No
dia 10 de janeiro de 1945, foi publicado no jornal “Diário de Piracicaba” uma
orientação aos pais e aos tabeliães quanto aos nomes escolhidos para o registro
das crianças e afirma a grande responsabilidade deste ato. Na matéria, de
Silvio A. de Souza, nos conta a história de um pai que insistiu em nomear seu
filhinho de Cretino:
“Um
cunhado meu, juramentado, tem feito malabarismos para evitar dislates* de tal
natureza; para justificar o que alego, é bastante dizer que um pai queria, a
toda “fôrça”, colocar no inocente filhinho o nome de Cretino.”.
O
autor também critica a adesão de nomes compridos para as crianças, observando,
em contraponto, o nome de um aluno que se chamava Og Sá. De acordo com ele,
nome simples e incisivo. Além da quantidade, o uso de nomes de homens famosos,
como Benjamin Constant, Rui Barbosa da Silva e etc., era desencorajado por
Silvio, já que muitas vezes não condizia com a personalidade da criança que o
tinha, comparando isto a “bebidas falsificadas”, ou seja, de excelentes
rótulos, mas de sabor duvidoso.
Por
fim, o autor brinca com o desprestígio de nomes nacionais e diz que em outra
vida, gostaria de ter um nome estrangeiro para mais sucesso:
“Também
os nomes nacionais estão muito desprestigiados; e, quanto a mim, quereria
voltar em outra oportunidade, aqui mesmo, para o grande S. Paulo, com um nome
estrangeiro, bem estrangeiro, para mais sucesso e melhor sorte...”.
*Dislates
significa besteira, bobagem.
Nathália
Cristina da Silva, aluna do 6º semestre de História na Unimep.
Pesquisa
realizada no acervo O Diário.
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