“Pálida. Magra. Cabelos
loiros e longos. Surgia montada num cavalo branco... Uma fada.” Tomado de
violenta paixão, Fagundes Varela foi um espectador assíduo do circo Equestre e
Ginástico - Companhia Luande, principalmente porque Guilhermina, filha de
Alexandre Luande, o dono do circo, deixou o rapaz encantado. Foi
falar com ela e com o pai, pois queria se casar.
Correspondido, “aos vinte e
oito de maio de mil oitocentos e sessenta e dois anos”, às seis horas da tarde,
em casa, observando todas as particularidades do costume, receberam-se por
palavras Luiz Nicolau Fagundes Varela e Álice Guilhermina Luande.
O circo partiu levando
Fagundes Varela, desempregado, casado, em lua de mel. Veio se estabelecer em
Piracicaba e Fagundes, um dos maiores expoentes da poesia brasileira, começou
assim humildemente, recitando poemas de sua autoria, numa simples arena de
circo.
Álice Guilhermina morreu
alguns meses depois, não sem antes lhe dar um filho, Emiliano, a quem Fagundes
Varela dedicou seu mais significativo poema “Cântico do Calvário”, uma das mais
belas peças do período pertencente ao romantismo exacerbado, corrente literária
que recebeu o apelido de “mal do século”.
Jéssica Polliani Coracini, aluna do
oitavo semestre de jornalismo da UNIMEP.
Pesquisa realizada no acervo O Diário
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