No Jornal “O movimento” datado de 04 a
16/06/1979 se encontra um interessante artigo referente à situação
internacional da época.
Sob autoria de Manuel Lucbert, a visita
do Papa João Paulo II, obteve um duplo grau de significação para a igreja, e
para o estado polonês. A importância da visita do Papa se da por meio de uma
análise do discurso entre o primeiro secretário do partido operário unificado
Edward Gierek, e o cardeal Wayszynsky, arcebispo de Varsóvia, a fim de que se
completassem os preparativos para a visita do papa. O autor destaca o grau de
significação de ambas as partes, “Igreja e Estado”, preocupados em criar as
melhores condições para a visita.
Para Gierek, ambas as autoridades se
convergem para tal acontecimento e, o que esta em pauta, é a convicção de
“novos impulsos da cooperação e fortalecimento entre as relações da polônia e
do vaticano”, “pertencente” ao clima atual, “de modo geral a igreja preferia
falar de normalização das relações”, fortalecendo com isso a unidade dos
poloneses, ou seja, o cumprimento dos objetivos nacionais, patrióticos.
O arcebispo de Varsóvia destaca a
significação da visita do papa para o fortalecimento da missão religiosa na Polônia,
apelando de forma indireta para que o acontecimento ocorra com ordem e
serenidade. Tal afirmação evidencia o “objetivo de prevenir eventuais
desordens, que não seriam do interesse de nenhuma das partes”.
A visita de João Paulo II obteve um alto
grau de comprometimento seja com a missão religiosa como destaca o arcebispo,
seja pela importância de seu papel político. Na medida em que o Papa une em seu
pontificado aspectos e diretrizes político-religiosas, favorecendo a união dos
poloneses e destacando a importância do Solidarność (Solidariedade), primeiro movimento
sindical não comunista em um país comunista.
Silvana Meirielle Cardoso, aluna do sexto
semestre do curso de História da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo Jornal Movimento.
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