Espaço MEMÓRIA PIRACICABANA

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sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Cururu, o combate poético


“O cururu é disputa, combate poético”, com essa frase João Chiarini começava seu texto publicado na Revista do Arquivo Municipal, de 1947. Chiarini começa contando os antecedentes do cururu:



“É universalista. Na coroação dos poetas helênicos fazia-se a eleição do mais talentoso repentista da cidade. Depois há improvisação na Sicília, Espanha. ‘São em geral, os motivos desses cantos, oriundos dos árabes, adotados pelos provençais, muitos cultivados em Portugal e extraordinariamente difundidos no Brasil.’ E é na Idade Média que ele se avantaja pelo país luso. Aqui se chama recuesta. O “self-repeating-process” patenteia a vinda duma tradição da antiguidade até o meio rural brasileiro. De lá é que vem para a América pelas mãos dos elementos primários lusos, pelos portugueses católicos, que o ensinaram aos homens do Brasil.”

Ao longo do texto, o folclorista também explica a origem, a tradição lingüística, as pessoas e os costumes que fazem parte do cururu. Para ele, cururu é instintivo.

“O cururu é música popular. E a música popular acompanha a ideia de trabalho. A vida que esta cada vez mais apertada é lembrada nas toadas. As tragédias domésticas também o são. E perfeitamente bem, porque o cururu não são refrãos onomatopaicos, exclamativos ou monossilábicos. É por isso que os cantadores lembram das leis sociais vigentes, que reconhecem e amparam os direitos do operariado. Os seus versos significam um estado de espírito que exprime a origem histórico-social dessa coletividade.”

No acervo de Chiarini também tem dezenas de fotografias do Cururu:

 


 

 Para ver as fotos e o  artigo na íntegra é só visitar o Centro Cultural Martha Watts, todo o acervo é disponível para pesquisa.

 Neste Link dá para ver um documentário muito interessante sobre cururu.

 

Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana

Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.

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