Em 1965,
João Chiarini, em um texto de sua autoria publicado no Diário de Piracicaba,
tratou sobre as grandes mudanças estruturais que a Rua do Porto estava
sofrendo. Contrário a essas mudanças que, segundo ele, descaracterizava esse
espaço histórico da cidade, escreveu tudo o que pensava para o Jornal.
“A
gente não consegue dizer diferente. Por muito tempo ainda assim será. Não que
não seja justo “Avenida Beira Rio – Joaquim Miguel Dutra.” Rua do Porto nós a
conhecemos muito. Participamos de seus problemas. Sentimo-la bastante. E que as
suas figuras estão conosco, embora já se encontrem sepultados há muitos e
muitos anos: “Sebastião Negrinho”, “Maria Pituça”, “Toni Fumeta”, “Lelé”, “Nâni”,
etc. e os há em carnes e ossos como: “Chico Manduca”, que foi, várias vezes,
rio abaixo até o Itapura; “Tangará”, “Bico Fino”, “João Pica-Pau”, etc.
Ribeirinhos que apelidam mais que Tietê.
Rua
do Porto que vai sendo vestida de asfalto, de canteiros, feitos ilhas; de
paredão, de iluminação adequada, de prédios novos. Rua do Porto que não mais
dará pintura. Rua do Porto play-boy.”
Chiarini
explica no texto que apesar das mudanças em nome do progresso não podemos nos
esquecer de que a Rua do Porto sempre foi um local de contemplação e de lazer
popular em Piracicaba. Nem sempre se dá pra apoiar mudanças se elas vêm com o objetivo de aniquilar
as memórias e manifestações populares de um lugar.
Vivian
Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa
realizada no acervo João Chiarini.
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