Espaço MEMÓRIA PIRACICABANA

,

Pages

quinta-feira, 19 de março de 2015

As feiticeiras de Salém

O acervo João Chiarini possui um vasto acervo de revistas. Com uma temática curiosa, uma das coleções que chamam atenção, a revista Homem, Mito e Magia publicada pela editora Três, aborda assuntos como: religião, ocultismo, fatos curiosos da história, etc.

O acervo possui 20 edições desta publicação, datadas de 1973, que segundo a mesma “..é uma obra que mostra todo o fascínio que o sobrenatural  tem exercido sobre o homem, desde suas remotas origens, até os dias de hoje.”

Dentre muitos artigos interessantes sobre o homem e suas relações com o universo do misticismo, podemos citar a revista nº 15, em que, umas das seções denominada de  “Feitiçaria e superstições” relata o caso das “Feiticeiras de Salém”, uma tragédia ocorrida no século XVII na Nova Inglaterra (hoje Estados Unidos).

“A grande caça às feiticeiras de Salém em 1692, é o mais famoso caso desta natureza de que se tem notícia, pelo menos no mundo anglo-americano. Comparado no entanto, aos acontecimentos parecidos, anotados na Europa central, o caso das feiticeiras não assume  extensão muito grande, mas, a par disso, apresenta uma particularidade: terminou tão subitamente como começou.”

Após uma reunião onde uma escrava contava contos sobre magia, e devido a influência de um livro lançado em 1689 sobre feitiçaria, algumas meninas de um vilarejo próximo a Salém tiveram um tipo de histeria coletiva.  A causa, na época, foi diagnosticada como obra de feitiçaria, logo, um tribunal especial para a causa foi montado e teve início uma verdadeira caça as bruxas. Como dito acima, o caso foi breve porém o suficiente para levar mais de 200 pessoas para a cadeia e dezenas para a forca.

Para explicar com mais detalhes, reproduzimos um trecho do artigo:

“Começou no inverno de 1691-92, com um grupo de garotas de 11 a 20 anos de idade. Era um grupo de 8 meninas, que costumavam se reunir perto da casa do sacerdote, com a escrava do religioso, Tituba. A impressão até hoje é de que Tituba se dedicava a encher a imaginação das meninas com histórias e magias da África. Essas reuniões terminaram por causar em Abigail Williams, de 11 anos e em Ann Putnam, de 12, uma espécie de qualquer doença histérica. Abigail, a mais nova, era parente do ministro religioso, Samuel Parris, vivia em sua casa e, por isso, estava mais sujeita à influência de Tituba. As duas garotas rosnavam e rangiam os dentes, aparentemente sem qualquer razão lógica, rolando pelo chão. Por vezes, agiam como se acreditassem estar sendo transformadas em animais. Esses sintomas começaram a se espalhar pelas outras crianças da comunidade. Os adultos, imediatamente, se convenceram de que as crianças tinham sido enfeitiçadas.”

O artigo detalha a história deste caso, do início ao seu desfecho, que teria um saldo final de 34 pessoas executados sob acusação de feitiçaria.  Por fim, a população e seus representantes reconheceram o erro de seus atos como podemos ler a seguir:

“Uma revolta geral eclodiu em todo o país. Em Salém, os magistrados que tinham iniciado os processos admitiam os erros, entre lágrimas e lamentações. Até então ninguém tinha duvidado da existência de bruxaria. Thomas Brattle, um comerciante de Boston, foi o líder do movimento de volta à racionalidade, dali por diante, a América colonial e, mesmo depois, a América livre, nunca mais teve a coragem de condenar alguém por feitiçaria”.




Adriano Zaulkauskas, aluno do sétimo semestre do curso de História da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.


Nenhum comentário:

Postar um comentário