No dia quatro de março de mil novecentos e vinte e quatro, o fórum de Piracicaba registrou uma ocorrência de furto. Após ir a um baile carnavalesco no Theatro Iris (teatro que infelizmente já foi demolido) em Piracicaba, Antonia de Arruda, a vítima, chegou na pensão em que morava e encontrou seu quarto e armário revirados.
O
acusado, Lázaro ou Luiz Veridiano, teria dirigido-se a casa de Antonia, na rua
treze de maio, abusando de sua confiança e de lá furtou 270$000 em dinheiro que
estavam em sua bolsa e dentro do guarda-vestidos de seu quarto. Lázaro/Luiz incorreu
nas penas do artigo 330&4 do código penal, por ter subtraído valor maior
que 200$000, excluindo os danos às roupas finas. Foi requerido, pós receber a
denúncia, um mandado de prisão preventiva contra Lázaro Veridiano, por ter
cometido um crime inafiançável e não ter indicado o nome, profissão nem
residência corretos.
No
processo há uma parte que se refere detalhadamente as roupas que foram denegridas durante o assalto, é descrito o preço e o
corte do vestido de 120$00, roupas de seda, crepes (conjuntos) ,um chapéu e uma
colcha de renda que não tinham um valor estimado em dinheiro e sim valor
emotivo. As contas finais dos gastos com as roupas deram 266.000. Há também um
telegrama enviado de Luiz à “Antoninha” como ele mesmo a chama, desejando um
bom carnaval e um magnífico Corso (desfiles da época que utilizavam carros).
Haviam
cinco testemunhas no caso, dentre elas Olympia da Silvia, dona da pensão que
afirmou que , na noite de quatro de março, Lázaro chegou na pensão, e, por ser
uma visita recorrente, foi ao quarto de Antonia. Sem que ninguém percebesse
rasgou as roupas e praticou o roubo. Nos dias dezenove até vinte e dois de
maio, do mesmo ano, Lázaro/Luiz foi julgado e condenado. O réu não teve defesa
eficiente pois, de acordo com as testemunhas, ele foi o único visto no quarto
de Antonia.
Júlia Zini,
aluna do quinto semestre de jornalismo da Unimep.
Pesquisa
realizada no acervo do Fórum.
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