Escrito
em Buenos Aires, de dezembro de 1941 a janeiro de 1942, o livro de Jorge Amado
“Vida de Luis Carlos Prestes, o Cavaleiro da esperança”, é considerado uma de
suas grandes obras. Expoente de sua luta pela anistia, pela democracia, contra
o Estado Novo e principalmente contra o fascismo, tal obra é calcada por um
discurso político em favor da liberdade de Prestes, considerado pelo autor como
a maior vítima do Estado Novo.
Os
exemplares da obra que chegaram ao Brasil circulavam de forma clandestina,
chegavam sempre de acordo com as palavras do próprio Jorge Amado “de mão em
mão”. Leitores ansiosos pelo livro usavam códigos para designá-lo dentre eles:
“Vida de São Luis”, “Travessuras de Luisinho” entre outros, Amado afirma que
havia até pessoas que viveram do aluguel de exemplares.
Acreditando
na democratização do Brasil, Jorge Amado ressalta a importância da unidade
nacional, em um momento de eleições presidencialistas, destaca a luta por
“eleições livres e honestas, luta pela completa pacificação da família
brasileira, por programas concretos que vejam a realidade do país, e as
necessidades do seu povo”.
Luis
Carlos Prestes foi chamado de Cavaleiro da Esperança pelo povo, se tornou
símbolo de luta e resistência por um país melhor e mais justo. Os leitores da
obra são convidados pelo autor a mergulharem na trajetória de vida de Prestes
de forma profunda, e a sentirem o quão “amado” ele era por Jorge Amado, usando
as palavras do autor “Falo dele com admiração, com entusiasmo e com fé. Não
falaria sobre ele se não o amasse, não confiasse nele. Falo dele como um
escritor do povo sobre um condutor do povo. Com liberdade e com amor”.
No
tocante da obra, é possível observar a biografia de Prestes transformada em
arma em favor da anistia e da democracia. Jorge Amado se preocupa em destacar
os elementos políticos que fizeram parte da transformação histórica
político-social do Brasil, afim de que o povo saiba da verdade e da importância
da vida heróica de Luis Carlos Prestes.
Silvana Meirielle Cardoso, aluna do sexto semestre do curso de História da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.
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