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sexta-feira, 10 de abril de 2015

Crianças morrem subnutridas no nordeste


Em 1980, a falta de chuva obrigou o governo federal decretar estado de calamidade pública em boa parte do nordeste, informou reportagem do jornal ‘O Movimento’. O repórter do periódico, Ivo Patarra percorreu a região mais atingida pela seca. “Viu miséria e desvio de dinheiro”, cita o texto.

Um dos casos de corrupção relatado, é de uma casa de luxo construída com o dinheiro do Plano de Emergência de Combate as Secas. Outro caso que chama a atenção é o enterro de crianças no pobre cemitério de Aracatiaçu, distrito do município cearense de Sobral (230 quilômetros de Fortaleza).



Na época, afirmou o jornal, o deputado José Parente Prado denunciava então que 12 crianças teriam morrido subnutridas no distrito. Até julho daquele ano, 27 crianças foram enterradas no cemitério. “Morreu muito magra, sem nenhuma alimentação”, contou a juíza de Paz Antonia Cleonice ao periódico, que informou também que a maioria tinham menos de um ano de idade.

Entre os mortos está L.F.P, que morreu com um mês e 25 dias de vida. “Morreu comendo papa d’água”, dizia o texto. No vale do Jaguaribe, também no Ceará, o médico Daltro Holanda, que dirigia o hospital da cidade de Russas, contou que, de cada mil crianças que nasciam no nordeste, 500 não completariam cinco anos de idade.“Nós estamos resistindo e morrendo no nordeste há três séculos e meio”, reclamou.




Reinaldo Diniz, aluno do quinto semestre do curso de Jornalismo da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo do jornal ‘O Movimento’.

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