Espaço MEMÓRIA PIRACICABANA

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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

A Decepção Brasileira em terras italianas (Copa do Mundo de 1990)




A Itália seria mais uma vez a sede do maior evento futebolístico do mundo, a Copa do Mundo voltava ao país europeu após 66 anos.
O Brasil chegou a copa com um jejum de 20 anos e com uma pressão enorme sobre seus jogadores. Os problemas com a seleção já começaram antes, quando em 1989 com a eleição do novo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, mudou toda a comissão técnica que era encabeçada pelo técnico Carlos Alberto Silva, que vinha de bons resultados no comando da seleção como a medalha de ouro pan-americano e a prata nas olimpíadas. Seguindo uma sugestão do então presidente do Vasco, Eurico Miranda, o presidente Ricardo Teixeira anuncia o técnico Sebastião Lazaroni, que chega ao selecionado já muito contestado.
Seu início de trabalho foi desastroso, com derrotas para seleções até então com pouca ou sem tradição no futebol. Sua redenção só veio com o título da Copa América de 1989 aqui no Brasil.
No dia 16 de abril de 1990, Sebastião Lazaroni anuncia a convocação, também com muita contestação de torcedores e jornalistas, já que nela continham alguns jogadores machucados como por exemplo Romário. Seus problemas só iam crescendo, com uma semana de trabalho ele só tinha 7 jogadores sob seu comando, já que os clubes europeus ainda não tinham liberado seus jogadores.
                                                                                


O Primeiro jogo do Brasil foi contra a jovem e inexperiente Suécia. O que mais uma vez se viu foi uma seleção bagunçada em campo, mesmo assim veio a vitória por 2 a 1, também com muita contestação da mídia especializada.







Segundo jogo contra a fraca e inexpressiva Costa Rica foi outro magro 1 a 0, com uma seleção sem nenhum padrão tático
No último jogo da primeira fase, o jogo contra a Escócia, outro time sem tanta expressão no futebol, o Brasil conseguiu outro placar de 1 a 0
Mesmo com as 3 vitórias, nossa adversária na segunda fase seria a temida Argentina, que tinha em seu elenco o craque Diego Armando Maradona. A cidade de Turim pôde ver uma grande partida, sendo a melhor do time brasileiro. Porém, num lance genial Maradona no meio de 4 jogadores consegue um lançamento para Caniggia que dribla Taffarel e decreta a eliminação brasileira na competição.



Por fim o Brasil se resumiu a um grande time atrapalhado por problemas extra campo.
                                  

Fábio Barros Martins, aluno do 3º semestre de Publicidade e Propaganda da UNIMEP
Pesquisa realizada no Acervo Rocha Netto

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Reconhecimento do curso de História da Unimep


Em 14 de julho de 1990, “O Diário” noticiava o reconhecimento oficial do curso de História da Universidade Metodista de Piracicaba.




Apesar do artigo estar anunciado na capa de 14 de julho, a matéria sobre o reconhecimento do curso somente foi publicada em 19 de julho de 1990, ocasionado por um erro de impressão do jornal.
            O artigo intitulado “Reconhecido o curso de história da UNIMEP” informava os detalhes do reconhecimento oficial, como pode ser conferido no seguinte trecho:


“Através da assinatura do presidente da república foi reconhecido o curso de história da UNIMEP. Com uma turma já formada, o curso já teve seu processo de reconhecimento aprovado pelo conselho federal de educação. Após visita da comissão verificadora para avaliar as condições de funcionamento do curso em 1989 na própria instituição. [...]inicialmente como vespertino, a partir de 1989 o curso passou a ser noturno e ter suas aulas ministradas no campus centro. [...]”  


Além destas informações gerais, o artigo também informava outros detalhes sobre a formação do curso e seu direcionamento para a licenciatura, como também para a produção historiográfica.
O Curso de História da UNIMEP foi oferecido pela primeira vez em 22 de novembro de 1986. Hoje tem suas aulas ministradas no campus Taquaral em período noturno, sendo atribuído ao curso nota 5, conceito máximo pela avaliação do MEC*.
Além de proporcionar aos alunos oportunidades de estágios, trabalhos e pesquisa, coordenação e professores, juntamente com os alunos, organizam todo ano uma viagem para uma cidade histórica.
Selecionamos algumas imagens, todas são de alunos e ex-alunos.

Visita de cursos anteriores a 2014
Ouro Preto, foto da ex-aluna Vivian Monteiro.

Santuário do Bom Jesus de Matosinhos. Congonhas do Campo e as obras de Aleijadinho. Foto da ex-aluna Vivian Monteiro.

Dentro da Igreja, pedidos e agradecimentos de fiéis. Foto da ex-aluna Vivian Monteiro.
Conhecendo a "Frida" na praça em Ouro Preto. Foto da ex-aluna Danuta  Rodrigues.


Visita em 2014 – Rio de Janeiro

Visita dos alunos ao Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro. Foto do aluno Adriano Zaulkauskas.
Visita dos alunos ao Palácio Rio Negro na cidade de Petrópolis. Foto do aluno Adriano Zaulkauskas.
Igreja anexa ao Convento de Santo Antônio no Rio de Janeiro. Foto de  Adriano Zaulkauskas.




*Informação retirada do site Unimep.br





Adriano Zaulkauskas, aluno do 8º semestre do curso de História da Unimep.
           Pesquisa realizada no acervo O Diário.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Fim da higienização do EMP e Acervo João Chiarini

A higienização do Espaço Memória já está finalizada (após um mês de trabalho intenso no arquivo).



Toda vez que higienizamos o acervo encontramos livros muito interessantes. É o caso do acervo João Chiarini e as prateleiras com livros sobre história do Brasil. Nela encontramos muitos livros sobre Brasil colônia, história de diversos estados brasileiros, sobre independência do Brasil, movimentos revolucionários, como, por exemplo, a Cabanagem.

O livro presente no arquivo é datado de 1986, sendo a segunda edição do autor (pesquisador e poeta) Pasquale Di Paolo. Di Paolo foi um professor de Ciência Política da Universidade Federal do Pará, comprometido com os movimentos sociais da região, atuava junto “ao homem amazônico”. Seu livro “Cabanagem: a Revolução Popular da Amazônia” foi o primeiro livro a tratar o fenômeno social como uma revolução, e não como uma revolta. Detalhe para o índice, que o autor conclui seu estudo com o tema “A vitória dos Derrotados”.


Desse capítulo, extraímos alguns trechos:

“Existem duas óticas principais de ver a Cabanagem: para alguns ela é uma série de motins políticos dos cablocos paraenses, cuja característica básica é a rebeldia contra o governo legal do Rio de Janeiro, durante o período da Independência do Brasil; para outros, o movimento cabano é uma rebelião das massas populares amazônicas que não chegou a transformar-se em revolução por falta de programa político e de quadro dirigente.
Nossa tese é que a Cabanagem é revolução; é a revolução popular mais importante da Amazônia e entre as mais significativas da História do Brasil. Explodiu, depois da declaração de Independência, em 7 de janeiro de 1835, pela saturação da paciência cabocla diante da sistemática do governo central em negar aos mais antigos habitantes da região o direito elementar da “cidadania”.

Esgotados os meios pacíficos de luta, a guerra civil tornou-se historicamente inevitável pela miopia política da Regência e pela obstinação de seus ministros em desrespeitar o próprio programa de independência do país. A Cabanagem é revolução por ter sido um movimento histórico de conquista do poder pela base e pelo vértice-não-dominante, caracterizado pela ruptura com os padrões vigentes e pela abertura de novos horizontes políticos e sociais.”

Para Di Paolo, a Cabanagem só pode ser entendida à luz do contexto histórico internacional, nacional e regional do período. Movimentos como a Revolução Francesa (1789), a Revolução Americana (1776), foram grandes fatores que influenciaram.
“No Brasil, o clima de dubiedade em que foi realizada a independência revelou uma burguesia retrógrada e aristocratizada, sem carga revolucionária, culturalmente amarrada a l´ancien régime; o novo ideário político foi recebido mais pelas camadas médias e baixas da população, provocando em todo país explosões revolucionárias de matizes populares.

A Amazônia, no período colonial, vivera separada do resto do Brasil, formando o Estado do Grão-Pará e Maranhão. Esta experiência de autonomia colonialista produziu uma autonomia de luta anticolonial, também diante do emergente colonialismo interno do sudeste brasileiro.

(...) A doutrina básica dos cabanos era a independência política externa e a emancipação social interna, decorrentes da consciência-de-ser-povo e da consciência-de-ser-cidadãos, rejeitando ser súditos permanentes de colonizadores eternos.”

O livro está disponível para pesquisa no Espaço Memória. Parte da biblioteca do acervo Chiarini pode ser pesquisada no site da UNIMEP.


Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.

Pesquisa realizada no acervo João Chiarini

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Martha Hite Watts e a construção de uma História que permanece


            “A diversidade dos testemunhos históricos é quase infinita. Tudo o que o homem diz ou escreve, tudo o que fabrica, tudo o que toca pode e deve informar-nos sobre ele”. Marc Bloch





            Martha Hite Watts, missionária e educadora, exerceu importante papel na história educacional brasileira. Essa história continua viva em diversos trabalhos acadêmicos, no âmbito arquitetônico com seu prédio principal inaugurado em 1884, hoje restaurado e transformado em Centro Cultural Martha Watts, além do Colégio Piracicabano com funcionamento atual e, por fim, a Universidade Metodista de Piracicaba, que apesar não ter sido fundada diretamente pela missionária, tal empreendimento pode ser considerado sem dúvida fruto de sua iniciativa.  
            No dia 13 de Fevereiro completa-se 171 anos do nascimento da missionária que de fato “fabricou uma história”. Como é sabido, depois de perder seu noivo durante a guerra civil norte americana, Martha Watts se dedica inteiramente para a vida missionária.
            A missão e seu rumo brasileiro se definiu por meio de um contato realizado entre líderes políticos republicanos da cidade de Piracicaba com um pastor metodista residente em Santa Barbara d’Oeste. Dentre esses líderes políticos destacamos os irmãos Moraes Barros que requisitaram uma educadora metodista para abrir uma escola de pedagogia inovadora, uma vez que as práticas existentes até então eram tidas como retrógradas, pois eram associadas ao império.
            Em setembro de 1881, Martha abre as portas da primeira escola metodista do Brasil que funcionava em um prédio alugado na região central de Piracicaba. A missionária permaneceu na direção do colégio por 14 anos ininterruptos, e em 1895 ela deixa o Colégio Piracicabano e parte para Petrópolis , onde funda o Colégio Americano de Petrópolis. Entre 1900 e 1902 a missionária viaja para Europa e EUA para tratar de sua saúde, em seguida ela retorna ao Brasil e se instala na cidade de Juiz de Fora para trabalhar e auxiliar o internato feminino da cidade. Sua missão se encerra na cidade de Belo Horizonte fundando o Colégio Izabela Hendrix em 1904, onde permaneceu até 1907.
            Depois do trabalho realizado, Martha retorna aos Estados Unidos, falecendo em 30 de setembro de 1909.  A informação relativa ao seu falecimento se deu por conta de uma carta enviada anos mais tarde ao Colégio Piracicabano por uma sobrinha de Watts. Na carta é explicado que a missionária se dirigiria para a Conferência Anual da Igreja e ao descer da carruagem, tropeça e fratura a bacia, após sete meses imobilizada, descobriu-se um câncer e assim ela veio a falecer.
            Em poucas palavras, lembramos da trajetória de Martha Watts, “tudo o que ela disse e escreveu” permanece em suas cartas presentes no livro “Evangelizar e Civilizar” organizado por Zuleica Mesquita. Seu trabalho missionário e educacional construiu uma história que poderá ser rememorada por todos aqueles que  quiserem conhecer mais sobre a missão metodista e a história da educação brasileira aqui no Centro Cultural Martha Watts.



Silvana Meirielle Cardoso, aluna do 7º semestre do curso de História da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo do IEP.
           


terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Higienização do Centro Cultural Martha Watts

É o momento de higienizar o Espaço Memória.  Quem nos acompanha no blog já sabe que todo começo de ano fazemos uma grande higienização no museu, pensando sempre na melhor forma de conservação do acervo e como disponibilizá-lo para nossos visitantes e pesquisadores.


Nossos estagiários que nos ajudam muito na higienização e devidamente equipados com EPI.
No momento estamos higienizando os livros do acervo João Chiarini, que são muitos.

Parte do acervo João Chiarini.




Vivian Monteiro, Historiadora do Espaço Memória Piracicabana.