Espaço MEMÓRIA PIRACICABANA

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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Martha Hite Watts e a construção de uma História que permanece


            “A diversidade dos testemunhos históricos é quase infinita. Tudo o que o homem diz ou escreve, tudo o que fabrica, tudo o que toca pode e deve informar-nos sobre ele”. Marc Bloch





            Martha Hite Watts, missionária e educadora, exerceu importante papel na história educacional brasileira. Essa história continua viva em diversos trabalhos acadêmicos, no âmbito arquitetônico com seu prédio principal inaugurado em 1884, hoje restaurado e transformado em Centro Cultural Martha Watts, além do Colégio Piracicabano com funcionamento atual e, por fim, a Universidade Metodista de Piracicaba, que apesar não ter sido fundada diretamente pela missionária, tal empreendimento pode ser considerado sem dúvida fruto de sua iniciativa.  
            No dia 13 de Fevereiro completa-se 171 anos do nascimento da missionária que de fato “fabricou uma história”. Como é sabido, depois de perder seu noivo durante a guerra civil norte americana, Martha Watts se dedica inteiramente para a vida missionária.
            A missão e seu rumo brasileiro se definiu por meio de um contato realizado entre líderes políticos republicanos da cidade de Piracicaba com um pastor metodista residente em Santa Barbara d’Oeste. Dentre esses líderes políticos destacamos os irmãos Moraes Barros que requisitaram uma educadora metodista para abrir uma escola de pedagogia inovadora, uma vez que as práticas existentes até então eram tidas como retrógradas, pois eram associadas ao império.
            Em setembro de 1881, Martha abre as portas da primeira escola metodista do Brasil que funcionava em um prédio alugado na região central de Piracicaba. A missionária permaneceu na direção do colégio por 14 anos ininterruptos, e em 1895 ela deixa o Colégio Piracicabano e parte para Petrópolis , onde funda o Colégio Americano de Petrópolis. Entre 1900 e 1902 a missionária viaja para Europa e EUA para tratar de sua saúde, em seguida ela retorna ao Brasil e se instala na cidade de Juiz de Fora para trabalhar e auxiliar o internato feminino da cidade. Sua missão se encerra na cidade de Belo Horizonte fundando o Colégio Izabela Hendrix em 1904, onde permaneceu até 1907.
            Depois do trabalho realizado, Martha retorna aos Estados Unidos, falecendo em 30 de setembro de 1909.  A informação relativa ao seu falecimento se deu por conta de uma carta enviada anos mais tarde ao Colégio Piracicabano por uma sobrinha de Watts. Na carta é explicado que a missionária se dirigiria para a Conferência Anual da Igreja e ao descer da carruagem, tropeça e fratura a bacia, após sete meses imobilizada, descobriu-se um câncer e assim ela veio a falecer.
            Em poucas palavras, lembramos da trajetória de Martha Watts, “tudo o que ela disse e escreveu” permanece em suas cartas presentes no livro “Evangelizar e Civilizar” organizado por Zuleica Mesquita. Seu trabalho missionário e educacional construiu uma história que poderá ser rememorada por todos aqueles que  quiserem conhecer mais sobre a missão metodista e a história da educação brasileira aqui no Centro Cultural Martha Watts.



Silvana Meirielle Cardoso, aluna do 7º semestre do curso de História da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo do IEP.
           


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