Brasileiro) na cidade de Natal e estourou em outras regiões como Maranhão, Recife e Rio de Janeiro.

Esta insurreição recebeu ao longo dos anos outros nomes como: Intentona Comunista de 35, Revolução Comunista de 35, Levante Antifascista, entre outros.
           
Na reportagem está descrito que o território brasileiro ficou em Estado de Sítio por trinta dias, ou seja, o governo suspendeu os direitos civis, como a liberdade de ir e vir, em prol de se proteger contra uma possível ameaça, neste caso, do comunismo.

Na publicação há declarações como o do chefe da polícia do Rio de Janeiro, o Capitão Filinto Muller “Não há motivo de alarme. O governo está senhor da situação. Tudo que ocorrer irá sendo communicado ao publico, por intermedio da imprensa”.
O jornal também noticiou que a polícia do Rio de Janeiro captou um rádio da estação de Olinda que estava em domínio dos revoltosos, transmitia a seguinte mensagem: “O Brasil, de norte a sul, está em nosso poder. Viva Luiz Carlos Prestes”. Luiz Carlos Prestes foi um importante líder comunista do movimento tenentista (Coluna Prestes). Seus membros eram contra o Governo de Getúlio Vargas, ele foi preso em 1936 e permaneceu por 9 anos na prisão (Morais, Fernando. Olga. 11ªedição. São Paulo, editora: Alfa Ômega, 1986).

Como após o dia 27 de novembro não houveram outras publicações sobre o assunto, não é possível saber pelo “Diário” o desfecho da situação, apenas que, o jornal O Globo do Rio de Janeiro noticiou que a polícia prendeu vários “alliancistas” e que estava à procura de outros.

Ana Paula das Neves, aluna do 5º semestre do curso de História da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo O Diário.