Espaço MEMÓRIA PIRACICABANA

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segunda-feira, 27 de junho de 2016

Centenário da Copa América


A Copa América nasceu em 1910, mas com outro nome, inicialmente ela foi batizada com o nome de Campeonato Sul-Americano.

A primeira disputa aconteceu apenas em 1916 na Argentina. Foram convidados para o certame, Brasil, Uruguai, Chile e a anfitriã Argentina. Um fato curioso que chamou a atenção no torneio, foi  a final, disputada pela Argentina e Uruguai, que teve quer ser paralisada e disputada em outro dia devido ao um incêndio ocorrido no estádio Gimnasia y Esgrima. O brasileiro Sílvio Lagreca então treinador/jogador salvou a bandeira brasileira do incêndio.





Outro fato curioso que ocorreu envolveu a equipe uruguaia, sendo a primeira equipe a ter jogadores negros atuando. Durante a copa alguém do Chile denunciou o Uruguai alegando que eles possuíam “profissionais africanos”.
O Uruguai foi o grande campeão do torneio tendo a campanha com 2 vitórias e 1 empate, o Brasil ficou com a 3 posição à frente apenas do Chile.


Fábio Barros Martins, aluno do 3º semestre de Publicidade e Propaganda da UNIMEP
Pesquisa realizada no Acervo Rocha Netto



segunda-feira, 20 de junho de 2016

Tuffy Neujen e o XV de Piracicaba


O extraordinário arqueiro Tuffy Neujen ( ou Tuffy Nuegen), que jogou no A.A. das Palmeiras e mais tarde defendeu as cores do E.C. Sírio, Santos F.C., Corinthians Paulista e seleções  Paulista e Brasileira, no ano de 1921 defendeu o arco do XV de Novembro em partidas amistosas.

“O primeiro amistoso do XV, contando no seu arco o goleiro Tufy, foi disputado contra o União Agrícola Barbarense, jogo esse efetuado debaixo de forte aguaceiro no campo da rua do Conselho. O alvinegro piracicabano derrotou o seu antagonista pela contagem de 3 tentos a 0, cujos gols foram assinalados por Foguinho (2) e Pereira (1). O arqueiro Tufy, o “rei das munhecadas” como era chamado pela imprensa brasileira, por usar os punhos para rebater as bolas chutadas contra seu arco, fez defesas espetaculares para gáudio dos torcedores da nossa cidade.” Rocha Netto no Livro História do XV de Piracicaba – Vol.1

No dia 23 de outubro, Tufy vestiu mais uma vez a camisa número um do XV de Novembro, desta feita contra o América F.C., de São Roque, em novo amistoso. Como de outras vezes, Tufy fez as suas famaosas munhecadas, arremessando a bola no córrego Itapeva, ao lado do campo do XV.

Tuffy nasceu em Santos, no ano de 1898. Ao longo de sua carreira, foi apelidado de Satanás, pois sempre estava com a barba por fazer e usava também costeletas. Além de jogador, participou de um filme,  juntamente com Friedenreich, Ministrinho e Formiga, que tinha como temática o futebol e foi o primeiro do gênero.

Fonte: Google


Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana.
Pesquisa realizada no acervo Rocha Netto.


terça-feira, 14 de junho de 2016

Boaventura e Unimep pela Democracia


Os anos 80 representaram um período de mudanças políticas no país, sendo assim, Piracicaba não ficou de fora destes debates e movimentações.

Após Abril de 1984 (mês das Diretas), havia uma grande movimentação dos partidos, e os nomes dos possíveis candidatos à presidência começavam a surgir. Havia um debate frequente sobre a eminente mudança no cenário político, que prenunciava o fim do regime militar, iniciado em 1964, marcado por corrupção e pelo endividamento do país com o capital estrangeiro.

Em Piracicaba, uma das instituições que mais representou a luta pela democracia foi a UNIMEP, representada pelo seu reitor Elias Boaventura, que deu apoio a diversas atividades como congressos da UNE e manifestações pelas Diretas. Somente em 1984 foram diversas as atividades realizadas na Universidade, entre elas as palestras de Luís Carlos Prestes, fundador do PCB e de Frei Betto, um dos maiores representantes da teologia da libertação no país.

Em 28 de agosto de 1984 foi publicada no jornal “O Diário” uma carta do reitor Elias Boaventura, que foi endereçada através de telex ao então ministro do exército General Walter Pires, em resposta a uma “ordem do dia” do General, que segundo Boaventura tinha caráter “radical e ameaçador”.

Nesta carta fica evidenciada a relação de Elias em favor da democracia e pela defesa daqueles que optaram pelo rompimento com o governo em atividade, que, segundo Elias, tantos males tinha causado à nação.

Segue o artigo na integra:



Adriano Zaulkauskas, aluno do oitavo semestre do curso de História da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo O Diário.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Morte de Fleury: um dos maiores torturadores da Ditadura


No ano de 1979 o Jornal O Movimento (conhecido por ser contra a ditadura militar e ter um posicionamento político de esquerda) publicou uma matéria sobre a morte de Sérgio Paranhos Fleury (delegado do DOPS – Departamento de Ordem Política e Social). Fleury foi encontrado morto no cais do Iate Clube Ilhabela. O laudo pericial indicava que ele havia se afogado e logo após o afogamento sofreu uma parada cardiovascular. Pesquisas feitas recentemente apontam que a morte de Fleury foi, na verdade, uma “queima de arquivo”.

Fleury é conhecido como um dos maiores repressores do período militar brasileiro, e por ter chefiado o esquadrão da morte que atuava na periferia de São Paulo entre 1960/1970. Ele foi o responsável pela captura e morte do guerrilheiro Carlos Lamarca, Carlos Marighella (Líder da Aliança Libertadora Nacional), do guerrilheiro Eduardo Collen Leite (preso e torturado por 3 meses e meio), do militante dominicano Frei Tito (o filme “Batismo de sangue” fala sobre esse ocorrido), participou da prisão dos estudantes no Congresso da Une em Ibiúna, é apontado como um dos mandantes da Chacina da Lapa e da Chacina de São Bento, em Recife.

Após sua morte diversas acusações apareceram, uma dela era da madre Maurina Borges da Silveira, a Irmã Maurina. Ela declarou que foi presa, torturada e estuprada pela equipe de Fleury durante 2 semanas. Madre Maurina era diretora do Lar Santana, um orfanato para meninas no interior de São Paulo. Em seu enterro ficou claro as ligações políticas de Fleury. Lá estavam o ex-governador de São Paulo e atual deputado federal, Paulo Salim Maluf, o ex-governador Laudo Natel e o ex-secretário e deputado federal Erasmo Dias.

Erasmo Dias disse a seguinte frase ao jornal “Foi o maior policial que eu já conheci”. Paulo Salim Maluf também deu seu depoimento “Fleury além de ótimo delegado, foi um grande caráter. É umas das grandes perdas do Brasil”.

Quem quiser saber mais sobre o que foi a Ditadura Militar no Brasil, indicamos aqui algumas leituras e vídeos:


http://www.documentosrevelados.com.br/?s=%22s%C3%A3o+bento%22  Sobre a Chacina da Chácara de São Bento
http://www.cnv.gov.br/  Comissão da Verdade

http://memoriasdaditadura.org.br/ Memórias da Ditadura


                                          Em busca de Iara

                                          O dia que durou 21 anos

                                          Brasil: o relato de uma tortura

                                         Advogados da ditadura: por uma questão de justiça!

                                Cidadão Boilesen: um dos empresários que financiou a tortura no Brasil

O Jornal “O Movimento” está disponível para pesquisa no Espaço Memória Piracicabana.



Fábio Barros Martins, aluno do 3º semestre de Publicidade e Propaganda da UNIMEP.
Pesquisa realizada no Acervo Jornal Movimento.