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sexta-feira, 14 de março de 2014

O dia da mulher



Comemorou-se, no dia 8 de março, o dia internacional da mulher, data marcada por uma luta que começa no início do século XX, com a 1ª Guerra Mundial e a utilização da mão de obra feminina, já sofrendo uma grande diferença salarial em relação aos homens, vivendo em condições insalubres e perigosas. O grande estopim para os protestos foi o incêndio  em uma fábrica de tecidos "Triangle Shirtwaist" de Nova Iorque, no ano de 1911. Por falha da própria empresa, mais de 140 operárias morreram. Quando o incêndio começou, as portas estavam fechadas.  Muitas operárias pularam das janelas quando viram que não tinham para onde correr. 

Fonte: Google

Em 1910, foi decidido em um conferência na Dinamarca, que o dia 8 de março seria o dia internacional da mulher, que marcasse as reivindicações de melhoria salarial, defesa do voto feminino, entre outros, mas apenas em 1975 a ONU decretou oficialmente a data.
No Brasil, a violência contra mulher é constante, e não datando apenas do século XX. Nos registros do Fórum criminalístico de Piracicaba e região, pertencentes hoje ao Centro Cultural Martha Watts, com registro de processos datando de 1801 a 1946, há centenas de registros de “defloramento” (termo usado durante o século XIX e início do XX para definir casos de estupro) registrados, não sendo possível dentre os 13.407 processos, estimar um número exato destes que são denúncias de agressão contra a mulher.
Como exemplo, um processo de 1933, em que o réu L.B.S. é denunciado pela própria mulher de ter “deflorado” a própria filha, L.B. contando treze para quatorze anos na época. L.B.S. usou como defesa o fato de ter sido tentado pelo diabo diversas vezes para que cometesse tal ato. O réu foi condenado.  Mas são raros os casos em que o réu é de fato condenado.
Acervo do Fórum.


Em 1983, uma brasileira, Maria da Penha, sofreu duas vezes tentativa de homicídio por parte do seu marido, uma com uma simulação de assalto e a segunda tentando a eletrocutar, como resultado das agressões físicas sofridas, ficou paraplégica. Dezenove anos depois seu ex-marido foi condenado e cumpriu pena de apenas oito anos. Com recursos jurídicos, foram acrescidos mais dois anos e hoje está livre.
Em sete de agosto de 2006, foi sancionada no Brasil a lei Maria da Penha, que aumenta o rigor das leis em defesa da mulher, uma conquista para mulheres de todo Brasil, que agora pode encontrar meios de defesa contra a violência doméstica e também uma delegacia especifica somente para atendê-las. No entanto, a luta para conquistar direitos e ter igualdade é diária, mesmo nas situações mais banais do dia a dia.

Tatiane Saglietti, aluna do quinto semestre do curso de História da UNIMEP.
Pesquisa realizada no Acervo do Fórum.

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