Sem dúvida um dos momentos mais marcantes que Piracicaba viveu nesses
250 anos foi a construção de um estádio à altura das suas tradições esportivas. O Barão de Serra Negra, como é chamado, esteve há muito tempo nos sonhos dos
desportistas piracicabanos, pois não conta somente com um campo de futebol, mas
principalmente porque traz melhores possibilidades para o atletismo, natação e
outras modalidades esportivas para a região.
No
acervo do jornal piracicabano O Diário, podemos descobrir um pouco mais do
desenvolvimento dessa conquista para a cidade na época, por volta da década de
50 e 60.
Foram
12 anos de espera pelo estádio desde quando foi assinado em 1953, pelo então
prefeito da cidade Dr. Samuel de Castro Neves. A lei nº368 que autorizava “a
desincorporação da classe dos bens comum do povo e transferência para a dos
patrimoniais do Município, da área de terreno que constitui a Praça Barão de
Serra Negra”.
Estava também designado que naquela área de 48.767,53 metros
quadrados deveria ser construído o futuro Estádio Municipal.
Só
que a construção do tão aguardado estádio só foi iniciada em 1961, após lei
assinada pelo prefeito Francisco Salgot Castilon no final do ano de 1960,
autorizando a construção do centro esportivo. Foi aberto um crédito de cinquenta
milhões de cruzeiros para atender as despesas da construção.
O
jornal O Diário publicou a primeira notícia sobre a construção do estádio, após
a assinatura da lei acima, no dia 27 de novembro de 1960 com a foto da maquete
do Estádio Municipal, que estava exposta na Prefeitura Municipal. Segundo o
jornal, “a parte destinada a futebol comportará 45 mil pessoas”, mostrando que
houve uma grande mudança até o resultado final, visto que a capacidade foi
reduzida para bem menos da metade, pois ele foi inicialmente na sua
inauguração, capaz de comportar 26.528 torcedores, mas devido às restrições
legais, teve sua capacidade limitada para 18.799 pessoas, alguns anos depois.
A
inauguração do estádio, que ainda estava inacabado, ocorreu quatro anos depois,
no dia 4 de setembro de 1965, com o jogo de XV de Piracicaba e Palmeiras, no
qual terminou sem balançar as redes. De acordo com o jornal, 10.400 pessoas
presenciaram o empate e a renda somou 19 milhões de cruzeiros. Além disso, o
time ainda recebeu 100 mil cruzeiros do presidente do time José Luiz Guidotti
pelo empate-vitória, conforme publicado no jornal, “a fim de premiar a boa
disposição, a garra e a fibra dos quinzistas”, que jogaram com apenas 10
jogadores na partida.
Além
do jogo, fazendo parte das solenidades da inauguração do Estádio Municipal, o
público assistiu a apresentação de uma banda marcial e de uma escola de samba, houve
também a tradicional volta inaugural realizada pelo prefeito da época Luciano
Guidotti e sua comitiva. A edição do jornal O Diário do dia seguinte trouxe um
balanço do jogo, do estádio e um texto do jornalista Rocha Netto.
Quase
dois meses e meio após a inauguração, através da lei nº1365 publicada no dia 18
de novembro, foi dado nome ao Estádio Municipal: “Barão de Serra Negra”. O nome
é uma homenagem ao comerciante e agricultor de espírito empreendedor que
futuramente se tornou dono de diversas fazendas no interior e um dos homens
mais ricos do estado de São Paulo.
Thaís
Passos da Cruz, aluna do 5º semestre de Jornalismo da UNIMEP.
Pesquisa
realizada no acervo O Diário.