Estamos
perto de completar 50 anos do golpe militar e uma das coisas que marcou o
período foi a plena adesão da grande mídia ao golpe. No interior isso não foi
diferente.
Como
temos o acervo do jornal O Diário, fica aqui o registro de algumas matérias relacionadas ao golpe, na maioria das vezes, apoiando tal evento. Colunistas e mais colunistas bradavam no jornal, dizendo que agradeciam
a Deus pelo golpe que acabara de acontecer. Por mais surreal
que isso parece ser, é importante sempre lembrarmos que Piracicaba, Santa
Bárbara, Limeira e outras cidades da região, também sofreram as conseqüências da ditadura.
Ocultar o que aconteceu em 64, é dar voz de vitória aos algozes da história, é
permitir que torturadores saiam ilesos, é alimentar a passividade da sociedade
brasileira diante das atrocidades ocorridas ao longo dos infelizes 21 anos de
duração do regime militar.
As
imagens que vão ser apresentadas aqui nessa postagem são apenas algumas
notícias das centenas que saíram no jornal em 1964.
Pequenos
artigos avisando sobre a “Marcha com Deus, pela liberdade” antes e depois de 1º
de abril já apareciam na primeira capa do jornal. O discurso era sempre o mesmo,
de que o Brasil era um país cristão e democrático, assim sendo, as instituições
precisavam ser preservadas.
A
maioria dos textos sempre são alarmantes, com a intenção de promover o medo
entre população, falam de “perigos”, “intranquilidade”, “ameaças a democracia”
e quase nunca definiam exatamente o que eram essas ameaças, em alguns momentos
parecia falavam de algo sobrenatural. Alguns jornalistas já falavam do “perigo”
comunista, que Goulart acabaria com a democracia e outras coisas absurdas.
Políticos piracicabanos agradecendo os golpistas. |
Geraldo Nunes poderia até ser colunista da revista Veja. |
Termo
comum nos jornais da época (e até hoje em determinadas mídias), o golpe recebe
o nome de “Revolução Democrática”. Usar o termo “revolução” era uma forma de se
colocarem como portadores da legalidade, de se intitularem como salvadores da
pátria. O ufanismo tomava conta dos discursos.
O regime militar já fazia suas primeiras vítimas em Piracicaba e região:
Para maiores informações sobre esse período, é interessante acessar:
https://www.facebook.com/memoriasreveladasarquivonacional?ref=ts&fref=ts
https://www.facebook.com/memoriasreveladasarquivonacional?ref=ts&fref=ts
Vivian
Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa
realizada no acervo do jornal O Diário.
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