“A
diversidade dos testemunhos históricos é quase infinita. Tudo o que o homem diz
ou escreve, tudo o que fabrica, tudo o que toca pode e deve informar-nos sobre
ele”. Marc Bloch
Martha Hite Watts, missionária e educadora, exerceu
importante papel na história educacional brasileira. Essa história continua
viva em diversos trabalhos acadêmicos, no âmbito arquitetônico com seu prédio
principal inaugurado em 1884, hoje restaurado e transformado em Centro Cultural
Martha Watts, além do Colégio Piracicabano com funcionamento atual e, por fim,
a Universidade Metodista de Piracicaba, que apesar não ter sido fundada
diretamente pela missionária, tal empreendimento pode ser considerado sem dúvida
fruto de sua iniciativa.
No dia 13 de Fevereiro completa-se 171 anos do nascimento
da missionária que de fato “fabricou uma história”. Como é sabido, depois de
perder seu noivo durante a guerra civil norte americana, Martha Watts se dedica
inteiramente para a vida missionária.
A missão e seu rumo brasileiro se definiu por meio de um
contato realizado entre líderes políticos republicanos da cidade de Piracicaba
com um pastor metodista residente em Santa Barbara d’Oeste. Dentre esses
líderes políticos destacamos os irmãos Moraes Barros que requisitaram uma
educadora metodista para abrir uma escola de pedagogia inovadora, uma vez que
as práticas existentes até então eram tidas como retrógradas, pois eram
associadas ao império.
Em setembro de 1881, Martha abre as portas da primeira
escola metodista do Brasil que funcionava em um prédio alugado na região
central de Piracicaba. A missionária permaneceu na direção do colégio por 14
anos ininterruptos, e em 1895 ela deixa o Colégio Piracicabano e parte para
Petrópolis , onde funda o Colégio Americano de Petrópolis. Entre 1900 e 1902 a
missionária viaja para Europa e EUA para tratar de sua saúde, em seguida ela
retorna ao Brasil e se instala na cidade de Juiz de Fora para trabalhar e
auxiliar o internato feminino da cidade. Sua missão se encerra na cidade de
Belo Horizonte fundando o Colégio Izabela Hendrix em 1904, onde permaneceu até
1907.
Depois do trabalho realizado, Martha retorna aos Estados
Unidos, falecendo em 30 de setembro de 1909.
A informação relativa ao seu falecimento se deu por conta de uma carta
enviada anos mais tarde ao Colégio Piracicabano por uma sobrinha de Watts. Na
carta é explicado que a missionária se dirigiria para a Conferência Anual da
Igreja e ao descer da carruagem, tropeça e fratura a bacia, após sete meses
imobilizada, descobriu-se um câncer e assim ela veio a falecer.
Em poucas palavras, lembramos da trajetória de Martha
Watts, “tudo o que ela disse e escreveu” permanece em suas cartas presentes no
livro “Evangelizar e Civilizar” organizado por Zuleica Mesquita. Seu trabalho
missionário e educacional construiu uma história que poderá ser rememorada por
todos aqueles que quiserem conhecer mais sobre a missão metodista e
a história da educação brasileira aqui no Centro Cultural Martha Watts.
Silvana Meirielle Cardoso, aluna do 7º semestre do curso
de História da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo do IEP.
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