Espaço MEMÓRIA PIRACICABANA

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segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Rua do porto


Em 1965, João Chiarini, em um texto de sua autoria publicado no Diário de Piracicaba, tratou sobre as grandes mudanças estruturais que a Rua do Porto estava sofrendo. Contrário a essas mudanças que, segundo ele, descaracterizava esse espaço histórico da cidade, escreveu tudo o que pensava para o Jornal.

“A gente não consegue dizer diferente. Por muito tempo ainda assim será. Não que não seja justo “Avenida Beira Rio – Joaquim Miguel Dutra.” Rua do Porto nós a conhecemos muito. Participamos de seus problemas. Sentimo-la bastante. E que as suas figuras estão conosco, embora já se encontrem sepultados há muitos e muitos anos: “Sebastião Negrinho”, “Maria Pituça”, “Toni Fumeta”, “Lelé”, “Nâni”, etc. e os há em carnes e ossos como: “Chico Manduca”, que foi, várias vezes, rio abaixo até o Itapura; “Tangará”, “Bico Fino”, “João Pica-Pau”, etc. Ribeirinhos que apelidam mais que Tietê.
Rua do Porto que vai sendo vestida de asfalto, de canteiros, feitos ilhas; de paredão, de iluminação adequada, de prédios novos. Rua do Porto que não mais dará pintura. Rua do Porto play-boy.”

Chiarini explica no texto que apesar das mudanças em nome do progresso não podemos nos esquecer de que a Rua do Porto sempre foi um local de contemplação e de lazer popular em Piracicaba. Nem sempre se dá pra apoiar mudanças se elas vêm com o objetivo de aniquilar as memórias e manifestações populares de um lugar.




Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.

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