Espaço MEMÓRIA PIRACICABANA

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sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Confusão no sítio!




No dia 11 de fevereiro de 1936, em Santa Bárbara, Estanislau e o imigrante russo Basílio, que até então eram sócios de um sítio, entraram em um conflito. O primeiro acusava Basilio de tentar matá-lo e de outras desavenças “(...) Basilio não concordava em effectuar a matança de formigas nos dias combinado; porque começou a exterminar a creação de gallinhas do declarante e porque ridicularizava as crenças religiosas e catholicas do declarante e sua familia, chegando ao cumulo de offerecer pinga à imagem de Jesus Christo existente na sala(...)”. Estanislau também acusava Basílio de ser comunista.

Acervo do Fórum


Segundo testemunhas, Basílio correu atrás de Estanislau com um canivete. Quando Estanislau não corria mais perigo, foram todos para a delegacia explicar o que tinha acontecido.
No decorrer do processo, Basílio explica que quem queria matá-lo era Estanislau, pois ele e sua mãe sofriam ameaças diariamente. Quando soube que sua mãe havia novamente sofrido ofensa de Estanislau, saiu correndo para ver o que estava acontecendo.


Acervo do Fórum


Quem disse que ele estava com um canivete na mão foram as testemunhas, Basilio não lembrava se portava o canivete ou não quando saiu correndo, pois bebia em um bar próximo e estava já meio alcoolizado. Sobre ser comunista ou não, Basilio explicou que Estanislau vivia a mentir e já tinha um histórico de desavenças com outras pessoas na cidade. As testemunhas realmente afirmam que Estanislau tinha um “mau precedente”, que já tivera outros sócios e tentou dar golpe em todos eles.

Sem ter como chegar a uma conclusão, a polícia arquivou o caso.
Realmente, uma confusão.


Vivian Regina Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo do FÓRUM

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Rendeu-se a Alemanha


Capa do Jornal "O Diário" 29 de abril de 1945 sobre a rendição da Alemanha Nazista



No dia 29 de abril de 1945, domingo, o Jornal “O Diário” traz em sua capa a seguinte matéria: “Rendeu-se a Alemanha”.
A matéria exalta a vitória do eixo aliado e seu sacrifício pela liberdade no mundo, lembrando daqueles que tinham perdido suas vidas na guerra, exaltando que a democracia tinha vencido a tirania, lembrando dos soldados da F.B.E. (Forças Expedicionária Brasileira), sua bravura e sacrifício, e que logo eles poderiam ter a alegria de ver os jovens brasileiros de volta a pátria.
Traz também a alegria dos cidadãos de Piracicaba ao receber a noticia pelas rádios de que a guerra tinha acabado. Enquanto a noticia era transmitida a sirene da praça central começou a soar, e uma grande massa popular se reuniu na praça, estes soltaram rojões até altas horas da madrugada.
  Via-se em cada rosto, em cada alma, o jubilo pelo fim da guerra, os alunos do Colégio Piracicabano estenderam a bandeira do Brasil em frente à escola e saíram em passeata juntando-se a grande massa que estava nas ruas.  
A redação do Jornal “O Diário” foi invadida por grupos de pessoas que queriam confirmar as noticias. Segundo o jornal esta nova viera de um alto funcionário de Washington D.C.


Tiago Favaris, aluno do terceiro semestre de sistemas de informação da UNIMEP. Pesquisa realizada no Acervo: O Diário.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

O Homem e a Mulher do povo



       O jornal “O Homem do Povo”, fundado em 1931 teve apenas oito edições distribuídas às 3ªs, 5ªs e sábados do dia 25 de março a 13 de abril. O panfletário representava a aproximação de Oswald de Andrade e Patrícia Galvão (com quem casara no ano anterior) com o ativismo e o marxismo, no sentido da criação ou legitimação do papel e atuação política do casal.

Oswald, assume a direção da publicação, que teve curtíssima duração, assinava os editorias que apareciam com a rubrica de “O Homem do Povo”.
Acervo João Chiarini/CCMW

Pagu, pseudônimo adotado por Patrícia após filiar-se ao Partido Comunista Brasileiro com o incentivo de Luis Carlos Prestes, foi a primeira mulher a ser presa num comício do PCB, durante uma greve de estivadores em Santos. Escritora, feminista e militante no comunismo, Pagu assinava a coluna “A Mulher do Povo”.

Acervo João Chiarini/CCMW

Paradoxalmente, o povo não leu o homem do povo, mas os intelectuais estudantes de direito... e a polícia, que acabaria proibindo a circulação após graves incidentes com alunos da tradicional Faculdade de Direito do Largo São Francisco que tentaram empastelar o jornal por duas vezes por causa de dois editoriais considerados ofensivos.

Acervo João Chiarini/CCMW

Trata-se de uma obra rara, ampliada à pesquisa e acesso através da publicação fac-símile completa no acervo do João Chiarini, sob guarda do “Espaço Memória Piracicabana”.

Acervo João Chiarini/CCMW





Jéssica Polliani Coracini, aluna do oitavo semestre de jornalismo da UNIMEP.

Pesquisa realizada no acervo João Chiarini

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

O dia que Rivelino visitou Rocha Netto



Foi no  dia 8 de março  de 1966 que Rivelino visitou o arquivo de Rocha Netto.



Acervo Rocha Netto/CCMW


Acervo Rocha Netto/CCMW


Em uma entrevista, Rocha Netto conta como foi a visita do jogador:

“Os grandes jogadores estiveram aqui. O último que esteve aqui foi o Rivelino. Ele veio à força aqui em Piracicaba. Rivelino veio numa festa de curió e falaram para ele: ‘Oh, Rivelino, você não pode ir embora para São Paulo sem antes conhecer o arquivo de esportes do Rocha Netto’. Rivelino falou: ‘Não vou a lugar nenhum! Todo lugar que eu vou só tem livrinho para assinar, tenho que dar autógrafo e ir embora’. Mas ele veio aqui, me conheceu, conheceu minha esposa e ficou uns momentos. Ele veio aqui às 13h e só saiu às 17h e ainda disse: ‘Rocha Netto, eu não queria vir. Eu vim aqui forçado, não queria. Mas agora eu só vou embora se você falar  ‘Rivelino, vai embora!’”. 

Rivelino e Rocha Netto




Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no Acervo Rocha Netto.