O
acervo João Chiarini possui um vasto acervo de revistas. Com uma temática
curiosa, uma das coleções que chamam atenção, a revista Homem, Mito e Magia publicada pela editora Três, aborda assuntos
como: religião, ocultismo, fatos curiosos da história, etc.
O
acervo possui 20 edições desta publicação, datadas de 1973, que segundo a mesma
“..é uma obra que mostra todo o fascínio que o sobrenatural tem exercido sobre o homem, desde suas
remotas origens, até os dias de hoje.”
Dentre
muitos artigos interessantes sobre o homem e suas relações com o universo do
misticismo, podemos citar a revista nº 15, em que, umas das seções denominada
de “Feitiçaria e superstições” relata o
caso das “Feiticeiras de Salém”, uma tragédia ocorrida no século XVII na Nova
Inglaterra (hoje Estados Unidos).
“A
grande caça às feiticeiras de Salém em 1692, é o mais famoso caso desta
natureza de que se tem notícia, pelo menos no mundo anglo-americano. Comparado no
entanto, aos acontecimentos parecidos, anotados na Europa central, o caso das
feiticeiras não assume extensão muito
grande, mas, a par disso, apresenta uma particularidade: terminou tão
subitamente como começou.”
Após
uma reunião onde uma escrava contava contos sobre magia, e devido a influência
de um livro lançado em 1689 sobre feitiçaria, algumas meninas de um vilarejo
próximo a Salém tiveram um tipo de histeria coletiva. A causa, na época, foi diagnosticada como
obra de feitiçaria, logo, um tribunal especial para a causa foi montado e teve
início uma verdadeira caça as bruxas. Como dito acima, o caso foi breve porém o
suficiente para levar mais de 200 pessoas para a cadeia e dezenas para a forca.
Para
explicar com mais detalhes, reproduzimos um trecho do artigo:
“Começou
no inverno de 1691-92, com um grupo de garotas de 11 a 20 anos de idade. Era um
grupo de 8 meninas, que costumavam se reunir perto da casa do sacerdote, com a
escrava do religioso, Tituba. A impressão até hoje é de que Tituba se dedicava
a encher a imaginação das meninas com histórias e magias da África. Essas
reuniões terminaram por causar em Abigail Williams, de 11 anos e em Ann Putnam,
de 12, uma espécie de qualquer doença histérica. Abigail, a mais nova, era
parente do ministro religioso, Samuel Parris, vivia em sua casa e, por isso,
estava mais sujeita à influência de Tituba. As duas garotas rosnavam e rangiam
os dentes, aparentemente sem qualquer razão lógica, rolando pelo chão. Por
vezes, agiam como se acreditassem estar sendo transformadas em animais. Esses
sintomas começaram a se espalhar pelas outras crianças da comunidade. Os
adultos, imediatamente, se convenceram de que as crianças tinham sido
enfeitiçadas.”
O
artigo detalha a história deste caso, do início ao seu desfecho, que
teria um saldo final de 34 pessoas executados sob acusação de feitiçaria. Por fim, a população e seus representantes
reconheceram o erro de seus atos como podemos ler a seguir:
“Uma
revolta geral eclodiu em todo o país. Em Salém, os magistrados que tinham
iniciado os processos admitiam os erros, entre lágrimas e lamentações. Até
então ninguém tinha duvidado da existência de bruxaria. Thomas Brattle, um
comerciante de Boston, foi o líder do movimento de volta à racionalidade, dali
por diante, a América colonial e, mesmo depois, a América livre, nunca mais
teve a coragem de condenar alguém por feitiçaria”.
Adriano Zaulkauskas,
aluno do sétimo semestre do curso de História da Unimep.
Pesquisa
realizada no acervo João Chiarini.
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