Espaço MEMÓRIA PIRACICABANA

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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Brasil colônia e as famosas imagens ocas



Um livro muito interessante se encontra no acervo João Chiarini, “A Santa do Pau Ôco e outras histórias”.  O autor, Menezes de Oliva, através de uma escrita leve e descontraída, mistura fatos históricos, artísticos e literários  de assuntos muito curiosos, como por exemplo, o contrabando de metais preciosos no Brasil colônia e porque algumas imagens de culto
ganhavam o apelido de santo do pau oco.


Transcrevo alguns trechos do livro:

“Ante as exigências extorsivas do fisco entrou o contrabando nos hábitos da vida da Colônia, chegando mesmo a se constituírem vastas quadrilhas de ricos ourives mancomunados com fortes negociantes, que, burlando a vigilância das autoridades coloniais, procuravam auferir grandes lucros das suas delituosas atividades. Em 1775, recebeu o Vice-Rei Marquês do Lavradio participação oficial ´da descoberta, em Lisboa, de uma sociedade de contrabandistas de diamantes e ouro em pó, com ramificações no Rio de Janeiro e em Minas... Faiscadores e garimpeiros usavam toda sorte de artifícios na prática do seu comércio ilegal. O contrabando de diamantes e ouro em pó se fazia nos tações das botas, em caixas com fundos duplos, dentro de imagens, de bengalas e no cabo ôco dos chicotes, na coronha ou próprio cano das espingardas e pistolas, sem contar o truque de coser sacos de ouro nas cangalhas ou ocultá-los em cavidades adrede preparadas na madeira das canastras dos animais da tropa. Conta Eschewege que um tropeiro teve mesmo a ideia  quando conduzia uma boiada,m de atar sacos pequenos com ouro nas caudas dos bois mansos, e, faz referências à conhecida artimanha de cobrir com pano os diamantes para depois usá-los como se fossem botões!”

“Existia, por exemplo, no Registro de Paraibuna uma velha encarregada, por delegação oficial, de administrar purgantes às senhoras de uma certa posição e sôbre as quais havia a denúncia de que tivessem engulido pequenos diamantes!”

O autor também conta histórias de como entravam moedas falsas no país “o dinheiro falso, de cunho perfeitíssimo e fundição esmerada, quase não se distinguia do verdadeiro, e, dest´arte, entrava facilmente em giro”.

Essas moedas também chegavam no Brasil dentro de imagens ôcas. Muitas dessas imagens ainda estão preservadas e  podem ser encontradas em Museus de Arte Sacra pelo país.
“Contou-me Marques de Santos, que, adquirira, certa vez, de procedência mineira, uma 
Nossa Senhora da Conceição, medindo pouco mais ou menos quarenta centímetros de altura. Quando, porém, mandou emergí-la numa solução de soda caustica, afim de remover as camadas de tinta e douração que a revestiam, viu despregar-se da base da imagem uma pequenina peça de madeira, que logo descobriu um orifício por onde escorria, de mistura com o líquido, autêntico pó de ouro!”

“(...) a Nossa Senhora da Conceição em apreço era uma verdadeira SANTA DO PAU ÔCO, feita, especialmente, para contrabandear ouro em pó...Quem recebia tais imagens conhecia, de antemão, o segredo de devassar-lhe as entranhas.”

Essas e outras histórias podem ser encontradas no livro de Oliva.



Esse é o último post do ano do blog. Nós , do Centro Cultural Martha Watts, desejamos a todos vocês que nos acompanham um FELIZ NATAL e um PRÓSPERO ANO NOVO!!!!!! Que 2016 seja repleto de alegria e realizações!!!
Voltamos em fevereiro!!


quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Corinthians, campeão Brasileiro de 1990


Em 1990, após um jejum de 80 anos, o Esporte Clube Corinthians Paulista conquistou seu primeiro título Brasileiro. Com gol de Tupãzinho, a equipe alvinegra superou a equipe do São Paulo no Morumbi e levou a taça. Na época, a final do campeonato era disputada no chamado “Mata-mata” com duas partidas, diferentemente do modelo atual de pontos corridos.


No acervo Rocha Neto, disponível no Espaço Memória do Centro Cultural Martha Watts, existe cerca de 30.000 periódicos sobre futebol. Ali estão descritos grandes conquistas das maiores equipes do Brasil e feitos memoráveis como a vitória Corintiana.

As páginas seguintes são do jornal “A Gazeta Esportiva” dos dias 18 e 19 de dezembro de 1990, que homenageavam o recém campeão brasileiro.



Além das capas que destacavam o título inédito e a festa da torcida Corintiana, houve a publicação de pôsteres do campeão.


Em outra página, o autor do gol do titulo foi lembrado. Tupãzinho foi o grande responsável pela vitória alvinegra na partida que terminou em 1 a 0. Na partida anterior o Corinthians já havia ganhado em casa pelo mesmo placar.


As equipes que jogaram este jogo tiveram as seguintes escalações:

Corinthians: Ronaldo, Giba, Marcelo, Guinei e Jacenir; Márcio, Wilson Mano (Ezequiel), Tupãzinho e Neto; Fabinho e Mauro (Paulo Sérgio). Téc. Nelsinho Baptista
São Paulo: Zetti, Antônio Carlos, Cafu, Ivan, Leonardo, Elivélton, Raí, Bernardo, Flavio Paiva, Eliel e Mário Tilico. Téc: Telê Santana
Uma das páginas descreveu a trajetória de cada jogador da equipe campeã.


Adriano Zaulkauskas, estudante do sétimo semestre do curso de História da Unimep.

Pesquisa realizada no acervo Rocha Netto.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Homenagem ao grande pintor brasileiro Almeida Junior


No acervo O Diário, encontramos uma homenagem (notícia datada de 13/11/1942) que Piracicaba fez em memória do grande pintor brasileiro Almeida Junior. O pintor estudou na Academia Imperial de Belas Artes e teve aulas de desenho com Jules Le Chevrel e aulas de pintura com Victor Meirelles (pintor brasileiro – 1832-1903). Após a conclusão de seus estudos, Almeida Junior retorna a sua cidade de origem- Itú, onde abre um ateliê em 1875 atuando como retratista e professor de desenho.

Em visita ao interior de São Paulo, o imperador Dom Pedro II ficou impressionado com o trabalho do artista e concedeu uma bolsa de estudos na Europa. Em 1886 Victor Meirelles o convida para ocupar sua vaga na AIBA (Academia Imperial de Belas Artes), no entanto Almeida Junior não aceitou.


O artigo continua homenageando o pintor, contando que no 43° aniversário da morte de Almeida Junior, “cujos restos mortais repousam no cemitério de nossa cidade (Piracicaba)”, se iniciou com uma celebração na igreja matriz de Santo Antonio. Após a celebração religiosa, seguiu-se uma romaria até o túmulo de Almeida Júnior. Participaram do evento uma comissão composta por representantes do Conselho de Orientação Artística de São Paulo, Museu Nacional Paulista, Escola de Belas Artes de São Paulo, Sociedade de Belas Artes do Rio de Janeiro entre outras.


Silvana Meirielle Cardoso, aluna do sexto semestre do curso de História da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo O Diário.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Cruz e Sousa

João da Cruz e Sousa (1861-1898) nasceu em Florianópolis, sendo filho de ex-escravos (Guilherme da Cruz e Carolina Eva da Conceição). Tornou-se um dos precursores da poesia simbolista no Brasil com os livros “Missal” e “Broquéis”. Seu apelido era “Dante Negro”.


Ao longo de sua vida, passou por muito preconceito racial, perdendo o emprego como promotor público pelo fato de ser negro. No acervo de Chiarini encontramos um livro publicado em 1945, com uma coletânea de poemas de Cruz e Sousa:



Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

A nova Paz entre a Igreja e o Estado: A visita de João Paulo II ajudará a unir os poloneses?


No Jornal “O movimento” datado de 04 a 16/06/1979 se encontra um interessante artigo referente à situação internacional da época.


Sob autoria de Manuel Lucbert, a visita do Papa João Paulo II, obteve um duplo grau de significação para a igreja, e para o estado polonês. A importância da visita do Papa se da por meio de uma análise do discurso entre o primeiro secretário do partido operário unificado Edward Gierek, e o cardeal Wayszynsky, arcebispo de Varsóvia, a fim de que se completassem os preparativos para a visita do papa. O autor destaca o grau de significação de ambas as partes, “Igreja e Estado”, preocupados em criar as melhores condições para a visita.
Para Gierek, ambas as autoridades se convergem para tal acontecimento e, o que esta em pauta, é a convicção de “novos impulsos da cooperação e fortalecimento entre as relações da polônia e do vaticano”, “pertencente” ao clima atual, “de modo geral a igreja preferia falar de normalização das relações”, fortalecendo com isso a unidade dos poloneses, ou seja, o cumprimento dos objetivos nacionais, patrióticos.
O arcebispo de Varsóvia destaca a significação da visita do papa para o fortalecimento da missão religiosa na Polônia, apelando de forma indireta para que o acontecimento ocorra com ordem e serenidade. Tal afirmação evidencia o “objetivo de prevenir eventuais desordens, que não seriam do interesse de nenhuma das partes”.
A visita de João Paulo II obteve um alto grau de comprometimento seja com a missão religiosa como destaca o arcebispo, seja pela importância de seu papel político. Na medida em que o Papa une em seu pontificado aspectos e diretrizes político-religiosas, favorecendo a união dos poloneses e destacando a importância do Solidarność (Solidariedade), primeiro movimento sindical não comunista em um país comunista.



Silvana Meirielle Cardoso, aluna do sexto semestre do curso de História da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo Jornal Movimento. 

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Bateria foi criada por piracicabano

Histórias contam que a bateria, instrumento de percussão, surgiu na década de 20, por músicos dos Estado Unidos, mas de acordo com uma reportagem do Jornal de Piracicaba (SP), e tendo partes reproduzidas no livro XV de Piracicaba: 100 anos – Destemido e Valente, o qual está preservado no acervo Rocha Netto, foi o jogador quinzista João Félix de Arruda, que apresentou a primeira bateria, invenção sua, a um grupo de amigos.

“O aparelho apresentado às pessoas era composto de um bumbo, pratos, rufo, triângulo e chocalho”, cita o texto.

Historiadores também registram outro brasileiro, o carioca Luciano Perrone, com apenas 14 anos, como criador da bateria. Como o garoto nasceu em 1908, sua ligação com o instrumento ocorreu em 1922, três anos depois da experiência realizada por Félix de Arruda.

Arruda foi atleta do XV, entre 1914 e 1919. Jogou também pelo Sport Club Corinthians 

Paulista, “dedicando-se, posteriormente, a penas à bateria, apresentando-se em todos os cantos do mundo até a sua prematura morte, em 1928.



Reinaldo Diniz,  aluno do sexto semestre do curso de Jornalismo da Unimep.

Pesquisa realizada no acervo Rocha Netto.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Violência contra a Mulher, mais um caso



Um processo do Fórum, de 1939, narra mais um caso de violência contra a mulher, tendo como autor o marido da vítima.  Mariana, 22 anos, deu entrada na Santa Casa de Piracicaba após levar um tiro de garrucha no rosto. Segundo a vítima, ela viu seu marido, Osório, na esquina conversando com uma pessoa que não conhecia e o chamou, porém ele não atendeu seu chamado. Após insistir, passou a xingar o companheiro.


Quando Osório retornou para a casa, passaram a discutir, e Mariana foi para a casa de seu pai, retornando ás 22 horas. Segundo a mulher, quando retornou, o marido estava deitado, e ela passou a insultá-lo, chamando-o de “cachaceiro”. Ele se levantou e tentou sair de casa, sendo impedido por ela.  Enfurecido, o homem pegou a garrucha, que estava sobre um móvel e fez um disparo contra a esposa, atingindo-a no rosto. Mariana saiu correndo em direção a casa de seu pai, onde foi socorrida e atendida pelas autoridades, Osório chegou pouco depois,  entregando-se.

Um depoimento similar foi dado por Osório, no qual confirmou ter atirado contra a esposa e algumas testemunhas foram ouvidas pelo delegado, mas não acrescentaram detalhes, exceto que as discussões entre o casal eram constantes.

Um laudo médico detalhou o grave ferimento “[...]ao exame apresenta: um ferimento por bala no rosto: o instrumento vulnerante penetrou na região masseteriana esquerda, onde ha queimaduras de polvora deflagrada junto ao orificio de entrada, e sahiu pelo ouvido direito[...]ocasionando abundante hemorrhagia nasal e pelo ouvido direito[...]”.

Apesar da gravidade do ferimento, o relatório do delegado já demonstrava que o caso não teria maiores consequências para o acusado. A promotoria do caso tentou agravar a pena, pois, a agressão teria sido contra a esposa. Porém, a defesa alegou que Osório estava fora de si, e a esposa o teria ofendido, também ofendendo sua mãe, já falecida.

O juiz declarou Osório culpado pelo crime, contudo, sem acrescentar agravantes e colocando atenuantes que diminuíram a pena.

“Nessas condições, julgo provada a dennuncia[...]como condeno, o réu Osório a cumprir, na cadeia publíca local, a pena de cinco mezes e quinze dias de prisão[...] Custas pelo réu que tambem deverá pagar cincoenta mil réis de selo penitenciario[...]”

Posteriormente, a defesa recorreu da sentença, alegando que Osório era primário, e que não demonstrou caráter perverso. A defesa alegou ainda que o condenado era pobre e não poderia custear o valor sentenciado. Resultando no abrandamento da pena.

Adriano Zaulkauskas, aluno do sétimo semestre do curso de História, da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo Fórum.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Jovens e adultos prestigiam o Rei


É evidente notar que as músicas do cantor e compositor Roberto Carlos sempre estão presentes, seja assistindo telenovelas ou ouvindo as rádios. Desde que iniciou sua carreira, em 1959, suas músicas “nunca saem de moda”.

Há 23 anos, o ‘Rei’, desembarcou em terras piracicabanas, especificamente no Ginásio Municipal ‘Valdemar Blatskauskas’, trazendo seu romantismo.

‘Outra vez’ e ‘Cavalgada’ foram alguns dos seus sucessos que o público pôde conferir. No show, cinco horas antes do início o público já formava filas, o cantor demonstrou simpatia, surpresa e uma “calorosa recepção”, conforme informou o jornal ‘O Diário’.

Segundo o matutino, “o público do cantor é predominante de pessoas que viveram a jovem guarda, mas presença de jovens foi marcante. Provando que o cantor está sempre se renovando”.

Após o show, que durou cerca de duas horas, Roberto Carlos deixou o ginásio num Opala Comodoro.



Reinaldo Diniz, aluno do sexto semestre do curso de Jornalismo da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo do jornal O Diário.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Jorge Amado: Vida de Luis Carlos Prestes “O cavaleiro da esperança”




Escrito em Buenos Aires, de dezembro de 1941 a janeiro de 1942, o livro de Jorge Amado “Vida de Luis Carlos Prestes, o Cavaleiro da esperança”, é considerado uma de suas grandes obras. Expoente de sua luta pela anistia, pela democracia, contra o Estado Novo e principalmente contra o fascismo, tal obra é calcada por um discurso político em favor da liberdade de Prestes, considerado pelo autor como a maior vítima do Estado Novo.
Os exemplares da obra que chegaram ao Brasil circulavam de forma clandestina, chegavam sempre de acordo com as palavras do próprio Jorge Amado “de mão em mão”. Leitores ansiosos pelo livro usavam códigos para designá-lo dentre eles: “Vida de São Luis”, “Travessuras de Luisinho” entre outros, Amado afirma que havia até pessoas que viveram do aluguel de exemplares.



Acreditando na democratização do Brasil, Jorge Amado ressalta a importância da unidade nacional, em um momento de eleições presidencialistas, destaca a luta por “eleições livres e honestas, luta pela completa pacificação da família brasileira, por programas concretos que vejam a realidade do país, e as necessidades do seu povo”.
Luis Carlos Prestes foi chamado de Cavaleiro da Esperança pelo povo, se tornou símbolo de luta e resistência por um país melhor e mais justo. Os leitores da obra são convidados pelo autor a mergulharem na trajetória de vida de Prestes de forma profunda, e a sentirem o quão “amado” ele era por Jorge Amado, usando as palavras do autor “Falo dele com admiração, com entusiasmo e com fé. Não falaria sobre ele se não o amasse, não confiasse nele. Falo dele como um escritor do povo sobre um condutor do povo. Com liberdade e com amor”.



No tocante da obra, é possível observar a biografia de Prestes transformada em arma em favor da anistia e da democracia. Jorge Amado se preocupa em destacar os elementos políticos que fizeram parte da transformação histórica político-social do Brasil, afim de que o povo saiba da verdade e da importância da vida heróica de Luis Carlos Prestes. 




Silvana Meirielle Cardoso, aluna do sexto semestre do curso de História da Unimep.

Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

O trauma da bola: a copa de 82 por João Saldanha


No acervo Rocha Netto, além de termos um grande acervo fotográfico e de periódicos, o acervo possui uma grande quantidade de livros voltados para o futebol, um deles chamado “O trauma da bola: a copa de 82 por João Saldanha” publicado em 2002 pela editora Cosac & Naify.
Em 14 de Junho de 1982, o Brasil estreou na copa do mundo e João Saldanha era correspondente do Jornal do Brasil neste período. O livro é uma compilação de artigos desta época.







Saldanha foi uma das maiores personalidades do futebol brasileiro, dono de um temperamento forte e sem “papas na lingua”,  foi técnico  da seleção nas eliminatórias da copa de 70, sendo demitido três meses antes do campeonato mundial por motivos politicos. Após sua demissão, passou a trabalhar como comentarista esportivo em TVs, rádios e jornais.



O Brasil estava eufórico perante uma das maiores seleções, desde a era Pelé e Garrincha, recheada de craques como Junior, Zico, Falcão e Sócrates.
Em um dos artigos publicados no livro intitulado “Um jogo de advertência”, de 20 de maio de 1982, Saldanha criticou ferozmente a seleção brasileira pelo empate contra a equipe da Suíça em jogo amistoso.



            Na Copa de 82, o Brasil derrotou a Espanha, União Soviética, Escócia, Nova Zelândia e Argentina em pouco mais de 21 dias. A seleção brasileira parecia invencível.
Saldanha manteve os pés no chão, contudo, parecia adivinhar o desfecho trágico para a seleção Brasileira: no dia 5 de julho de 1982 o time perdeu para a Itália por 3 a 2, e foi eliminada do campeonato mundial. Um dia após a derrota, Saldanha expressou toda sua indignação em um artigo intitulado “O limite da estupidez”.



Adriano Zaulkauskas, estudante do sétimo semestre do curso de História da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo Rocha Netto.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Petição de liberdade

No acervo do Fórum existem diversos processos alforria de escravos. Em um deles, de 1887, o Sr. Antonio da Costa Pinto e Silva, residente na cidade de Piracicaba, com 55 anos de idade, mineiro conforme a certidão de nascimento apresentada, atuou uma petição, requerendo a liberdade de seu escravo denominado nos autos do processo como “Antonio, escravo”.







A capa do processo foi refeita em 1889, pelo então escrevente F. França.






O processo contém a certificação do bem de liberdade de Antonio, escravo sendo que o pedido foi realizado sob o valor de duzentos mil réis.




 Silvana Meirielle Cardoso, aluna do sexto semestre do curso de História da Unimep.

Pesquisa realizada no acervo do Fórum.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Viagem à província de São Paulo


Auguste de Sante-Hilaire nasceu em Nova Orleans, em 1779, dez anos antes da Revolução Francesa, vindo a morrer em setembro de 1853. Veio ao Brasil, com a missão específica de estudar o Novo Mundo, em 1816. Na biblioteca de João Chiarini, encontramos o livro “Viagem à província de São Paulo” e nele é possível rever São Paulo, conhecer detalhes da cidade, os costumes, a geografia, a fauna e a flora.

No capítulo IV temos a “Descrição da cidade de São Paulo”:

“Não somente é encantadora  a localização de São Paulo, como aí se respira um ar muito puro. O número de casas bonitas é bastante grande, as ruas não são desertas como as de Vila Rica (Ouro Preto), os edifícios públicos são bem conservados, e o visitante não se vê afligido, como na maioria das cidades e arraiais de Minas Gerais, por uma aparência de abandono e miséria.”

“Achei as moradas dos habitantes mais graduados de São Paulo tão bonitas por fora quanto por dentro. O visitante é geralmente recebido numa sala muito limpa, mobiliada com gosto. As paredes são pintadas de cores claras, e as das casas antigas são ornadas com gosto. As paredes são pintadas de cores claras, e as das casas antigas são ornadas com figuras e arabescos. Nas recentes, as paredes são lisas, com cercaduras e lambris, à semelhança do nosso estilo europeu. Como não haja lareiras, os objetos de enfeite são colocados sobre as mesas, como, por exemplo, castiçais, frascos de cristal, relógios de pêndulo, etc. Comumente, também, as salas são ornadas de gravuras, as quais, entretanto, são constituídas pelo refugo das lojas européias. Era tão pouca a noção de arte do povo do lugar, à época de minha viagem, que eles nunca deixavam de me chamar para admirar suas obras-primas.”

“Os indígenas que se apresentaram diante dos paulistas pertenciam a duas tribos diferentes, a dos canes e a dos votorons. Os primeiros eram dóceis e cordatos, os segundos altaneiros e ferozes. Entretanto, as duas tribos conviviam em grande harmonia, unidas provavelmente pelo ódio implacável que ambas dedicavam a uma terceira, a dos dorins.”
Esses e outros relatos muito interessantes podem ser encontrados no livro de Saint-Hilaire. O livro é disponível para consulta no acervo João Chiarini, localizado no Espaço Memória Piracicabana.



Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Das glorias do Paulistano surgiu o grande São Paulo


O acervo Rocha Neto é um dos maiores acervos históricos dedicado ao esporte no Brasil.  Localizado no Espaço Memória, o acervo possui mais de 50 mil fotos e 30 mil periódicos.
Entre este acervo, podemos encontrar uma encadernação denominada “Memórias de um cronista esportivo” contendo em seu interior páginas de jornais com diversos artigos relacionados a esta coluna. Equipes como XV de Piracicaba e grandes clubes da capital paulista, como São Paulo e Palmeiras, foram lembrados nestas páginas.


Em 25 de Janeiro de 1970, a coluna “Memórias de um cronista esportivo” dedicou duas páginas ao São Paulo F.C, em ocasião da inauguração da parte final do estádio “Cicero Pompeu de Toledo” (Morumbi) que ocorreu nesta data.



Intitulado “Das glorias do Paulistano surgiu o grande São Paulo” as páginas trazem diversos textos sobre a história do tricolor paulista e sua fundação em 1930, após a fusão da grande equipe do C.A Paulistano e o A.A das Palmeiras.



Ao centro da página, uma foto do estádio “Cicero Pompeu de Toledo” com uma legenda enaltecendo a grande obra, dando ao São Paulo o título de portador do maior estádio particular do mundo, com capacidade para 200 mil torcedores.



A segunda página continua a enaltecer a inauguração final do estádio e a história da equipe paulistana.



Adriano Zaulkauskas, estudante do sétimo semestre do curso de História, da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo Rocha Netto.

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segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Clubinho do Zôo


Em 1990, foi fundada, em Piracicaba (SP), o Clubinho do Zôo, que tinha o objetivo de reunir crianças e jovens para fiscalizar o Zoológico Municipal de Piracicaba. Mas em 1992, em conseqüência da saída do administrador do parque e da coordenadora do Clubinho, os pequenos pararam de frequentar o local. As crianças e adolescentes que participavam do clubinho, contaram ao ‘Diário’ que  diversos animais começaram a morrer “(...)pela falta de fiscalização e pela inexperiência da nova administradora”.


 “Nós (...) transformamos o Zôo em um local civilizado, com as pessoas orientadas a não maltratarem os animais”, disse uma integrante de 14 anos em conversa com um vereador.

As denúncias também foram levadas ao secretário de Defesa do Meio Ambiente, por meio de uma carta. No documento, as crianças também ressaltaram uma atitude que o próprio titular da Pasta decidia: extinguir o clubinho, já que uma funcionária afirmava que as crianças maltratavam “os patos da lagoa”.



Reinaldo Diniz, estudante do sexto semestre do curso de Jornalismo da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo do jornal ‘O Diário’.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Greve Geral de 1919 e depredação de linhas telefônicas em Piracicaba


No dia 23 de julho de 1919, Mario Pascini, Angelo Bragaia, Paulo Antonio Ferraz e outros operários foram detidas por depredarem linhas telefônicas da empresa Bragantina, em Piracicaba.

Segundo conta o processo, Pascini e os companheiros estavam envolvidos em um “movimento subversivo”. E o texto segue:

“Quando nos últimos dias de junho declarou-se a greve dos empregados da companhia Sorocabana Railway, interrompendo-se completamente trafego e telegrapho, já o primeiro denunciado Mario Passini e outros haviam-se constituído em reivindicadores dos direitos do proletariado, fundando nesta cidade a “Liga Operária”, conforme boletins, annuncios e notícias largamente publicadas no jornal vespertino “A Tarde” (...).”


 
Jornal A Tarde anexado no processo.
Para os promotores do caso, as linhas telefônicas foram cortadas para que a polícia não fosse notificada dos movimentos de greve organizados pela Liga Operária. No entanto, os policiais já acompanhavam os textos do Jornal A Tarde e colocaram informantes no caso, para conseguirem mais detalhes. A greve geral foi então interrompida e os participantes da liga foram presos.






Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo do Fórum.  

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Jornal "O Movimento" em 1980



Em 1980 o Brasil vivia um momento de abertura política, com um regime militar já enfraquecido, acompanhado de uma forte crise econômica.



O jornal “O Movimento” de Abril/Maio de 1980 trouxe em sua capa uma ilustração do líder sindical Luis Inácio Lula da Silva, preso em uma das greves na cidade de Santo André/SP.

Uma das matérias intitulada “Como o tiro saiu pela culatra” relatava o fortalecimento da greve após a prisão do líder sindical.


Além de matérias que se opunham ao governo, havia matérias sobre a classe operária no Brasil e informações sobre movimentações da esquerda pelo mundo e América latina.


Durante a crise econômica que o Brasil viveu durante os anos 80, o jornal criticou a postura do governo que lançou um pacote econômico atingindo a classe trabalhadora.



Na última página do periódico, uma coluna de humor chamada “Corta Essa” satirizava sobre variados assuntos.







Adriano Zaulkauskas, aluno do sétimo semestre do curso de História da UNIMEP.
Pesquisa realizada no acervo O Movimento.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Acervo Rocha Netto integra exposição do Museu do Futebol


Materiais do acervo do jornalista e ex-jogador Rocha Netto (1913-2003) integram a primeira Mostra itinerante do Museu do Futebol, em Piracicaba (SP). A exposição ‘Museu do Futebol na Área’ está instalada no Engenho Central e segue até o dia 20 de setembro com entrada gratuita.

Fotografia de Reinaldo Diniz

Fotografia de Reinaldo Diniz
Os seis estandes da mostra reproduzem os espaços do Museu do Futebol, instalado no Estádio do Pacaembu, na capital paulista. Segundo a organização foi feito um levantamento nos acervos do Museu para a escolha dos materiais que seriam utilizados.

Fotos relacionadas à história do futebol piracicabano, também estão expostos. Estes materiais fazem parte da coleção de diferentes acervos da cidade, entre eles, o acervo de Rocha Netto, localizado no Espaço Memória Piracicabana, no Centro Cultural Martha Watts (CCMW).

Rocha Netto



Gatão
Os documentos estão na Sala de Origens, que apresenta a trajetória da chegada do futebol no Brasil, no final do século 19, até os primórdios da profissionalização do esporte e da aceitação de atletas negros e mestiços a partir dos anos 20.


A presença do acervo nesta exposição ratifica o valor que o acervo Rocha Netto tem no meio esportivo piracicabano e brasileiro”, ressalta Joceli Cerqueira Lazier, coordenadora do CCMW, sobre a importância do material como parte da exposição.

Acervo RN

O acervo esportivo Rocha Netto foi formado a partir de 1919, e hoje é considerado um dos mais completos acervos sobre futebol do país e extensa fonte de pesquisa para estudantes, jornalistas, historiadores, esportistas e demais interessados.

Sua formação teve como objetivo fundamental resgatar a história do futebol e a trajetória dos grandes jogadores do passado. É composto por uma coleção de 50 mil fotografias sobre futebol, anotações sobre os clubes nacionais e internacionais, flâmulas, fichas técnicas de jogos e dados biográficos de atletas. Os livros, as coleções de jornais e revistas especializadas existentes no acervo somam 30 mil textos.

Serviço - Exposição itinerante Museu do Futebol na Área – Piracicaba. Data: 15 de agosto a 20 de setembro de 2015. De terça a sexta, das 9h às 17h. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h. Parque Engenho Central – Armazém 14-A (Av. Maurice Allain, 454 – Piracicaba).

Centro Cultural Martha Watts. De segunda a sexta das 9h às 17h. Rua Boa Morte, 1257 - Centro Piracicaba. (19) 3124-1889. ccmw@unimep.br

Reinaldo Diniz,  aluno do sexto semestre do curso de Jornalismo da Unimep.