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segunda-feira, 17 de junho de 2019

As primeiras reações ao desastre de Chernobyl


Em 30 de abril de 1986 o jornal “O Diário de Piracicaba” publicou diversas matérias sobre o acidente que aconteceu dia 26 daquele mês, na Usina Nuclear de Chernobyl, perto da cidade de Pripyat, então República Socialista Soviética da Ucrânia.

O jornal destaca o fato da rádio Moscou ter informado sobre o acidente na usina, chamando o ocorrido de um “desastre”. A rádio também alertou para o perigo do uso deste tipo de gerador de energia: “São aplicadas medidas drásticas para garantir o funcionamento e a segurança dos reatores nucleares. Apesar disso, segundo nosso observador, este acidente e muito outros ocorridos em instalações atômicas de países ocidentais demonstram que a aplicação de poder nuclear, mesmo com fins pacíficos, pode ser perigosa”.

Algo que chamou a atenção para a gravidade do ocorrido foram os soviéticos terem entrado em contato com cientistas da Alemanha Ocidental, pedindo “assessoria” para combater o incêndio que ocorria na usina. Também foi requerido o envio de técnicos para auxiliar no tratamento das vítimas do desastre.

Um consenso entre os cientistas do mundo inteiro foi o desconhecimento do que poderia ter causado tal acidente a princípio. A matéria reforça um artigo lançado pouco tempo antes que garantia a segurança das usinas e principalmente a segurança no caso de perca de refrigeração do reator. Em 1983 havia sido escrito um outro artigo pelo cientista Peter Bird onde o mesmo afirmava “um acidente com uma séria perda de refrigeração é praticamente impossível”. 

O porta-voz governamental da Polônia Jerzy Urban informou sobre o aumento dos níveis de radiação detectadas no país, entretanto garantiu que o “nível de radiação não se aproxima do que poderia representar uma ameaça para a saúde humana”. Entretanto nas regiões próximas da Usina Nuclear de Chernobyl o cenário era diferente. Milhares de pessoas foram evacuadas das proximidades, tendo sido estabelecida uma zona de segurança de 30 quilômetros em torno das instalações afetadas. 

A URSS informou que apenas duas pessoas haviam morrido no acidente e que a “situação de radiação” já havia sido normalizada. Com o decorrer do tempo, novas informações seriam divulgadas, e mais se soube sobre as causas do acidente e as consequências que tais níveis de radiação exposta traria paras as pessoas e o entorno da região.

Roberto Carlos Habermann, aluno do 5º semestre do curso de Publicidade e Propaganda da UNIMEP.
Pesquisa realizada no Acervo “O Diário”.

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