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segunda-feira, 27 de março de 2017

Construção do Barão de Serra Negra, o esperado centro esportivo que Piracicaba almejava

Sem dúvida um dos momentos mais marcantes que Piracicaba viveu nesses 250 anos foi a construção de um estádio à altura das suas tradições esportivas. O Barão de Serra Negra, como é chamado, esteve há muito tempo nos sonhos dos desportistas piracicabanos, pois não conta somente com um campo de futebol, mas principalmente porque traz melhores possibilidades para o atletismo, natação e outras modalidades esportivas para a região.

No acervo do jornal piracicabano O Diário, podemos descobrir um pouco mais do desenvolvimento dessa conquista para a cidade na época, por volta da década de 50 e 60. 

Foram 12 anos de espera pelo estádio desde quando foi assinado em 1953, pelo então prefeito da cidade Dr. Samuel de Castro Neves. A lei nº368 que autorizava “a desincorporação da classe dos bens comum do povo e transferência para a dos patrimoniais do Município, da área de terreno que constitui a Praça Barão de Serra Negra”. 

Estava também designado que naquela área de 48.767,53 metros quadrados deveria ser construído o futuro Estádio Municipal.


Só que a construção do tão aguardado estádio só foi iniciada em 1961, após lei assinada pelo prefeito Francisco Salgot Castilon no final do ano de 1960, autorizando a construção do centro esportivo. Foi aberto um crédito de cinquenta milhões de cruzeiros para atender as despesas da construção.

O jornal O Diário publicou a primeira notícia sobre a construção do estádio, após a assinatura da lei acima, no dia 27 de novembro de 1960 com a foto da maquete do Estádio Municipal, que estava exposta na Prefeitura Municipal. Segundo o jornal, “a parte destinada a futebol comportará 45 mil pessoas”, mostrando que houve uma grande mudança até o resultado final, visto que a capacidade foi reduzida para bem menos da metade, pois ele foi inicialmente na sua inauguração, capaz de comportar 26.528 torcedores, mas devido às restrições legais, teve sua capacidade limitada para 18.799 pessoas, alguns anos depois.


A inauguração do estádio, que ainda estava inacabado, ocorreu quatro anos depois, no dia 4 de setembro de 1965, com o jogo de XV de Piracicaba e Palmeiras, no qual terminou sem balançar as redes. De acordo com o jornal, 10.400 pessoas presenciaram o empate e a renda somou 19 milhões de cruzeiros. Além disso, o time ainda recebeu 100 mil cruzeiros do presidente do time José Luiz Guidotti pelo empate-vitória, conforme publicado no jornal, “a fim de premiar a boa disposição, a garra e a fibra dos quinzistas”, que jogaram com apenas 10 jogadores na partida.
Além do jogo, fazendo parte das solenidades da inauguração do Estádio Municipal, o público assistiu a apresentação de uma banda marcial e de uma escola de samba, houve também a tradicional volta inaugural realizada pelo prefeito da época Luciano Guidotti e sua comitiva. A edição do jornal O Diário do dia seguinte trouxe um balanço do jogo, do estádio e um texto do jornalista Rocha Netto.


Quase dois meses e meio após a inauguração, através da lei nº1365 publicada no dia 18 de novembro, foi dado nome ao Estádio Municipal: “Barão de Serra Negra”. O nome é uma homenagem ao comerciante e agricultor de espírito empreendedor que futuramente se tornou dono de diversas fazendas no interior e um dos homens mais ricos do estado de São Paulo.



Thaís Passos da Cruz, aluna do 5º semestre de Jornalismo da UNIMEP.
Pesquisa realizada no acervo O Diário.






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