“Vai, vai, vai começar a brincadeira.
Tem charanga tocando a noite inteira. Vem,vem, vem ver o circo de verdade. Tem,
tem, tem picadeiro de qualidade. Corre, corre minha gente que é preciso ser
esperto. Quem quiser que vá na frente, vê melhor quem vê de perto”. (Trecho da música “O Circo”)
O Blog Acervos Históricos relembra esta semana a maior
tragédia ocorrida há exatamente 53 anos.
Como
descrito no inicio deste texto, a música ‘O Circo’ dizia exatamente como a
cidade de Niterói (RJ) aguardava a estréia do Gran Circo Norte-Americano, o mais
famoso da América Latina, na noite de 17 de dezembro de 1961. Mais de três mil crianças e familiares estavam
alegres e ansiosos para a tarde mais esperada dos últimos dias.
Mas essa
alegria durou pouco. Construído de material altamente inflamável – nylon e plástico,
o circo incendiou-se e, em um período de dez minutos estava reduzido a cinzas.
De
acordo com o jornal ‘O Diário’ (1935-1992), as crianças que logravam sair do
circo em chamas surgiam como “tochas humanas”, correndo e gritando
desesperadamente. Em algumas horas, o número de óbitos elevou-se a trezentos e
três.
O incendiário
A
reportagem também dizia que o
ex-empregado do circo Norte Americano, Adilson Marcelino Alves, foi o autor do
incêndio. Alves confessou o crime ao delegado na época, Pericles Gonçalves. Um cúmplice
do criminoso confesso também foi preso. Este apontado como fornecedor do
combustível utilizado para incendiar a estrutura: “O cúmplice do criminoso foi
identificado como sendo Valter Roberto dos Santos”, disse ‘O Diário’.
Adilson
Alves, em depoimento, confessou que foi movido a vingança e relatou ter sido
agredido na véspera por um porteiro do circo, “e não podendo revidar
fisicamente, comprou um litro de gasolina, e no momento em que todos tinham
suas atenções voltadas ara o espetáculo, espargiu o inflamável sobre a lona,
atirando-lhe fogo em seguida, no que foi ajudado por seu comparsa Valter”.
População duvidava de acusados
Boa
parcela da população duvidava de que Adilson e Valter seriam os autores da
tragédia. Uma das contradições foi o local em que Valter havia comprado a
gasolina. O encarregado do posto de combustível, disse ao ‘O Diário’ que Valter
não comprou nenhuma gasolina no local. “Esse homem é um pobre diabo, que vive
de pedir esmolas, embriagado, eu não iria vender a alguém assim irresponsável”,
disse.
Já
uma sobrevivente do atentado disse que o fogo “não foi ateado de baixo para
cima, mas provocado por um curto circuito exatamente no ponto mais alto do
circo”. Soldados do Corpo de bombeiros também afirmavam que o fogo foi
acidental.
“A
bem da verdade prefiro ficar com a minha tese a jogar na cadeia um pobre
coitado”, assegurava Paulo Pacielo, na época diretor da Polícia técnica. Sendo
sua tese que “não há mãos criminosas na catástrofe”.
Mas
o laudo da Polícia Técnica foi concluído, certificando que o incêndio foi
criminoso. Os próprios autores decidiram permanecer presos, para que não fossem
“molestados”.
O
Cirurgião Plástico Ivo Pitanguy, foi um dos que se mobilizou para ajudar as
vítimas do incêndio.
Veja a entrevista no link a seguir:
https://www.youtube.com/watch?v=zgEjIqkzsKs
Veja a entrevista no link a seguir:
https://www.youtube.com/watch?v=zgEjIqkzsKs
Reinaldo Diniz é
aluno do quarto semestre do curso de Jornalismo da UNIMEP.
Pesquisa
realizada no acervo do Jornal ‘O Diário’.
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