Espaço MEMÓRIA PIRACICABANA

,

Pages

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Os Irmãos Cobra





Em agosto de 1986, Rocha Netto escreveu no Jornal de Piracicaba ( a partir do depoimento de Antonio Cobra Filho) uma homenagem aos irmãos Cobra. Família que se destacou no comércio, no esporte e principalmente na música.
“Em 1921 surgia nessa cidade, idealizado por João Braga e Euclides Franklin César, um conjunto que tocava no sempre lembrado “Theatro Santo Estevão,  denominado “Choro Guaianazes”. (...) executando músicas do repertório do maestro Benedito Dutra, como “Filha da floresta”, bastante conhecida dos da velha-guarda, “De déo em déo”, “Marinha”, “Beijo da meia noite” e outras mais valsas que marcaram época. Esse choro, que deixou saudades, era composto pelos seguintes elementos: João Braga (sax-maestro), José Leite (flauta), Aristides Diehl (sax-de-pito), Euclides César (violino), Antonio Pedro Cobra e José Oliveira (violões).”
Um ano depois, foi formado o grupo “Turunas Piracicabanos”, composto por: Antonio Cobra (pai) e integrado por Antonio Matos Brasil (pandeiro), Pedro Greppe (chocalho), Pedro Cobra (sax-mestro), Antonio Cobra Filho (cavaquinho), Salvador Zito (violão) e Máximo Bernardi (violão e vocal).
Acervo Rocha Netto/CCMW.


Na matéria, Rocha Netto escreve que “esse choro fez grande sucesso no “Carnaval do Centenário” e acabou ganhando uma bonita taça, que marcou os nomes de seus integrantes. (...) As músicas mais tocadas, muito de agrado dos corsos carnavalescos da época, foram estas: “Desafio”, de autoria de Máximo Bernardi, e “Ratinho”, de Pedro Cobra.”
Eles costumavam tocar no saguão do Cinema Polytheama, enquanto dentro das salas de cinema haviam orquestras que musicavam os filmes. O “Choro Cobra” que, na metade dos anos 20, faziam as pessoas se aglomerarem em frente ao cinema só para ouvir o grupo tocar era composto pelos cinco irmãos: Pedro, Nini, João, Vitório e Salvador, além de Totó Carmelo, Belmiro da Silva, Mário Passini, Alfredo do Senna (o chapeleiro) e Manoel Zevedo. “Quando o “Choro Cobra” se exibia no palco do Polytheama ou do Íris, seus componentes apareciam vestidos com trajes caipiras, alegrando a todos”, escreveu Rocha Netto.
Acervo Rocha Netto/CCMW.
Acervo Rocha Netto/CCMW.


“O último carnaval em que o “Choro Cobra” tomou parte, foi o ano de 1926, quando conquistou duas ricas taças, oferecidas pelo saudoso Justo Moretti, que era estabelecido com uma tabacaria na esquina da praça Sete de Setembro com a Rua São José. O Justo Moretti sabia muito bem como acirrar os ânimos dos conjuntos musicais da cidade, bem como oferecendo taças e bronzes para os grandes “pegas” do passado.”

Acervo Rocha Netto/CCMW.
Acervo Rocha Netto/CCMW.


A família Cobra também contribuiu nos esportes:
“A Sociedade Esportiva Palmeiras (ex-Palestra de Piracicaba), também deve gratidão aos irmãos Cobra, notadamente a Pedro e Antonio, pois estes homens, em 1930, trabalharam com afinco para transformar a barroquinha, de propriedade do Sr. Pedro Francez (onde suas vacas pastavam), no campo do Palestra e que serviu mais tarde ao Bairroaltense. (...) Os Cobras cederam, ainda, gratuitamente, suas carroças para o transporte de terras para o campo que ia surgindo.” Rocha Netto só lamenta não ser possível reproduzir a imagem desse momento.


Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no Acervo Rocha Netto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário