Espaço MEMÓRIA PIRACICABANA

,

Pages

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Primórdios da Festa do Divino


Em meio aos debates sobre cultura popular que acontecem em Piracicaba com o 7º Fórum das Tradições Populares, contribuímos um pouco com o acervo de João Chiarini e o que ele pode nos contar sobre o folclore da cidade. Em seu material encontramos textos sobre a origem da Festa do Divino. Em uma cartilha publicada em comemoração ao 214º aniversário de Piracicaba, a história da festa do divino é contada:
Cartilha comemorativa do aniversário de 214º de Piracicaba. 

“A folia do Divino, em Piracicaba, data de 1826. Um grupo composto por um violeiro-canturião, caixeiro, adufista, tocador de triângulo, badeireiro e esmoler, percorria a zona urbana e rural, recebendo moedas e donativos em espécie. Miguel Arcanjo Benício da Assumpção, o Miguelzinho, pintou um bando precatório, em documento exposto atualmente em Itu, S.P.

Da folia do Divino, o dinheiro recolhido ia para a Igreja da Matriz, e as prendas eram destinadas ao leilão. (...) Os festeiros da Igreja, ou Comissão da Igreja, seus auxiliares, o alferes da Bandeira e os mordomos não mais recebiam a Folia do Divino em terra, mas na água, no primeiro cortejo no leito do rio (quem teve a ideia de promover o encontro das bandeiras no rio foi Viegas Muniz, em 1826).(...) O Encontro no rio, além do visual, trouxe novos elementos: o largo da Igreja Matriz, partiam os arcos de bambu, cheios de bandeirolas, em amos os lados dos passeios, prolongando-se até o Pouco dos Irmãos do Rio-Abaixo, na altura da ex-olaria Elias Cecílio.

(...) Nos primeiros Encontros apresentavam-se descalços. Dessa fase restam os remos de palas brancas tendo um desenho da pomba em vermelho. Os cabos também, em cor vermelha. (...) Dependendo do volume de água, em outro ano, o Encontro deu-se em julho, assim o 7 de julho de 1944 deu-se em pleno inverno. Os festeiros foram Ettore Braz Capranico e senhora. O cururu foi introduzido na Festa do Divino por Mario Lordello, que em 26 de março e 16 de dezembro de 1933, organizou-os no pavilhão de patinação que a cidade mantinha na época, denominado` Meu Rinque`”.

O texto continua explicando os primórdios da festa em Piracicaba, com o samba-lenço e outras danças. O Centro de Folclore de Piracicaba, na época presidida por Chiarini, já chegou a organizar muitas festas, como em 1972:

“(...) numa sexta-feira, o leilão do Largo dos Pescadores, ex-do Porto, foi feito no salão de festas do Clube de Regatas de Piracicaba; e no domingo daquele ano (1972), o tempo foi reservado para festanças; Folia do Divino, Cateretê, Cana Verde, Samba-Desafio, Samba-lenço, Samba-Roda, Congada, Dança dos Tangarás, Batuque, Arrasta-pé e Modas de Viola, organizada pelo Centro de Folclore de Piracicaba (...).”

O acervo João Chiarini é composto por um rico material sobre cultura popular. Aqui no Espaço Memória temos todo o registro do Centro de Folclore, além da Hemeroteca montada por Chiarini, com artigos, folhetos, pôsteres de eventos folclóricos em Piracicaba e região.

Detalhe da Cartilha"As Tradições Paulistas - A Festa do Divino" que fala  como a festa acontece em diversas regiões do Estado de São Paulo. 



Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.

Nenhum comentário:

Postar um comentário