“Para
comer meus próprios semelhantes
Eis me aqui sentado à mesa” (Augusto dos
Anjos, Eu, 1912) – Poema de abertura da reedição.
Das
revistas ligadas ao Modernismo, as mais características e representativas foram
KLAXON e a REVISTA DE ANTROPOFAGIA, ambas publicadas em São Paulo. Esta última
é considerada a mais revolucionária do Modernismo e a reedição completa dessa
revista literária (que circulou entre 1928 e 1929) pode ser encontrada aqui no
acervo João Chiarini, com introdução de Agusto de Campos, de 1975.
“A
antropofagia, que – como disse Oswald – “salvou o sentido do modernismo”, é
também a única filosofia original brasileira e, sob alguns aspectos, o mais
radical dos movimentos artísticos que produzimos. Por isso é da maior
importância que se ilumine o “caminho percorrido”, no qual a Revista de
Antropofagia é etapa indispensável. Ilhado pela ignorância, Oswald parecia ter
perdido a batalha. “Venceu o sistema de Babilônia e a garção de costeleta”,
chegou a escrever. Mas ele ressuscitou nos últimos anos, para nutrir o impulso
das novas gerações. Tabu até ontem, hoje totem. No necessário banquete totêmico
não devemos, porém, comemorar, mas comer a revista. Como ele queria. SOMOS
ANTROPÓFAGOS.” Augusto de Campos.
Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.
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