O livro “Alma Cabocla”, de Paulo
Setúbal, é composto de vários poemas com linguagem simples de sua terra natal. Paulo
Setúbal nasceu em 1893 na cidade de Tatuí e faleceu no ano de 1937 na cidade de
São Paulo. Com quatro anos seu pai faleceu e sua mãe teve que cuidar dele e de
seus oito irmãos sozinha. Por este motivo ela teve que começar a trabalhar e a
única opção que encontrou foi deixá-lo em um internato. Lá ele começou a se
interessar por literatura e filosofia e em 1935 entrou na Academia Brasileira
de Letras. Exerceu diversas atividades, foi advogado, jornalista, ensaísta,
poeta e romancista.
Temos no acervo duas edições deste
livro Minha Alma Cabocla: a 4ª
edição, na qual ele inicia com uma dedicatória a sua mãe e no final tem a nota dos editores da 2ªedição e a
relação de outros livros que ele fez; e há a 6ªedição, nesta ele traz um novo
capítulo intitulado de Poesia Inédita. Setúbal
conta que fez esta poesia em uma festa de aniversário. Ele dividiu sua obra em
4 capítulos: Minha Terra (10
poesias); Morta de Rosas (12
poesias); Flocos de Espuma (13
poesias); e Sertanejas (5 poesias).
No capítulo Minha Terra destaco a poesia Os
Colonos. O poema trata os colonos de forma romantizada. Os trabalhadores
são descritos como fortes e alegres quando separam os grãos do café, nela
aparecem os imigrantes italianos e espanhóis. Já no capítulo Morta de Rosas a poesia Sob um pessegueiro, dedicada ‘ao Ademar,
irmão e amigo’’ do autor, conta uma aventura que ele teve aos 15 anos, quando
estava acompanhado de outra pessoa. Eles encontraram sozinhos uma árvore cheia
de frutos e passarinhos e que devido, principalmente, ao cenário romântico
terminaram em beijos e carícias de baixo da árvore. No capítulo Flocos de Espuma, a poesia Sinhá Anna, é sobre uma velhinha muito
querida por todos. O poema fala sobre a saudade que sente dela e de algumas
lembranças como do lugar em que ela vivia e que sempre lhe trazia broinhas
fresquinhas. E no capítulo Sertanejas,
a poesia Férias de junho, é sobre o
regresso a terra natal, onde reencontra pessoas simples e caboclas. Para ele é
um tempo que passa longe dos livros e estudos, sem se importar com as
preocupações da vida cotidiana, um momento de fuga. Para finalizar, na 6ª
edição a nova poesia Um Bebê, conta
sobre a alegria de se ter um bebê em casa e descreve nela todos os detalhes
sentimentais dessa experiência.
A obra de Setúbal é fantástica, suas
poesias são bastante descritivas, trazem uma linguagem fácil e fazem a
imaginação do leitor viajar pela sua terra natal, como se realmente estivesse
presente. O interessante em suas poesias é que ele sempre romantiza a vida no
campo e apresenta a vida urbana como um lugar de preocupações e de caos, levando
o leitor a impressão que se ele pudesse voltaria de vez para aquelas
terras.
Ana Paula das Neves,
aluna do 6º semestre de História da UNIMEP.
Pesquisa
realizada no acervo Rocha Netto.
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