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No cubículo mal iluminado, quatro operários falam de suas condições de vida, o
papel de Lula e as vantagens do sindicato. O sergipano, baixinho e forte, cerca
de 20 anos, cabelos curtos enrolados, é um dos que estiveram no ato de ocupação
do sindicato, quando alguns milhares de operários puseram 8 viaturas policiais
e o interventor para correr, na sexta-feira, 23 de março, um dia após o governo
ter cassado a diretoria dos Metalúrgicos de São Bernardo. Ele – como uns 20% da
categoria – ganha 13,26 cruzeiros por hora, 3.320 por mês, antes do dissídio de
maio. “Tomei umas borrachadas, mas aprendi”, relembrava animado. “A gente
pegava as bombas da polícia no ar e enfiava de volta nos filhos da gota”.
Em maio
de 1979, o jornal Movimento fez uma matéria especial sobre os vinte anos do
Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo. Na época, já haviam ocorrido cerca
de 131 greves desde a posse do general Figueiredo e Lula era o grande expoente
da militância operária do ABC.
“O
sergipano conclui seus pensamentos: “A gente chama greve, mas o que é, é a
união de todos nós. Mesmo o lula estando fora, o que ele fala nós fazemos. E se
ele não fala nada nós fazemos por conta da gente”. O seu sentimento é comum por
todo este vasto mundo de 200 mil metalúrgicos de São Bernardo do Campo e
Diadema, municípios onde se concentra a maior parte da classe operária que
trabalha na grande indústria automobilística de São Paulo.”
A
reportagem busca mostrar um pouco a história desses operários, do sindicato e,
claro, de Lula. Interessados pela leitura, na íntegra, é só passar aqui no
Espaço Memória Piracicabana.
Vivian
Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa
realizada no acervo Jornal Movimento.
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