
A história foi publicada nos anos 70 no Jornal de Piracicaba.
No arquivo Jair Toledo Veiga,
muitos recortes de jornais trazem informações a respeito do cotidiano da cidade
de Piracicaba, como essa, publicado no Jornal
de Piracicaba no dia 1º de agosto de 1973, com o título de “A FORCA 1853”:
“Havia também a FORCA, situada
pouco acima do Itapeva, na quadra formada pela rua do Porto (rua que desce para
o porto, rua dos Pescadores, atualmente rua Prudente de Morais) e a rua do
Bairro Alto (rua Direita do Bairro Alto, atual rua Morais Barros)(...)”. A tal
forca ficava em um terreno despovoado e, segundo o texto, era “afamado,
perigoso” durante a noite.
Autorizado pela Câmara, o fiscal
Joaquim José da Silva decide desmontar a forca, pensando em reaproveitar a
madeira para os portões do matadouro velho. Como era muita madeira, decide
vender um pouco dela para Chico Pedreiro. Em troca de mil e quinhentos réis e uma
garrafa de vinho, Daniel de Oliveira Franco aceita a proposta de Chico para
desmonta-la.
“Muito contente da vida, Daniel de Oliveira Franco
preparou cuidadosamente o machado, mergulhou-o numa tina d ´água, afim de dilatar o guarantam do cabo-(...)- afiou a embotada lâmina e, sem
mais consulta, à tarde de 1853, com surpresa geral começou a destruir aquela
carcassa imprestavel, gretada e apodrecida pela ação do tempo e pela dejecção
de um sem-numeros de corvos (...)”.
Com a cidade em alvoroço, muitos
criticavam Daniel acusando-o de desrespeitar o poder imperial e assim foi
instaurado um processo crime contra ele. O processo crime também pode ser
encontrado aqui no Espaço Memória Piracicaba, no acervo do Fórum, datado de
1853.
Vivian Monteiro,
historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo: Jair Toledo Veiga.