Em
14 de dezembro de 1968 o Diário de Piracicaba noticiava a imposição do Ato
Institucional nº 5 e do Ato Complementar 38. O AI 5 impunha várias ações
arbitrárias como a cassação de mandatos parlamentares e dos direitos políticos
do cidadão, suspendia também a garantia de obter habeas corpus e o Ato
Complementar 38 determinava o fechamento do Congresso. Em dezembro de 2018 completam 50 anos da
implementação do AI 5, que foi o período mais aterrorizador da Ditadura Militar
brasileira.
Cecílio
Elias Neto, claramente incomodado com os rumos políticos do Brasil, escreveu um
texto no jornal criticando o AI 5 e o fechamento do Congresso.
“Criança!
Não verás um país como este. Onde foi mesmo que eu vi isso? Teria sido Ronald
de Carvalho ou Olavo Bilac quem o escreveu? Confesso: estou confuso. E
amnésico. Aprendi, por exemplo, que Lincoln – ou teria sido Chacrinha? – teria
dito que a democracia era governo do povo, para o povo e pelo povo. Depois, eu
li também - e não me lembro talvez se no curso de Direito, se no Pato Donald –
que os poderes da República são harmônicos e independentes entre si. E isso significaria que o Legislativo
legisla, o Executivo administra, o Judiciário julga. E, agora, me contam que
fecharam o Congresso...Estarei mesmo amnésico?”
Vivian
Monteiro, Historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa
realizada no acervo “O Diário”.
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