Espaço MEMÓRIA PIRACICABANA

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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

1848 e a Insurreição de escravos em Piracicaba



O medo do levante de escravos acarretou punições severas por parte das autoridades.


Passada a epidemia de varíola vista no post anterior, o medo ainda reinava entre a população da cidade, foi quando “principiaram vagos rumores de um possível levante de escravos...”.
A repressão policial então foi redobrada na cidade, a elite ficou com medo de tal movimentação. Foi nesse momento que conseguiram ligar um mascate francês ao futuro protesto.  Até hoje não se sabe quem era o mascate, mas ele era visto “(...) perambulando de engenho a engenho, fazer-se conhecido e penetrar na intimidade dos negros, com os quais estabelecia a maior parte do comércio. O estrangeiro era assim uma espécie de agitador e de agente de ligação entre os escravos  espalhados nas localidades, que desde muito planejavam suponha-se, um movimento libertador. Ficou provado a sua co-participação no caso, não só na função de mentor, mas também na de portador de notícias e instruções dos cabecilhas.”Nunca conseguiram identificar quem era o francês.
Quando descobriram os escravos envolvidos, a polícia prendeu um por um, muitos foram açoitados em praça pública, no “Pelourinho”, “abriu-se devassa e prenderam –se numerosos negros que conduzidos ao Pelourinho, metidos no tronco, açoitados a bacalhau (em doses astronômicas, a 50 chibatadas por dia, salvo nos domingos e dias santos, nos quais o carrasco ia ouvir a missa conventual) e supliciados(...)”. No fim, o caso foi arquivado.
Interessante ver como o negro era tratado pelos políticos e pela elite local e como as ideias estrangeiras, de revolução, conseguiram fazer eco em uma cidade provinciana como Piracicaba.

Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo: Jair Toledo Veiga.



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