Espaço MEMÓRIA PIRACICABANA

,

Pages

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

História da música

Chiarini, como um grande estudioso de música regionalista que era, manteve um acervo grande de livros sobre História da Música. 


Livros como “Compêndio de História da música brasileira” de Renato Almeida, “A música no Brasil: desde os tempos coloniais até o primeiro decênio da república”, e dezenas de outros títulos podem ser encontrados no Espaço Memória Piracicabana.

Outros temas também fazem parte do acervo de Chiarini, como livros sobre teatro, literatura (nacional e estrangeira),saúde, fotografia, matemática, entre outros.

Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Suplemente Literário – Gazeta de Limeira


Piracicaba encontramos uma compilação da Gazeta de Limeira – Suplemento literário de 1943 até 1947. No suplemento encontramos poemas e contos de escritores e escritoras locais, além de textos de escritores da América Latina e grandes nomes da literatura brasileira.

João Chiarini também escrevia textos inéditos para o Suplemento




Para além de literatura, também eram discutidos Filosofia e Arte e sempre no final da publicação tinha uma seleção bibliográfica de livros com temas desde matemática, gramática, geografia e assim por diante.




Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Um século de suor e paixão



No mês de aniversário do XV de Piracicaba, trazemos do acervo Rocha Netto, a revista 100 anos Destemido e Valente. Essa é uma obra conjunta de professores da Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), moradores da cidade, ex-jogadores e jornalistas de Piracicaba em homenagem ao time. Sendo lançada no ano do centenário (2013) a obra apresenta diversas histórias e curiosidades sobre o time do interior paulista.

Antes do sumário, a obra conta com diversas declarações de políticos em relação ao time, como Geraldo Alckmin e Aldo Rebelo, ao chegarmos no sumário podemos ter ideia do que a obra apresenta, como “As viagens internacionais” que vão relatar a viagem do XV de Piracicaba à União Soviética para um jogo, a criação do mascote “Nhô-Quim” pelo cartunista Edson Rontani, a Seleção do Centenário que irá apresentar a seleção dos melhores jogadores que passaram pelo time do XV e o Historiador do Nhô-Quim, Rocha Netto, contando um pouco sua trajetória, do início da coleção ao ingresso no jornalismo. 

A revista também conta histórias curiosas de ex-jogadores, como o caso de João Félix, que inventou a bateria, em 1919.




André Bellaz, aluno do 6º semestre do curso de História da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo Rocha Netto.


quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Ruas do Rio de Janeiro


Dentro do acervo de João Chiarini, encontra-se a obra História das ruas do Rio de Janeiro, de Brasil Gerson, clássica obra da academia histórica. A fácil escrita que o autor utiliza facilita a leitura, pois é uma obra escrita por uma pessoa que é historiador, teatrólogo, escritor, jornalista, crítico e roteirista de cinema, e só pode ter como resultado uma escrita dinâmica. Gerson recorta pequenos trechos e de forma envolvente, te capta a devorá-lo. 
Segue um pequeno trecho que fala sobre a famosa Rua do Ouvidor para melhor explicação:

“A substituição de seus 19 lampeões de azeite por bicos de gás foi proposta, pela primeira vez, em 1832, por dois ingleses, Grece e Glegg, impostores ou feiticeiros na opinião de muita gente respeitável, menos de Mauá, que em 1854 inaugurava na cidade a Companhia de Gás, para a iluminação de suas ruas centrais – na do Ouvidor em primeiro lugar.”



André Bellaz, aluno do 6º semestre do curso de História da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.

terça-feira, 13 de novembro de 2018

AI 5


Em 14 de dezembro de 1968 o Diário de Piracicaba noticiava a imposição do Ato Institucional nº 5 e do Ato Complementar 38. O AI 5 impunha várias ações arbitrárias como a cassação de mandatos parlamentares e dos direitos políticos do cidadão, suspendia também a garantia de obter habeas corpus e o Ato Complementar 38 determinava o fechamento do Congresso.  Em dezembro de 2018 completam 50 anos da implementação do AI 5, que foi o período mais aterrorizador da Ditadura Militar brasileira.


Cecílio Elias Neto, claramente incomodado com os rumos políticos do Brasil, escreveu um texto no jornal criticando o AI 5 e o fechamento do Congresso.

“Criança! Não verás um país como este. Onde foi mesmo que eu vi isso? Teria sido Ronald de Carvalho ou Olavo Bilac quem o escreveu? Confesso: estou confuso. E amnésico. Aprendi, por exemplo, que Lincoln – ou teria sido Chacrinha? – teria dito que a democracia era governo do povo, para o povo e pelo povo. Depois, eu li também - e não me lembro talvez se no curso de Direito, se no Pato Donald – que os poderes da República são harmônicos e independentes entre si.  E isso significaria que o Legislativo legisla, o Executivo administra, o Judiciário julga. E, agora, me contam que fecharam o Congresso...Estarei mesmo amnésico?”



Vivian Monteiro, Historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo “O Diário”.

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Revista União Soviética ☭


Chiarini nunca escondeu que era de esquerda, filiado ao PCB e amigo de outros intelectuais da época. Faz parte de seu acervo uma grande quantidade de  revistas que recebia de países como China e URSS.


A revista "Union Soviética" (a versão encontrada no acervo é em Espanhol) tratava de muitos temas da Rússia, como fotos de famílias felizes, esportes, eventos, como as pessoas prosperavam, produção industrial, entre outras coisas. Países comunistas do Leste Europeu também entravam nas matérias do periódico.




Vivian Monteiro, Historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Memorial De Piracicaba – Século XX – Cecílio Elias Netto


No acervo Rocha Netto há inúmeros livros sobre Piracicaba e sua história, como o Almanaque 2000. A obra produzida por Cecílio Elias Netto, jornalista, escritor, ex-professor e bacharel em Direito, se divide entre, Apresentações, Participando da História, Prefácio, Encantado com o Conto, Símbolos, Sinopse dos Principais Fatos Históricos de Piracicaba, Piracicaba Através do Tempo, Memorial de Piracicaba, 1900 e Piracicaba 2000.

O livro é recheado de pequenos trechos de curiosidades sobre moradores de Piracicaba e acontecimentos históricos, como o texto sobre “Chiarini, “perturbador, o asa negra.” Cecílio conta como o intelectual piracicabano recebia atenção especial dos militares responsável pelo DEOPS. 

Para saber mais sobre as curiosidades sobre Piracicaba, o Almanaque 2000 entre outras obras do nosso acervo estão disponíveis para pesquisa no Espaço Memória Piracicabana.




André Bellaz, aluno do 6º semestre de História da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo Rocha Netto.



terça-feira, 16 de outubro de 2018

Cotidiano trágico de Piracicaba


Em 1917, Sebastiana, de 18 anos, ao saber da traição do marido, ateou fogo no próprio corpo.

Testemunhas contaram que ela “sahiu à rua com suas vestes todas em chamas e gritando”. Sebastiana depois disse que fez isso, pois estava “desgostosa da vida e queria mesmo morrer.” Outra testemunha, Leopoldina, relatou que, na tentativa de apagar o fogo, ficou com as mãos queimadas.  


Em consequência das queimaduras, Sebastiana veio a falecer no dia seguinte.


Vivian Monteiro, Historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo do Fórum.

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Gazeta Esportiva


Rocha Netto colecionou ao longo da vida centenas de revistas da Gazeta Esportiva, além de ter sido colaborador da mesma.  Em seu acervo (e disponível para pesquisa) pode ser encontrado revistas da Gazeta Esportiva desde os anos 1920 até final da década de 90. 


A Gazeta Esportiva Ilustrada também faz parte do acervo do Rocha, com edições da década de 50 e 60. Isso sem contar as folhas da gazeta que estão soltas e reservadas em caixas para preservação.




Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo Rocha Netto.

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Poetas Piracicabanos



A poesia sempre foi muito presente na vida de João Chiarini, reforçada também pela sua relação com a Academia Piracicabana de Letras a qual foi presidente. Dentre as inúmeras obras de seu acervo com o tema poesia, a escolhida foi “Poetas Piracicabanos” uma obra um tanto peculiar, pois não se trata do tema diretamente, mas uma obra de Carlos Moraes Júnior. O autor compila nomes e conta um pouco sobre 162 poetas de Piracicaba e região de 1800-1970.




Destes poetas que o autor selecionou, são poucos conhecidos nacionalmente, como por exemplo, Rosalpina Orsini de Souza, nascida na cidade de Tietê, interior de São Paulo. Autora de diversos livros de romances e do livro de poesias “Na solidão das minhas horas” obra presente também no acervo.  






André Bellaz, aluno do sexto semestre do curso de História da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

O Diário: Morre Monteiro Lobato




Na edição datada de terça-feira 6 de julho de 1948, o jornal O Diário, da cidade de Piracicaba, noticiou a morte do grande autor Monteiro Lobato.

José Bento Monteiro Lobato, nascido em 1882 em São Paulo, autor da grande coleção Sitio do Picapau Amarelo e diversas outras fabulas, faleceu as 4h da madrugada do dia 4 de julho daquele ano vítima de um espasmo vascular.  O Diário veiculou uma matéria na primeira página cuja formatação do título se destacava entre as demais notícias e anúncios daquele exemplar.

A particularidade que o periódico preservou durante toda sua existência são os textos simples e objetivos que facilitam a interpretação correta dos fatos. Como a notícia em questão, que informava sem muitos rodeios sobre o velório realizado no edifício da Biblioteca Municipal de São Paulo bem como sobre as figuras que ali prestigiaram a memória do escritor que até hoje serve de inspiração a população brasileira.

Sttefanie Erescov, aluna do quinto semestre de jornalismo da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo O Diário.

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Goleada Histórica do XV de Piracicaba!


Aproveitando a vitória do XV contra o Desportivo Brasil no último sábado por 1x0, vamos relembrar alguns acontecimentos importantes do XVzão!
O dia em que o XV superou o tricolor!

“No dia 15 de novembro de 1932 o alvinegro disputou uma partida amistosa com a Associação Atlética Sucrérie, seu tradicional adversário. Essa data foi condignamente comemorada, marcando uma vitória espetacular do campeão piracicabano, que comemorava o seu décimo nono ano de vida.”

O jogo teve José de Moraes de árbitro conhecido como “Zé Torresmo”.



“Inicia-se a partida, ressaltando desde logo uma oportuna combinação dos ponteiros alvinegros. Incursionam com presteza através do campo adversário, vencem a resistência das sentinelas  e em três minutos de bombardeio abrem a primeira brecha na cidadela tricolor guardada por Eduardo Farah, o “Satanás Piracicabano”. O centro-avante quinzista Aureo foi o autor do primeiro tento.”
Logo depois vem a A.A. Sucrérie e marca um gol, feito por Zé Polenta. No entanto, no segundo tempo, o XV acaba goleando a Sucrerie, marcando mais 6 gols. Placar final, 7x1 para o XV!


Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo Rocha Netto.

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Nocaute quase fatal


A revista Manchete da década de 1960 narrou um trágico acidente que mudou o ruma da história do pugilista Fernando Barreto da categoria dos pesos-médios.
Como mostrou a reportagem de Durval Ferreira, com fotos de Felício Safadi, o combate de Fernando Barreto contra o argentino Jorge Fernandez termina de forma trágica. Ao ser disputado o sétimo round, após Fernandez ter desferido com sucesso dois socos de esquerda e encaixado um cruzado de direita, Fernando Barreto é nocauteado e não se levanta.

O campeão sul-americano de 31 anos (lutou 78 vezes, das quais venceu 72 e destas, 52 por nocaute) havia entrado em coma. Fora do ringue, foi então levado para o Hospital da Beneficência Portuguesa e submetido à uma cirurgia para a retirada de um coágulo do cérebro.

O médico Dr. Américo Augusto Isaías, um dos operantes e presidente da Federação Paulista de Pugilismo, comentou o caso. Américo disse que os golpes de Jorge Fernandez não teriam causado o derrame, mas sim, ao cair, pois Fernando Barreto teria batido com a cabeça no estrado do ringue. Explicou também que a cirurgia havia sido bem executada e colocou esperanças no restabelecimento do nocauteado, mas que os dias como lutador de boxe haviam chegado ao fim para Barreto.


André Bellaz, aluno do sexto semestre do curso de História da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo Rocha Netto.

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Moda de viola!



Nesse mês de agosto comemoramos o Folclore Brasileiro! Piracicaba ainda é uma cidade repleta de atividades culturais e o Centro de Folclore de Piracicaba, criado por João Chiarini em 1946, teve um papel crucial para a propagação e democratização da cultura popular da cidade.

Entre suas centenas de documentos sobre o CFP, cadernos com música popular, a moda de viola, se destacam. Chiarini reunia todos os documentos que recebia e compilava em cadernos. Muitas das músicas são anotações feitas por ele mesmo, outras são originais recebidos de violeiros.



Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.

Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Contra a loucura nuclear


A edição de número 202 do jornal Movimento de 1979 trazia entre suas matérias sobre o julgamento de torturadores da ditadura e a história de Lula e do movimento dos metalúrgicos da região ABC, um pequeno texto intitulado “A grande marcha contra a loucura nuclear”.

O texto em questão relatava a maior manifestação que o povo americano já havia presenciado desde o fim da guerra do Vietnã onde, cerca de 120 mil pessoas se reuniram em Washington para protestar contra as centrais de energia nuclear.
Frases como “A população primeiro que os lucros”, “Parem com a loucura nuclear” e “Eu sobrevivi a Three Mile Island” marcavam os cartazes.

O principal incentivo para a manifestação foi um derretimento nuclear na usina de Three Mile Island naquele mesmo ano. O derretimento é classificado hoje em dia como um dos piores acidentes nucleares da história. Entre os manifestantes se encontravam grandes personalidades como a atriz Jane Fonda, conhecida na época por sua atuação em A Noite dos Desesperados e atualmente pela série Grace e Frankie, e o ex-governador da Califórnia Jerry Brown.

Como resposta a manifestação, diversas organizações responsáveis pelo desenvolvimento dos centros nucleares se pronunciaram em unanimidade a favor da suspensão das construções até ser provado que as mesmas eram seguras para trabalhadores e para a população ao redor.

Até o ano de 2016, segundo a ONG World Nuclear Power, a França era o líder mundial em dependência de energia nuclear com 77,7% de sua energia provida este tipo de fonte. Já os Estados Unidos, em 2018, estuda eliminar suas usinas, pois apenas 9% da energia utilizada no país é nuclear.


Sttefanie Erescov, aluna no quinto semestre de Jornalismo da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo jornal Movimento.


terça-feira, 7 de agosto de 2018

Marginália


“Marginália” reúne contos, artigos, críticas de Lima Barreto. A crítica a alta sociedade e ao governo do Rio de Janeiro do período (1922) é uma delas (críticas inclusive bem atuais):

“Hotel, 7 de setembro
Li nos jornais que um grupo de senhoras da nossa melhor sociedade e gentis senhoritas inauguraram com um chá dançante, a dez mil-réis a cabeça, o Hotel do Sr. Carlos Sampaio, nas encostas do morro da Viúva. Os resultados pecuniários de semelhante festança, segundo diziam os jornais, das quais as referidas senhoras e senhoritas, agremiadas sob o título de “Pequena Cruzada”, se fizeram espontâneas protetoras.
Ora, não há nada mais belo que a Caridade; e, se não cito aqui um profundo pensamento a respeito, motivo é não ter ao alcance da mão um dicionário de “chapas”.
Se o tivesse, os leitores veriam como eu ia além do esteta Antonio Ferro, que saltou no cais Mauá, para nos ofuscar, com os seus trapos de José Estevão, Alexandre Herculano e outros que tais!
Felizmente não o tenho e posso falar simplesmente – o que já é uma vantagem. Quero dizer que semelhante festa, a dez mil-réis a cabeça, para proteger crianças pobres, é uma injúria e uma ofensa, feita a essas mesmas crianças, num edifício em que o governo da cidade gastou, segundo ele próprio confessa, oito mil contos de réis.  Pois é justo que a municipalidade do Rio de Janeiro gaste tão vultosa quantia para abrigar forasteiros ricos e deixe sem abrigo milhares de crianças pobres ao léu da vida?
O primeiro dever da Municipalidade não era construir hotéis de luxo, nem hospedarias, nem zungas, nem quilombos, como pensa Sr. Carlos Sampaio. O seu primeiro dever era dar assistência aos necessitados, toda a espécie de assistência.
Agora, depois de gastar tão fabulosa quantia, dar um bródio para minorar o sofrimento da infância desvalida, só uma coisa resta dizer à edilidade: passem bem!
Um dia é da caça e outro é do caçador. Digo assim, para não dizer em latim “Hodie mihi, cras tibi”.
Nada mais ponho na carta. Adeus.
Careta, 1922.”

No acervo de João Chiarini encontramos alguns livros de Lima Barreto e todos estão disponíveis para pesquisa.

Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.


segunda-feira, 30 de julho de 2018

O Metodismo reforça a educação superior em Piracicaba


O post da semana é sobre o início do oferecimento de cursos superiores pelo Instituto Educacional O Piracicabano (IEP) no ano de 1964. Os cursos que iniciaram essa nova fase educacional do metodismo em Piracicaba são os de Economia, Contabilidade e Administração de Empresas. 



De acordo com o jornal O Diário de 1964, os cursos trariam muitos benefícios para a cidade, como o curso de Economia que teria a oportunidade de contribuir para acelerar o esforço desenvolvimentista em que o país se encontrava no período (1964). O curso de contabilidade, atenderia a Lei de Diretrizes e Bases Nacionais para a assinatura de balanços bancários e o de administração de empresas fortaleceria a necessidade da indústria da cidade, além de ser o 9º no país e primeiro do interior. Dirigida por Gustavo Jacques Dias, a faculdade abriu cursinhos para preparação do vestibular com presença inicial de 200 alunos.

Para consultar esta e outras publicações do “O Diário de Piracicaba” visite nosso acervo!


André F. G. Bellaz, aluno do 5º Semestre do curso de História da UNIMEP.
Pesquisa realizada no acervo Diário de Piracicaba.


segunda-feira, 23 de julho de 2018

Frou-Frou: De homens para mulheres


O acervo Rocha Netto possuí várias preciosidades, porém, estas não são exclusivamente sobre esportes. Vasculhando as prateleiras podemos encontrar raridades como três exemplares da revista Frou-Frou entre outros veículos com conteúdos que passeiam entre o cinema, Tv, rádio e literatura.

A Frou-Frou inicia suas publicações em meados de 1908 sendo, desde o princípio, uma produção voltada para o público feminino. Os exemplares que se encontram no Espaço Memória Piracicabana são edições do Rio de Janeiro e datam de 1923, 25 e 29, porém há registros de atividades da revista em outras cidades. As primeiras edições que podemos encontrar são produções de uma redação localizada em Recife, capital pernambucana.


Engana-se quem pensa que essa publicação dos anos 20 se assemelha com as revistas femininas atuais. Onde hoje encontramos fofocas e diretrizes de estilo de vida, a Frou-Frou trazia matérias sobre cinema, esportes femininos, balanços econômicos, bastidores de grandes produções cinematográficas e inclusive a programação teatral mensal da cidade do Rio. Além disso, a revista mantinha uma diferenciada coluna social onde publicava fotos de eventos ou pontos turísticos da cidade e uma editoria intitulada “No mundo artístico” que era dedicada a falar sobre a arte da fotografia e as novas técnicas que vinham sendo descobertas.


As charmosas capas e a tipografia chamativa dos títulos das matérias era o que diferenciava a Frou-Frou das demais revistas de sua época. Outro ponto característico dela era o grande número de crônicas publicadas e em meio a estas, diversos anúncios voltados para o público feminino da época que iam desde móveis, cadernetas de poupança e eletrodomésticos até lojas de artigos infantis e loções para o cabelo.


O número avulso da revista custava entre 3000 e 2500 réis e tinha em média 38 páginas, contando com a capa e o verso. É interessante nos atentarmos também para o fato de que a Frou-Frou era uma revista que visava atingir o público feminino, mais especificamente esposas, porém ela era idealizada e dirigida por homens.
Embora a Frou-Frou fizesse parte da categoria de periódicos de cinema e teatro, ela era muito mais um simples informativo de estreias do que uma publicação de debates e críticas.



Sttefanie Erescov, aluna do quinto semestre de jornalismo da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo Rocha Netto.


segunda-feira, 16 de julho de 2018

No Universo Folclórico dos Toques


Mais uma vez procurando pelo vasto acervo folclórico do nosso saudoso João Chiarini, encontramos um exemplar da “Revista Folclore” que fazia parte da ‘Associação de Folclore e Artesanato do Guarujá’, do ano de 1980, edição nº 5. Na página 7 encontra-se o texto intitulado “Toques de Sino e seu universo folclórico” da pesquisadora Maria do Carmo Vendramini sobre o uso dos sinos ao longo da história.



Desde o início colonial os sinos tiveram varias funções, sobretudo no período em que a Igreja era ponto de reuniões das comunidades e também assumia o papel de agente de comunicação desses meios. Cada sinal emitido pelos sinos possuía – como tudo dentro do viés eclesiástico – dogmas e costumes locais que regulavam e adequavam as necessidades de cada grupo ou daquilo que se era entendido pelo sineiro. Observa-se aí parte de sua característica folclórica, ou seja, os toques e ritmos eram ditados de acordo com os hábitos e necessidades de cada grupo, incorporando-se a cultura local dos mesmos.
A pesquisadora ressalta que no universo folclórico dos toques de sinos, o processo de transmissão oral e tradicional permite a repetição dos toques através do tempo. As eventuais modificações aparecem de maneira lenta e gradativa e podem atingir desde a estrutura rítmica do toque até horários em que são acionados, duração, timbres dos sinos usados, etc.

Fonte: Google


Venturini ainda faz questão de ressaltar a importância da contribuição da cultura africana e afrodescendente na constituição e consolidação musical dos sinos, e isso pode ser evidenciado tanto pela complexidade rítmica de certos toques, - diversos toques conhecidos dentro da cultura negra, como o chamado “barravento” foram encontrados em várias sequências de sineiros - quanto na participação negra e mestiça dentro das igrejas brasileiras. Mesmo com as restrições baseadas na cor da pele, os impedimentos de permanência de negros dentro das igrejas não se estendiam até o sineiro, talvez pelo valor secundário que se dava à função, ou porque tal atividade era considerada “bruta” para ser realizada por outros que não os escravizados.
O texto completo pode ser consultado aqui no Espaço Memória Piracicabana.


Natália Severino, aluna do sexto semestre do curso de História na UNIMEP.
Pesquisa realizada no acervo de João Chiarini.


terça-feira, 10 de julho de 2018

Juiz desconfiado


Hoje o blog traz o acervo do fórum e o processo em questão trata do abandono familiar supostamente cometido por P.S. contra a esposa J.C.S. e os filhos L. e J.C. e testemunhado por algumas pessoas.
No dia 27 de Julho do ano de 1943, se apresentou na delegacia da cidade de Piracicaba, a Sra. J.C.S. alegando que o marido P.S. teria abandonado sua família em detrimento do “vício de embriaguez”. Também alegava que o marido havia lhe transmitido “moléstia venérea”, pois o havia encontrado na casa de outra mulher.

Foram chamadas algumas testemunhas por parte da requerente:

A primeira:
Moradora temporária na casa de P.S. confirmou o hábito de embriaguez que o requerido havia desenvolvido nos últimos meses.
A segunda:
Marido da primeira testemunha e tio da requerente acrescentou a ameaça de morte que este havia presenciado onde P.S. alegou que caso tivesse uma arma de fogo já teria matado a esposa.
A terceira:
Confirmou a ameaça com uma garrucha encostada contra o peito da requerente, onde o acusado teria dito “é isso o que te vale de estar essa mulher aqui”. 

O juiz então chamou P.S para depor, e no depoimento P.S. afirmou receber apenas R$ 1,5 cruzeiro por hora e que, não dando para sustentar a família, bebia por desgosto.

Por fim, depois de serem feitos exames de corpo delito, o juiz decide absolver o acusado, pois se sentiu desconfiado de todas as acusações feitas pela requerente.

André F. G. Bellaz, aluno do quinto semestre do curso de História da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo do Fórum.

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Poesia Russa Moderna


“A poesia russa, considerada sobretudo nas três primeiras décadas do século, é das que oferecem maior riqueza e fermentação de rumos dentro da modernidade.” O livro “Poesia Russa Moderna” com tradução de Augusto de Campos e Haroldo de Campos reúne os maiores poetas russos do século XX. Nomes como Andrièi Bièli, Aleksandr Blok, Vladimir Maiakóvski entre outros, compõem a antologia.


“Selecionaram-se poemas de teor participante, lírico, satírico, meditativo, descritivo ou mesmo metalinguístico (poemas sobre o próprio poema ou cujo tema é a exploração da palavra poética em si mesma), suscetíveis todos, no seu conjunto, de dar uma visão do complexo mundo da poesia russa e da sua correlação, não de “harmonia idílica”, mas de “tensão dialética”, como diria ainda Roman Jakobson, com a agitada realidade de seu país, marcada pelo magno acontecimento da Revolução de Outubro”.


O livro pode ser encontrado no acervo de João Chiarini e está disponível para pesquisa.

Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.


segunda-feira, 25 de junho de 2018

41 anos de debate: O feminismo e o apoio as diferentes lutas sociais


Na 108º edição do jornal O Movimento, publicada em julho de 1977, a editoria intitulada “Assuntos” abriga um texto referente a um questionamento levantado durante a primeira Conferência Internacional da Mulher de 1975 que aconteceu no México sob o lema “Igualdade, Desenvolvimento e Paz” e com pauta centralizada na eliminação da discriminação da mulher e no seu avanço social.

De acordo com o artigo que leva o titulo “Feminismo: Descobrindo o que é principal” as dúvidas levantadas na conferência, que geraram um grande debate, foram sobre o papel da mulher e do feminismo perante as demais lutas sociais e se a desigualdade de gênero era resultado do capitalismo, da divisão do trabalho ou de outros fatores. Essas pautas se estenderam também para um simpósio realizado durante uma reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) que ocorreu em 77 com o tema “Implicações de pesquisas sobre os problemas das mulheres no Brasil”.

Para selar o debate no simpósio da SBPC, segundo o relato do jornal, Maria Malta Campos tomou como conclusão que um problema social não exclui o outro necessariamente e Heleieth Saffioti complementou:

(...) “Só uma concepção mecanicista de mudança social atentaria exclusivamente para a contradição principal.”.


Sttefanie Erescov, aluna do quinto semestre de jornalismo da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo Jornal Movimento.