O
acervo Rocha Netto possuí várias preciosidades, porém, estas não são
exclusivamente sobre esportes. Vasculhando as prateleiras podemos encontrar
raridades como três exemplares da revista Frou-Frou entre outros veículos com
conteúdos que passeiam entre o cinema, Tv, rádio e literatura.
A
Frou-Frou inicia suas publicações em meados de 1908 sendo, desde o princípio,
uma produção voltada para o público feminino. Os exemplares que se encontram no
Espaço Memória Piracicabana são edições do Rio de Janeiro e datam de 1923, 25 e
29, porém há registros de atividades da revista em outras cidades. As primeiras
edições que podemos encontrar são produções de uma redação localizada em
Recife, capital pernambucana.
Engana-se
quem pensa que essa publicação dos anos 20 se assemelha com as revistas
femininas atuais. Onde hoje encontramos fofocas e diretrizes de estilo de vida,
a Frou-Frou trazia matérias sobre cinema, esportes femininos, balanços
econômicos, bastidores de grandes produções cinematográficas e inclusive a
programação teatral mensal da cidade do Rio. Além disso, a revista mantinha uma
diferenciada coluna social onde publicava fotos de eventos ou pontos turísticos
da cidade e uma editoria intitulada “No mundo artístico” que era dedicada a
falar sobre a arte da fotografia e as novas técnicas que vinham sendo
descobertas.
As
charmosas capas e a tipografia chamativa dos títulos das matérias era o que
diferenciava a Frou-Frou das demais revistas de sua época. Outro ponto
característico dela era o grande número de crônicas publicadas e em meio a
estas, diversos anúncios voltados para o público feminino da época que iam
desde móveis, cadernetas de poupança e eletrodomésticos até lojas de artigos
infantis e loções para o cabelo.
O
número avulso da revista custava entre 3000 e 2500 réis e tinha em média 38
páginas, contando com a capa e o verso. É interessante nos atentarmos também
para o fato de que a Frou-Frou era uma revista que visava atingir o público
feminino, mais especificamente esposas, porém ela era idealizada e dirigida por
homens.
Embora
a Frou-Frou fizesse parte da categoria de periódicos de cinema e teatro, ela
era muito mais um simples informativo de estreias do que uma publicação de
debates e críticas.
Sttefanie
Erescov, aluna do quinto semestre de jornalismo da Unimep.
Pesquisa
realizada no acervo Rocha Netto.
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