Espaço MEMÓRIA PIRACICABANA

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segunda-feira, 23 de julho de 2018

Frou-Frou: De homens para mulheres


O acervo Rocha Netto possuí várias preciosidades, porém, estas não são exclusivamente sobre esportes. Vasculhando as prateleiras podemos encontrar raridades como três exemplares da revista Frou-Frou entre outros veículos com conteúdos que passeiam entre o cinema, Tv, rádio e literatura.

A Frou-Frou inicia suas publicações em meados de 1908 sendo, desde o princípio, uma produção voltada para o público feminino. Os exemplares que se encontram no Espaço Memória Piracicabana são edições do Rio de Janeiro e datam de 1923, 25 e 29, porém há registros de atividades da revista em outras cidades. As primeiras edições que podemos encontrar são produções de uma redação localizada em Recife, capital pernambucana.


Engana-se quem pensa que essa publicação dos anos 20 se assemelha com as revistas femininas atuais. Onde hoje encontramos fofocas e diretrizes de estilo de vida, a Frou-Frou trazia matérias sobre cinema, esportes femininos, balanços econômicos, bastidores de grandes produções cinematográficas e inclusive a programação teatral mensal da cidade do Rio. Além disso, a revista mantinha uma diferenciada coluna social onde publicava fotos de eventos ou pontos turísticos da cidade e uma editoria intitulada “No mundo artístico” que era dedicada a falar sobre a arte da fotografia e as novas técnicas que vinham sendo descobertas.


As charmosas capas e a tipografia chamativa dos títulos das matérias era o que diferenciava a Frou-Frou das demais revistas de sua época. Outro ponto característico dela era o grande número de crônicas publicadas e em meio a estas, diversos anúncios voltados para o público feminino da época que iam desde móveis, cadernetas de poupança e eletrodomésticos até lojas de artigos infantis e loções para o cabelo.


O número avulso da revista custava entre 3000 e 2500 réis e tinha em média 38 páginas, contando com a capa e o verso. É interessante nos atentarmos também para o fato de que a Frou-Frou era uma revista que visava atingir o público feminino, mais especificamente esposas, porém ela era idealizada e dirigida por homens.
Embora a Frou-Frou fizesse parte da categoria de periódicos de cinema e teatro, ela era muito mais um simples informativo de estreias do que uma publicação de debates e críticas.



Sttefanie Erescov, aluna do quinto semestre de jornalismo da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo Rocha Netto.


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