Espaço MEMÓRIA PIRACICABANA

,

Pages

segunda-feira, 26 de março de 2018

O Rio de Debret


Em 1965, uma matéria da Revista Manchete contou um pouco sobre a vida e obra de Debret, artista francês e pintor oficial da Coroa Portuguesa no Brasil. A Revista foi uma edição especial em comemoração ao IV Centenário do Rio de Janeiro. 

“Jean Baptiste Debret, segundo a Escola de Samba Unidos do Salgueiro num dos sambas-enredos apresentados no carnaval carioca, foi o ‘primaz documentarista do Brasil Imperial’. Debret chegou ao Rio em 1816, integrando a Missão Artística Francesa contratada por Dom João VI, e logo se pôs a desenhar as principais cenas da vida cotidiana, formando um tesouro de referência artística cujo valor é hoje inestimável.”

A reportagem mostra algumas das obras mais importantes de Debret e curiosidades sobre o artista.


“Morreu um rapaz de 19 anos. Seu pai, Jean Baptiste Debret, famoso artista francês, sofreu duro golpe. Era o filho único. O Imperador Alexandre I convidou-o para embelezar São Petersburgo, e ao mesmo tempo chegou um convite para que ele viesse para o Brasil. O pai inconsolável achou que esse país chamado Brasil era o lugar mais longínquo do mundo – mais afastado das recordações do filho querido, que o torturavam. Foi assim que o Rio de Janeiro recebeu o extraordinário fixador da vida cotidiana do século XVII.”

Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo Rocha Netto.                                                                    

segunda-feira, 19 de março de 2018

A neurose histérica como doença da pobreza


Na edição de junho de 1979 do jornal “Movimento” um texto intitulado “Histeria: Dramática resposta da operária” descreveu as relações das mulheres que trabalhavam na produção de castanha em Fortaleza com a crescente incidência de internações dessas mulheres por crises histéricas. Os psiquiatras Gilson Holanda e José Jackson Coelho, responsáveis pelos atendimentos de emergência da clínica psiquiátrica, contabilizaram num período de 30 dias que, de 125 castanheiras, 100 apresentaram o diagnóstico de neurose histérica e outras 18 apresentaram quadros de histeria associados a outros problemas como a depressão, ansiedade, etc.
Preocupados com tais dados, os médicos buscaram as razões por trás dessa “histeria coletiva” e, em um artigo publicado na revista de Psicologia “Radice”, descobriram que essas mulheres trabalhavam em condições exploratórias e insalubres, com jornadas de 10 horas por dia de trabalho, sem alimentação correta ou períodos para almoço, passavam todo o tempo em pé apoiadas apenas na perna esquerda, pois com a direita pedalavam a esteira onde as castanhas se acumulavam, passando todos os seus dias entregues a esse exercício robotizado.

A partir desses dados analisados puderam compreender que os diagnósticos da doença estavam intimamente ligados à situação de exploração em que essas mulheres se encontravam. Notaram também que tais sintomas iam muito além de uma questão de gênero, qualquer sujeito, homem ou mulher, que se encontrasse em uma situação degradante de subsistência se sujeitaria a tipos semelhantes de explorações trabalhistas, não por ignorância ou por desprezo à vida, mas para garantir sua sobrevivência. Os psiquiatras então concluem que: a situação psicológica dessas pacientes não se tratava de uma questão psiquiátrica, e sim um problema social: a pobreza.

Quem se interessar pelo material na íntegra pode vir consultá-lo aqui no Espaço Memória Piracicabana.
Natália Severino, aluna do quinto semestre do curso de História da UNIMEP.
Pesquisa realizada no acervo do Jornal Movimento.


segunda-feira, 12 de março de 2018

Curiosidades e Cordéis



Recentemente, pesquisando no acervo de João Chiarini, encontrei alguns papéis que resumiam a sua vida profissional. Vou listar aqui algumas dessas curiosidades:

“01 – Filho de italiano e de espanhola. Começou os seus estudos em 1926, no Externato São José local;
 02 – Em 1932 recebeu o 1º elogio público de Fausto Liex, então Diretor da Escola Normal Oficial de Piracicaba, pela sua atuação no Correio Militar Constitucionalista;
 03 – Em 1933 ganhou o Prêmio Literário de o “O Tico-Tico”no Rio de Janeiro. Daí o seu início nas Letras. Pertenceu a quase todas as Academias do país e aos seus Centros Culturais e Artísticos;
 04 – Foi professor em 1941 e se formou sociólogo em 1943. Fundou o Centro de Folclore de Piracicaba, em 1945 e em 1946 recebeu o I Prêmio de Monografias sobre o Folclore Musical Brasileiro, da Prefeitura do Município de São Paulo. Escreveu mais 26 trabalhos sobre o Folclore em geral;
05 – É citado em todos os livros sobre Folclore a partir de 1942;
06 – Escreveu em vida mais de 2 mil artigos sobre os assuntos mais diversificados;
07 – Quatrocentos e seis livros possuem o seu prefácio (1950-1986);
08 – Participou por um ano (1956) do programa de televisão “O Céu é o Limite”, respondendo perguntas sobre o folclore internacional;”
Chiarini era também constantemente homenageado em livrinhos de cordel. Rodolfo Coelho Cavalcante, um cordelista da Bahia e amigo de Chiarini, fez um cordel em sua homenagem:
“Nasceu Doutor João Chiari/ Na cidade paulistana/ Por nome Piracicaba/ Cuja terra é soberana/ No Folclore que irradia/ Seu clima e topografia/ Todo turista se ufana
(...)Aonde houvesse folguedos/ Do Folclore Nacional/ João Chiarini, em criança,/ Corria até o local/ E bastante embevecido/ Interrogava o sentido/ Da sua origem, afinal.”
Todo esse material pode ser consultado aqui no Espaço Memória Piracicabana.

Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.

segunda-feira, 5 de março de 2018

Espaço Memória Piracicabana - Informes!


O Espaço Memória Piracicabana ainda está em fase de higienização, mas já estamos abertos para atender pesquisadores e visitantes.

Aqui temos disponível para consulta os acervos: João Chiarini, Acervo Rocha Netto, O Diário de Piracicaba,  Jornal O Movimento, Acervo Jair Toledo Veiga, Acervo  IEP (Instituto Educacional Piracicabano) e o Acervo do Fórum.
Todos esses acervos já tiveram publicações específicas aqui no Blog e é só pesquisar no campo superior direito ou nas palavras-chave.
Semana que vem voltamos ao normal com as postagens do blog.

Equipe CCMW