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segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Alma Cabocla de Setúbal

O livro “Alma Cabocla”, de Paulo Setúbal, é composto de vários poemas com linguagem simples de sua terra natal. Paulo Setúbal nasceu em 1893 na cidade de Tatuí e faleceu no ano de 1937 na cidade de São Paulo. Com quatro anos seu pai faleceu e sua mãe teve que cuidar dele e de seus oito irmãos sozinha. Por este motivo ela teve que começar a trabalhar e a única opção que encontrou foi deixá-lo em um internato. Lá ele começou a se interessar por literatura e filosofia e em 1935 entrou na Academia Brasileira de Letras. Exerceu diversas atividades, foi advogado, jornalista, ensaísta, poeta e romancista.

            Temos no acervo duas edições deste livro Minha Alma Cabocla: a 4ª edição, na qual ele inicia com uma dedicatória a sua mãe e no final tem a nota dos editores da 2ªedição e a relação de outros livros que ele fez; e há a 6ªedição, nesta ele traz um novo capítulo intitulado de Poesia Inédita. Setúbal conta que fez esta poesia em uma festa de aniversário. Ele dividiu sua obra em 4 capítulos: Minha Terra (10 poesias); Morta de Rosas (12 poesias); Flocos de Espuma (13 poesias); e Sertanejas (5 poesias).
            No capítulo Minha Terra destaco a poesia Os Colonos. O poema trata os colonos de forma romantizada. Os trabalhadores são descritos como fortes e alegres quando separam os grãos do café, nela aparecem os imigrantes italianos e espanhóis. Já no capítulo Morta de Rosas a poesia Sob um pessegueiro, dedicada ‘ao Ademar, irmão e amigo’’ do autor, conta uma aventura que ele teve aos 15 anos, quando estava acompanhado de outra pessoa. Eles encontraram sozinhos uma árvore cheia de frutos e passarinhos e que devido, principalmente, ao cenário romântico terminaram em beijos e carícias de baixo da árvore. No capítulo Flocos de Espuma, a poesia Sinhá Anna, é sobre uma velhinha muito querida por todos. O poema fala sobre a saudade que sente dela e de algumas lembranças como do lugar em que ela vivia e que sempre lhe trazia broinhas fresquinhas. E no capítulo Sertanejas, a poesia Férias de junho, é sobre o regresso a terra natal, onde reencontra pessoas simples e caboclas. Para ele é um tempo que passa longe dos livros e estudos, sem se importar com as preocupações da vida cotidiana, um momento de fuga. Para finalizar, na 6ª edição a nova poesia Um Bebê, conta sobre a alegria de se ter um bebê em casa e descreve nela todos os detalhes sentimentais dessa experiência.
            A obra de Setúbal é fantástica, suas poesias são bastante descritivas, trazem uma linguagem fácil e fazem a imaginação do leitor viajar pela sua terra natal, como se realmente estivesse presente. O interessante em suas poesias é que ele sempre romantiza a vida no campo e apresenta a vida urbana como um lugar de preocupações e de caos, levando o leitor a impressão que se ele pudesse voltaria de vez para aquelas terras.

Ana Paula das Neves, aluna do 6º semestre de História da UNIMEP.
Pesquisa realizada no acervo Rocha Netto.



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