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segunda-feira, 15 de julho de 2019

Nome ou brincadeira?


No dia 10 de janeiro de 1945, foi publicado no jornal “Diário de Piracicaba” uma orientação aos pais e aos tabeliães quanto aos nomes escolhidos para o registro das crianças e afirma a grande responsabilidade deste ato. Na matéria, de Silvio A. de Souza, nos conta a história de um pai que insistiu em nomear seu filhinho de Cretino:
“Um cunhado meu, juramentado, tem feito malabarismos para evitar dislates* de tal natureza; para justificar o que alego, é bastante dizer que um pai queria, a toda “fôrça”, colocar no inocente filhinho o nome de Cretino.”.

O autor também critica a adesão de nomes compridos para as crianças, observando, em contraponto, o nome de um aluno que se chamava Og Sá. De acordo com ele, nome simples e incisivo. Além da quantidade, o uso de nomes de homens famosos, como Benjamin Constant, Rui Barbosa da Silva e etc., era desencorajado por Silvio, já que muitas vezes não condizia com a personalidade da criança que o tinha, comparando isto a “bebidas falsificadas”, ou seja, de excelentes rótulos, mas de sabor duvidoso.
Por fim, o autor brinca com o desprestígio de nomes nacionais e diz que em outra vida, gostaria de ter um nome estrangeiro para mais sucesso:

“Também os nomes nacionais estão muito desprestigiados; e, quanto a mim, quereria voltar em outra oportunidade, aqui mesmo, para o grande S. Paulo, com um nome estrangeiro, bem estrangeiro, para mais sucesso e melhor sorte...”. 


*Dislates significa besteira, bobagem.


Nathália Cristina da Silva, aluna do 6º semestre de História na Unimep.
Pesquisa realizada no acervo O Diário.


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