Em
1886, Luiza, escrava de Pedro Silveira Franco, foi acusada de assassinato. Sua
filha, Josepha, foi encontrada morta em um cafezal, nos arredores do distrito
de Santa Maria.
Segundo
o processo, “a ingênua Josepha” havia sido encontrada já sem vida com um
“golpe” no pescoço. A perícia da época explicou “que a causa da morte da
ingênua fôra o golpe de garganta, feita por instrumento cortante.”
As
testemunhas chegaram a acusar Luiza, sem saber explicar direito o que tinha
acontecido, só disseram nos depoimentos que tinham ouvido boatos “por vós do
povo” que Luiza tinha fugido e levado a filha. No dia seguinte apareceu o
cadavér de Josepha, então a culpada só poderia ter sido Luiza.
Depois
de muitas testemunhas declararem terem ouvido boatos sobre a morte de Josepha,
chegou a vez de Luiza se defender. Em seu testemunho, Luiza afirma que não havia
fugido, mas que estava com outros afazeres, em uma fazenda próxima. A filha
havia ficado sozinha e só depois recebeu a notícia da morte de Josepha. Sem maiores provas e testemunhas (tanto de
defesa como de acusação), o júri concluiu que Luiza era inocente.
Vivian
Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa
realizada no acervo do Fórum.
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