O
jornal “O Movimento” de 1979 denunciou o Projeto Jari, uma multinacional
construída na Amazônia, na confluência entre o Rio Jari e Amazonas, por Ludwig, um bilionário norte americano. Tudo
em torno desse “projeto” de exploração de celulose se tornou suspeito,
incluindo as declaradas relações de Ludwig com o regime ditatorial brasileiro.
“Venha
mesmo para o nosso país, Mr Ludwig. O Brasil agora é um país seguro.” Com estas
palavras o Marechal Castello Branco recebia em 1967 o milionário norte
americano Daniel Ludwig, e lhe abria as portas do país, que é, segundo Otávio
Ianni, ‘ uma das mais típicas manifestações da economia política da ditadura
instalada no Brasil desde 1964.’’ As ligações políticas, econômicas e
exploratórias de Ludwig iam desde relações próximas com Nixon até a fabricação
de armas químicas durante a guerra do Vietnã. No entanto, seu império
financeiro era proveniente do transporte de petróleo, da exploração de turismo e
casas de jogos.
A primeira
questão destacada na reportagem é que Ludwig se apropriou ilegalmente de mais
de 3 milhões de hectares na Amazônia, um espaço três vezes maior do que ele
tinha conseguido inicialmente. Além disso, tudo o que foi criado em torno da sua
multinacional no Brasil era baseado na exploração de mão de obra barata e no
não pagamento de impostos.
A
reportagem detalha todos os segredos por trás do Projeto Jari e tem com fonte o
livro “Projeto Jari: a invasão americana: as multinacionais estão saqueando a
Amazônia”. Os autores são dois jornalistas e um professor da Fundação Getúlio Vargas:
Jaime Sautchuk, Sérgio Buarque de Gusmão e Horácio Martins de Carvalho.
Para
quem quiser se aprofundar mais no tema a matéria na íntegra está disponível para
consulta aqui no Espaço Memória Piracicabana.
Vivian
Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa
realizada no acervo jornal O Movimento.
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